Como lidar com um idoso que sofre com Parkinson?

Especialistas indicam os cuidados necessários com os idosos que têm essa condição

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De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1% da população acima dos 65 anos sofre com a Doença de Parkinson, uma estimativa de cerca de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes – ou algo em torno de 4 milhões de pessoas, pelo menos 200 mil delas no Brasil. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, esse número pode dobrar até 2040.

Abril é o mês de conscientização sobre a doença. Neste Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (12 de abril), especialistas chamam a atenção para esta condição que aparece a partir dos 60 anos por causa da perda de células nervosas em ritmo mais acelerado do que aconteceria no processo natural de envelhecimento e tem a ver com fatores genéticos e até ambientais.

Essa doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça e cor. A tendência, no entanto, é afetar os mais idosos. A maioria das pessoas têm os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade. Mas pode acontecer também nas idades mais jovens, embora seja raro.

Falta de dopamina causa a doença

A Doença de Parkinson é causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que atua na transmissão de mensagens entre as células nervosas). A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância em nossos cérebros.

Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva de células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células (e consequentemente diminuem muito mais seus níveis de dopamina) num ritmo muito acelerado. Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica chamada substância negra, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos.

“O Parkinson é uma doença neurológica que causa tremores quando os músculos estão em repouso, lentidão de movimentos voluntários, rigidez muscular, dificuldade em manter o equilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. Não é uma doença fatal, nem contagiosa. Também não há evidências de que seja hereditária. Em casos mais avançados, pode haver comprometimento da memória. O pensamento torna-se comprometido ou desenvolve-se demência”, esclarece o médico neurologista André Lima, diretor da Neurovida, no Rio de Janeiro.

Não tem cura, mas tem tratamento

O Parkinson causa a degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. O diagnóstico da doença é feito por exclusão, baseado na história clínica do doente e no exame neurológico. Apesar dos avanços científicos, a doença ainda não tem cura, mas tem tratamento e controle visando a uma boa qualidade de vida do paciente.

O tratamento da doença é baseado em remédios e cirurgias, além da fisioterapia e terapia ocupacional. Todas elas combatem apenas os sintomas. A fonoaudiologia também é muito importante para os que têm problemas com a fala e a voz. Atualmente já está disponível no Brasil o marcapasso cerebral (Deep Brain Stimulation).

“O BPS é muito benéfico, especialmente para reduzir o tremor. O procedimento consiste na implantação de dois eletrodos em regiões estratégicas e decisivas do cérebro que estimula, por corrente contínua, essas regiões, para que ocorra a diminuição de complicações motoras nos pacientes”, afirma o neurologista André Lima.

No entanto, segundo ele, apenas uma pequena parcela dos pacientes com Parkinson, cerca de 10%, têm indicação para esse procedimento. “Depois de um longo tempo de uso do medicamento, o doente passa a não responder mais aos seus efeitos. Esses pacientes com discinesias e não respostas à medicação fazem parte do perfil indicado à cirurgia”, esclarece.

Ainda segundo o especialista, o DBS não busca a cura da doença, mas sim o controle dos sintomas. “O objetivo é obter um efeito similar ao melhor estágio do remédio no paciente, sem os efeitos colaterais da medicação e com uma duração de anos”, acrescenta.

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Cuidados necessários com a pessoa com Parkinson

A fisioterapeuta Erica Tardelli,  presidente da Associação Brasil Parkinson, e Vânia Guelfi, gestora do Residencial para Idosos – Jardim das Palmeiras há mais de 20 anos, afirmam que é importante falar sobre a doença e os cuidados necessários com ela.

“A doença de Parkinson é degenerativa e pode demandar cuidados que envolvem também medicamentos, fisioterapia e terapia ocupacional, psicoterapia e intervenção cirúrgica. Por isso a importância de ficar atento aos sinais que o idoso dá no dia a dia e evitar possíveis complicações, pois infelizmente a doença ainda não tem cura”, diz Erica.

Por isso, para cuidar melhor dos familiares que passam por esse processo, as especialistas destacam alguns cuidados necessários.

• Permita que o idoso faça as coisas no seu próprio tempo, sem apressá-lo;

• Incentive sua movimentação (dentro das possibilidades do paciente);

• Faça adaptações na casa: evite tapetes e fios elétricos soltos; ilumine bem os ambientes e instale barras de apoio, caso precise;

• Estimule atividades prazerosas para o idoso: reunir-se com os amigos, passear, e fazer atividades sociais em geral.

Os principais sintomas de Parkinson

De acordo com a a fisioterapeuta Erica Tardelli, os principais sintomas do Parkinson são:

• Lentidão de movimentos;

• Tremor em repouso (agitação);

• Musculatura rígida (braços, pernas ou tronco);

• Problemas com o equilíbrio e quedas.

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Com Assessorias

 

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