A dor nas costas é a segunda causa mais comum de consultas médicas gerais, só perdendo para o resfriado comum, o que representa que, de cada dez pessoas, oito terão dor lombar ao longo da vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 65% e 80% da população mundial desenvolvem dor na coluna em alguma etapa de suas vidas.
A lombalgia, popularmente conhecida como “dor nas costas” pode ter diferentes causas, das mais simples até as mais complexas, assim como seu prognóstico. Mas pelo menos 20% da população adulta em todo o mundo sofrem com dores crônicas e incapacitantes (que podem ser temporárias ou permanentes), sem ter ideia de que a origem dessas dores pode estar relacionada a doenças reumáticas.
Neste Dia Nacional de Luta contra o Reumatismo (30/10), a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) alerta que apesar de, na maioria das vezes, as dores não terem uma causa especifica e serem de fácil resolução, como melhorar a postura, é preciso ficar alerta aos sinais, pois podem ser sintomas de doenças reumáticas crônicas, tais como a atrite, artrose e espondilite anquilosante, uma doença inflamatória e autoimune causada por fatores genéticos e externos.
No Brasil, a estimativa é que 15 milhões de pessoas possam ser acometidas por doenças reumáticas. Ao todo são mais de 120, sendo as mais comuns osteoartrite, fibromialgia, osteoporose, gota, tendinites e bursites, artrite reumatoide e doenças da coluna vertebral.
As doenças reumáticas atingem o sistema musculoesquelético, incluindo articulações, músculos, tendões, ligamentos, ossos. Algumas doenças podem comprometer outras partes e funções do corpo humano, como rins, coração, pulmões, olhos, intestino e até a pele. Além disso, células sanguíneas e o sistema imunológico podem ser afetados.
Principais sinas e sintomas de alerta
Também é importante saber que a lombalgia, proveniente de doenças reumáticas, pode aparecer em indivíduos jovens (habitualmente antes dos 45 anos). Especialistas alertam que as doenças reumáticas podem acometer não apenas idosos, mas também crianças, adolescentes e adultos jovens. Tanto homens quanto mulheres podem ser afetados.
Entretanto, algumas doenças acontecem com maior frequência em homens e outras e mulheres. Por exemplo, a gota é muito mais comum em homens. Já a artrite reumatoide, por exemplo, atinge três vezes mais mulheres que homens e o lúpus eritematoso sistêmico atinge 10 mulheres para cada homem.
Para o médico reumatologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), Nilton Salles, é fundamental que as pessoas fiquem atentas a possíveis dores que demorem mais do que o esperado para melhorarem, ou outros sintomas como, por exemplo, inchaço, febre e manchas na pele.
“Dores e inchaço nas articulações, vermelhidão e dificuldade para se movimentar ao acordar podem ser indicadores de que algo não está bem. Nesta situação, é muito importante buscar atendimento médico para que se possa investigar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado o mais breve possível”, explica o médico.
Automedicação é um risco a mais
Para Luiza Fuoco, especialista da Clínica Cobra Reumatologia, graduada em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e doutora pela Faculdade de Medicina da USP, um dos maiores problemas em boa parte da população sofrer com desconfortos constantes é a automedicação continuada com analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares, bem como a negligência em buscar um diagnóstico correto.
Principalmente em casos de idosos, que pensam que a dor é parte da idade. Para ressaltar quais sintomas são considerados distintos e merecem avaliação médica e indicar formas de se amenizar a dor, a Dra. Luiza Fuoco elaborou uma lista com 5 dicas úteis para se entender a problemática.
- Embora as dores possam variar de intensidade, quando elas afetam a rotina do indivíduo e limitam suas atividades diárias é preciso procurar ajuda médica. Se as dores persistirem por mais de 4 semanas, temos um sinal de atenção. Se há perda de movimento e deformidades nas articulações então, é imprescindível que se procure um reumatologista urgente, pois as dores podem começar nas costas, mas afetam outros órgãos em caso de doenças reumáticas.
- Automedicação nunca é indicado, nem em casos em que a dor seja de leve intensidade. A não ser que você tenha dormido de mau jeito, tenha sofrido uma pancada ou feito exercícios físicos, a dor não é normal e não deve ser tratada sem diagnóstico e indicação médica.
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Dicas para reduzir as dores reumáticas
- Para prevenir a lombalgia é muito importante manter uma vida saudável com prática de atividades físicas, alongamentos, manter uma boa postura e evitar hábitos que possam sobrecarregar a coluna, tais como carregar muito peso, ou mesmo esforços continuados.
- Quando as dores começarem é imprescindível que o repouso seja em uma posição confortável, podem ser realizadas compressas no local da dor e também é possível integrar medicina complementar como sessões de massoterapia, acupuntura e relaxamento.
- O emocional também afeta muito, quando a pessoa está com muito trabalho, ou até mesmo deprimida, a tensão muscular também aparece, causando dor, por isso, também é necessário cuidar da saúde mental.
- Busque se informar por fontes confiáveis, infelizmente vivenciamos uma nova era que pouco se atenta à veracidade das informações. Portanto, é imprescindível que os conteúdos sobre saúde sejam disponibilizados por médicos ou especialistas.
Ebook gratuito
Para maior entendimento da problemática, de todas as causas comuns de dores agudas e crônicas, e uma ampla análise sobre os diagnósticos e tratamentos – para cada tipo de dor, e outros pontos muito importantes, e pouco comentados, tais como; quais especialidades médicas estão envolvidas, cuidados com rotina, avaliação, medicamentos e cirurgias, a Cobra Reumatologia disponibiliza gratuitamente o e-book “Dor nas costas”. A publicação que pode ser baixada pelo site da clínica é uma parceria com a editora KPMO Cultura e Arte.
Com Assessorias
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