Muito há falamos por aqui sobre a asma, uma inflamação crônica das vias aéreas que causa falta de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito. Considerada um dos problemas de saúde respiratória mais recorrentes no Brasil, a asma pode piorar à noite ou com atividade física. E pode ficar ainda mais grave entre pacientes que vivem em áreas urbanas, por conta da poluição, e também com o início do inverno.

Não à toa, o Dia Nacional de Controle da Asma é celebrado em 21 de junho, logo na chegada da estação que outrora era conhecida como a mais fria do ano – uma realidade que vem mudando a cada ano por causa das mudanças climáticas.

O inverno, principalmente nas áreas urbanas, é um grande fator de risco para desencadear crises de asma, por conta da queda nas temperaturas, ar mais seco e a poluição atmosférica concentrada nos centros urbanos”, explica o pneumologista Rafael Faraco, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Os fatores menos conhecidos para as crises de asma

De fato, mudanças abruptas no clima, como transições de temperaturas quentes para frias, representam um desafio para quem sofre de asma, podendo exacerbar problemas respiratórios. Mas Julinha Lazaretti, bióloga e cofundadora da Alergoshop, aponta que as crises podem ser desencadeadas por muitos outros fatores.

Até mesmo alimentos específicos como frutos do mar ou bebidas geladas podem provocar reações alérgicas e dificultar a respiração. Os motivos vão de substâncias químicas presentes em produtos de limpeza e cosméticos até ácaros, pólen e mofo. A profissional ressalta que, além dos mais conhecidos, existem outros fatores que podem manifestar os sintomas – como o estresse e as gargalhadas.

Crises de asma podem ser causadas por uma ampla gama de fatores peculiares, a exemplo de estresse e emoções intensas, como risos ou choro, que podem levar à hiperventilação e desencadear sintomas asmáticos”, explica.

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Um grave problema de saúde pública

Os números da asma no Brasil e no mundo são assustadores. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença acomete cerca de 340 milhões de pessoas globalmente. Por aqui, já é considerado um grave problema de saúde pública.

O Ministério da Saúde estima que 23,2% da população vivam com a doença – a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões do País. A considerar a população total de 220 milhões de brasileiros (IBGE 2022), os números podem variar de 44 milhões a 55 milhões de asmáticos.

Já a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e a Iniciativa Global para Asma (GINA) estimam que existem aproximadamente 20 milhões de asmáticos no Brasil. Desses, 3% têm asma grave, uma condição caracterizada por sintomas persistentes e exacerbações frequentes.

Na asma grave, se acentuam os sintomas, como a falta de ar, tosse, respiração ruidosa e diminuição progressiva da função pulmonar.  Essa forma severa da doença. geralmente, está associada a uma inflamação não controlada, o que requer um manejo intensivo para evitar complicações.

Uma pessoa morre de asma a cada 4 horas

A asma é a quarta maior causa de hospitalização no país. São cerca de 350 mil internações por ano a um custo de mais de R$ 500 milhões para os cofres públicos, informa o DataSUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde. Em 2022 foram contabilizadas mais 80 mil internações em decorrência da doença.

De acordo com estudo publicado no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, foram registradas 353.958 internações por asma no total, entre o período de 2019 a 2023. Do total, a Região Nordeste é predominante com 123.296 internações, correspondendo 34,8%, em seguida está presente a Região Sudeste com 117.279 internações, o que corresponde a 33%

É ainda mais assustador pensar o quanto a asma grave é letal no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que uma pessoa morre em decorrência da asma a cada quatro horas no Brasil. Estimativa da Associação Brasileira de Alergia (Asbai) indica que aproximadamente duas mil pessoas morram todos os anos devido a complicações relacionadas à asma.

Mortes evitáveis ainda ocorrem devido ao tratamento inadequado, incluindo o uso de medicações apenas para alívio de sintomas, em vez de medicamentos preventivos para o seu controle”, afirma o pneumologista Rafael Faraco.

Só 12% dos asmáticos mantêm a doença sob controle

De acordo com o Ministério da Saúde, a asma pode causar complicações, como redução na capacidade de realizar atividades, insônia, alterações permanentes no funcionamento dos pulmões, tosse persistente, dificuldade para respirar, hospitalização e internação por ataques severos.

É uma doença respiratória crônica, sem cura, porém, controlável quando tratada adequadamente. O seu controle é fundamental para se ter uma melhora na qualidade de vida e redução da mortalidade. O controle correto e tratamento eficaz para a doença, com acompanhando regular com pneumologista é fundamental.

Entretanto, apenas 12% dos asmáticos no país têm a doença controlada, segundo a SBPT.  A maioria dos pacientes utiliza receitas caseiras ou se automedica com graves consequências que podem levar a incapacitação, comprometimento da qualidade de vida e morte.

Dados revelam que 73% dos pacientes não seguem todas as recomendações médicas e 47% não fazem uso regular dos medicamentos necessários, sendo que 9 em cada 10 pacientes enfrentam dificuldades significativas no controle de sua condição asmática, o que pode resultar em crises agudas. 

A maior parte das pessoas com asma não utiliza medicações adequadas para o seu controle, mas sim medicações apenas para alívio dos sintomas. Chiado de peito, falta de ar, dor torácica, acordar a noite com desconforto respiratório são sinais que a asma está fora de controle”, explica Faraco.

Novos medicamentos para tratar a asma

Por isso, o Dia Nacional da Asma busca aumentar a conscientização e estimular o correto manejo e tratamento da doença, que geralmente envolve o uso de medicamentos para controlar a inflamação e relaxar os músculos das vias aéreas, além de medidas para evitar os gatilhos conhecidos da doença.

Como doença amplamente subdiagnosticada e pouco controlada, estratégias para melhorar o acesso e a adesão a terapias baseadas em evidências podem ser eficazes na redução do ônus econômico e social da asma em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

O tratamento eficaz da asma grave se baseia, principalmente, no uso contínuo de medicamentos, que não apenas ajudam a controlar os sintomas, como melhoram a função pulmonar, proporcionando maior qualidade de vida aos pacientes.

Atualmente já estão disponíveis imunobiológicos para o melhor controle da doença, afirma Rodrigo Athanazio, médico pneumologista e professor colaborador da Faculdade de Medicina da USP.

Atualização no protocolo de asma no Brasil

Em 2021 o Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma. O documento traz recomendações e orientações aos profissionais de saúde sobre critérios para o diagnóstico da asma e os tipos de tratamentos disponíveis no SUS e, em 2022, foi lançada a Linha de Cuidados de Asma.

No entanto, organizações como a Colabore com o Futuro e a Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA-SP) cobram a atualização do PCDT, as necessidades não atendidas da asma grave, o controle da doença, o descarte correto de dispositivos inalatórios, entre outros.

Apesar da aprovação de novos medicamentos pela Conitec, muitos desses tratamentos ainda não estão disponíveis para os pacientes do SUS, pois não fazem parte do PCDT desatualizado”, afirmou Carolina Cohen, cofundadora da Colabore com o Futuro, em evento realizado pelo Dia Mundial da Asma, em 7 de maio, no Congresso Nacional.  “A atualização desse protocolo é urgente para evitar a morte de crianças que precisam de acesso a esses novos tratamentos”.

Prevenção começa com a saúde nasal

Apesar de não ter cura, é possível ter qualidade de vida adotando medidas preventivas e fazendo o tratamento prescrito por especialistas, segundo Olavo Mion, coordenador do departamento de Alergia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

O primeiro cuidado é com a saúde nasal. Afinal, o nariz é porta de entrada para o trato respiratório.

Diversos quadros de alergias respiratórias que se iniciam pelas vias aéreas superiores, formadas pelo nariz, faringe e laringe, têm a capacidade de impactar também as vias inferiores, ou seja, o nosso pulmão. E o contrário também pode ocorrer. Isso acontece devido ao fenômeno que chamamos de ‘vias aéreas unidas’, comprovando que há uma relação sistêmica entre o nariz e o pulmão”, explica Mion.

Uma das formas de reduzir crises é evitar contrair as viroses respiratórias, entre elas a gripe e os resfriados comuns, bem como ter um bom controle da rinite alérgica, um problema que está presente de 60% a 78% dos pacientes asmáticos. A rinossinusite, que popularmente é conhecida como sinusite e causa inflamação nos seios da face, também é frequentemente associada à asma.

Quando é hora de procurar um otorrino

Quem não tem o diagnóstico de asma, mas sofre com espirros frequentes, olhos vermelhos, coriza, coceira no nariz e congestão nasal, que são sintomas comuns da rinite, por exemplo, deve procurar tratamento com otorrinolaringologista para evitar as chances de uma piora da asma. Para os asmáticos, o ideal é evitar o contato com os agentes que desencadeiam essa alergia. Isso reduzirá as chances de ter uma crise”, esclarece o especialista da ABORL-CCF.

Quando o quadro de asma é agravado, as vias aéreas ficam mais estreitas e o fluxo de ar é reduzido. As crises também podem ser provocadas por diversos gatilhos ambientais, como mofo, poeira, polen, ácaros, e outros fatores como questões genéticas, obesidade, esforço físico, exposição ao ar frio, entre outras causas.

Por isso, cuidados como manter a casa limpa, evitar o contato com pó, poluição e pêlos de animais, não fumar, manter hábitos saudáveis de alimentação, hidratação e atividade física, além de fazer lavagem nasal e estar vacinado contra a gripe são medidas que auxiliam na imunidade e no controle da enfermidade.

Essa semana iniciamos o inverno, estação em que aumentam os casos de asma e outras doenças que afetam a capacidade de respirar bem. Por isso, adotar essas medidas preventivas, é ainda mais importante nessa época de ar seco e frio”, reforçou Mion.

Dicas para prevenir dicas e minimizar a possibilidade de reações

A bióloga Julinha Lazaretti compartilha algumas dicas que podem ser incorporadas ao dia a dia dos pacientes no intuito de evitar a manifestação dos sintomas da asma. Confira!

Uso de capas protetoras para travesseiro e colchão

Integrar capas antiácaro, como as da linha Super Soft da Alergoshop, é essencial para pacientes asmáticos. Elas são projetadas para bloquear ácaros e seus dejetos, substâncias comuns que desencadeiam reações alérgicas e crises asmáticas. Ao impedir o contato com esses alérgenos, as capas reduzem significativamente a exposição a gatilhos potenciais, ajudando a controlar a condição de forma eficaz. Além disso, promovem noites de sono mais tranquilas e melhoram o bem-estar diário.

 

Limpeza e ventilação adequadas

Manter a casa limpa e bem ventilada é fundamental para reduzir a presença de ácaros, poeira e mofo, que são gatilhos comuns para as crises de asma. Isso inclui práticas como aspirar regularmente tapetes e carpetes, lavar a roupa de cama semanalmente para eliminar ácaros, e manter uma organização que minimize o acúmulo de poeira. Ventilar os ambientes também ajuda a diminuir a umidade, que também pode favorecer o crescimento de ácaros e fungos.

 

Utilização de solução acaricida

O ADF Plus, solução acaricida da Alergoshop, é um exemplo de uma solução eficaz para eliminar, repelir e controlar ácaros, fungos e bactérias em vários tipos de superfícies e materiais têxteis. É especialmente recomendada para aplicação em tapetes, cortinas, sofás e outros itens onde ácaros podem se proliferar.

Essa prática ajuda a manter o ambiente doméstico mais seguro e saudável para pacientes, reduzindo a exposição a alérgenos que desencadeiam crises. Testes laboratoriais demonstram sua eficácia, eliminando 86,7% dos ácaros em 6 dias após a primeira aplicação e 84,6%, mesmo 10 dias após a utilização. Tal fator contribui para um ambiente mais controlado e menos propenso a reinfestações.

 

Controle da umidade

Segundo Lazaretti, manter os níveis de umidade dentro de casa entre 50% e 60% é fundamental para diminuir o crescimento de ácaros e mofo. Ambientes muito úmidos podem ser propícios para a proliferação desses alérgenos, aumentando o risco de crises de asma. Utilizar um desumidificador pode ser necessário em áreas mais úmidas da casa, como porões e banheiros, enquanto garantir uma boa ventilação regularmente ajuda a manter o equilíbrio ideal.

Escolha de materiais e móveis fáceis de limpar

Optar por móveis e materiais de revestimento que sejam menos propensos a acumular poeira e ácaros corrobora com a redução dos alérgenos no ambiente doméstico. Por exemplo, escolher pisos de madeira ou laminados em vez de carpetes pode facilitar a limpeza e diminuir a presença de desencadeadores.

Mais sobre a doença

Doença pulmonar inflamatória crônica que causa episódios recorrentes de falta de ar, tosse crônica, sensação de cansaço, chiado no peito e dor no peito. Os sintomas da asma podem piorar à noite, no inverno ou com exercícios.

A causa exata da asma ainda não é conhecida, mas acredita-se que é causada por um conjunto de fatores: genéticos, histórico familiar de alergias respiratórias – asma ou rinite, e ambientais.

De acordo com o Ministério da Saúde, a asma pode causar complicações, como redução na capacidade de realizar atividades, insônia, alterações permanentes no funcionamento dos pulmões, tosse persistente, dificuldade para respirar, hospitalização e internação por ataques severos.

Vários fatores podem desencadear ou agravar, tais como:

alérgicos (pó domiciliar, ácaros, fungos, pólens, pêlo e saliva de animais);

infecção respiratória viral;

agentes irritantes (fumaça em geral e principalmente de cigarro, poluição do ar, aerossóis etc);

variação climática como exposição ao frio;

alteração emocional;

medicamentos (aspirina, anti-inflamatório não hormonal, beta-bloqueadores); e

exercícios físicos

Tratamento

Para se ter sucesso no tratamento e no controle de qualquer doença é imprescindível que o paciente entenda e conheça sobre sua doença e os riscos inerentes ao não tratamento, como forma de ter maior adesão ao tratamento.

A asma é uma doença inflamatória dos brônquios e bronquíolos, o que requer de forma fundamental e obrigatória, em todos os casos, o uso de corticoides inalatórios.

Controle de fatores ambientais desfavoráveis como poluição, tabagismo, mofos e poeiras também são importantes para  reduzir  os riscos de exacerbações (crises) e auxiliar no controle.

O objetivo no tratamento é a melhora dos sintomas relacionados à asma, com aumento da qualidade de vida e redução de risco relacionados à asma quando não controlada, como exacerbações (crise de asma), internação hospitalar, perda de função pulmonar e risco de vida.

Medidas preventivas

Ações simples de controle ambiental são importante  para diminuir o contato com os ácaros e com o pó doméstico:

  • Deixar o ambiente do convívio diário, principalmente o quarto, limpo e arejado;
  • A limpeza deve ser diária com aspirador e pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
  • Não usar vassouras, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
  • Retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acúmulo de pó;
  • Encapar colchões e travesseiros com tecido específico, para criar uma barreira física contra o ácaro;
  • Evitar animais dentro de casa.

Com Assessorias

 

 

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