Apesar de estarmos no século XXI, ainda somos surpreendidos por discursos machistas que denigrem a imagem e tentam diminuir a força da mulher. No mês em que comemoramos o dia daquela que vem quebrando barreiras e ocupando, cada vez mais, espaços, antes dominados apenas pelos homens, cabe a reflexão de como o poder feminino atual rebate a desigualdade social e todos os aspectos que tentam distanciar as e diminuir as conquistas femininas. 

Muito do que a mulher sofre ainda hoje é reflexo de uma sociedade bastante machista e etarista que, muitas vezes, diminui a mulher ao seu corpo, motivada por fatores como a influência da mídia, os padrões culturais e sociais, pressão social em torno do envelhecimento, além de questões de poder e controle. Pautas que, em tempos de avanço tecnológico e polarização das redes sociais, ficam mais difíceis para mascarar sentimentos e intenções reais.  

Infelizmente, do ponto de vista da saúde mental, o número de mulheres que buscam atendimento psicológico para tratar abusos e violência de qualquer natureza, só aumentaram nos últimos anos.

As estatísticas de atendimento apontam o alto número de mulheres que buscam terapia por se sentirem rejeitadas pelos parceiros porque engordaram após a maternidade, envelheceram ou não conseguem ter mais tempo para um maior autocuidado com a imagem e beleza.

Elas tiveram que ocupar quase que todas as horas de seus dias em empregos exaustivos, ou duplas jornadas, para mostrar a esses homens que elas são capazes de também se manter no mercado de trabalho. Com isso, percebemos o quão adoecidos emocionalmente estamos. 

Além disso, a mídia frequentemente retrata as mulheres de maneira superficial, enfatizando padrões irreais de beleza e criando expectativas inatingíveis. O que pode levar alguns homens a internalizarem esses padrões e a julgarem as mulheres com base em critérios superficiais.

Em muitas culturas, as mulheres são vistas como propriedade ou como objetos de desejo, em vez de serem reconhecidas como indivíduos completos com suas próprias capacidades e personalidades.

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Mulheres julgadas por sua aparência

Esse tipo de comportamento gera consequências sérias na saúde física e mental da mulher que é julgada e cobrada por perfeição, levando ao estresse resultante da pressão para atender a padrões de beleza irreais como: distúrbios alimentares (anorexia e bulimia), além de causar problemas de autoestima e imagem corporal (intervenções estéticas invasivas desnecessárias).

Enfim, ainda falta muita responsabilidade afetiva, bom senso e respeito no trato com as mulheres. Os abusos psicológicos e a desigualdade social predominante, principalmente, no campo profissional, demonstram que, se não houver interferência e punição efetiva, independente do ambiente, essas mulheres podem ter sua autoconfiança afetada.

A ponto de gerar um ciclo de pensamentos negativos sobre si mesmas, desenvolvendo uma série de transtornos emocionais como ansiedade e depressão, prejudicando seu bem-estar geral. Isso vai se refletir em diversos aspectos da vida, incluindo relacionamentos pessoais e profissionais.

Ou seja, é preciso reconhecer que esse tipo de comportamento é prejudicial e inaceitável. As mulheres não são mercadorias a serem avaliadas em uma prateleira, e merecem ser tratadas com respeito e dignidade, independentemente de sua aparência ou idade. 

Leia nossos artigos aqui no ‘Palavra de Especialista’

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