Cada vez que duas pessoas se entendem e se perdoam, é Natal…
Cada vez que você mostra paciência com quem convive, é Natal…
Cada vez que você ajuda uma pessoa, é Natal…
Cada vez que alguém decide ser honesto em tudo o que faz, é Natal…
Cada vez que nasce uma criança, é Natal…
Cada vez que se respeita e se auxilia um idoso, é Natal…
Cada vez que duas pessoas se amam com um amor limpo, profundo e sincero, é Natal…
Cada vez que você olhar alguém com os olhos do coração, sem julgamentos ou críticas, é Natal…
Cada vez que alguém socorre e devolve dignidade a um animalzinho, é Natal…
Cada vez que vc divide o pão da sua mesa, é Natal…
Cada vez que se demonstra amor ao próximo, é Natal…
Cada vez que você faz uma reforma íntima e procura dar conteúdo novo a sua vida, é Natal!!
PORQUE NATAL É Amor todo dia.
Paz todo dia.
Generosidade todo dia.
Justiça, todo dia.
Compreensão todo dia.
Respeito todo dia.
Autoamor todo dia.
O texto acima, de autoria desconhecida, tem circulado novamente nas redes sociais e aplicativos de conversas. É bonito e comovente pois nos faz refletir sobre a importância de manter o espírito de Natal em nossas vidas. Em texto extraído do livro ‘Cadeira de Balanço’, o poeta Carlos Drummond de Andrade imagina o Natal o ano inteiro.
“A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã. O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive. E será Natal para sempre”, escreveu o poetinha (confira a íntegra abaixo).
E você, o que pensa sobre isso? Gostaria de viver o espírito de solidariedade, harmonia e paz todos os 365 dias do ano?
‘Organiza o Natal’
Por Carlos Drummond de Andrade
Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom. Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas.
Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.
Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro. A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz. O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível. A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã. O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive. E será Natal para sempre.