O primeiro caso de coronavírus no mundo surgiu em novembro de 2019. No Brasil, a epidemia chegou em março e fez a população entrar em quarentena. A Covid-19 vem de uma grande família de vírus que causam desde resfriados comuns até pneumonias com sintomas mais graves. Entre os vários meios de prevenção, a higiene das mãos é o mais recomendado pelos especialistas, contudo, os cuidados com a saúde bucal são aliados importantes para evitar a propagação da doença.
Sabemos que a contaminação pode ocorrer através de gotículas de saliva, espirro ou tosse, e por contato com superfícies contaminadas. Além de evitar qualquer tipo de contato, como apertos de mãos e abraços, devemos manter os devidos cuidados com a saúde bucal “, explica o dentista Jefferson Podesta Brandão, gerente de Odontologia do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil).
O contágio é feito principalmente por vias respiratórias, pelo ar e também por gotículas que vem com o espirro e a tosse, por exemplo. Nossa boca pode acabar se tornando um dos maiores transmissores do vírus, então neste momento os cuidados com a saúde bucal permanecem os mesmos, mas devem ser reforçados”, explica a cirurgiã dentista Edrielle Santana, consultora técnica da GOU Odonto.
Recomendações para a proteção da saúde bucal
Fábio Sato, formado em Odontologia, deu algumas dicas, que estão de acordo com as recomendações do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) , para proteção da saúde bucal. Veja:
• É importante manter a higiene diária, com creme dental que possui flúor e escovas de cerdas macias para alcançar até os pequenos lugares da boca, assim, além de evitar cáries, gengivite e outras doenças inflamatórias, que podem favorecer a infecção pelo COVID-19;
• A limpeza em dias normais, devem acontecer ao menos três vezes por dia, de manhã ao acordar, após o almoço e antes de dormir. Mas, no momento, para reforçar ainda mais os hábitos de higiene bucal, o mais indicado é que ocorra após todas as refeições e se possível acompanhado de enxaguante bucal com antisséptico;
• Os fios dentais são extremamente essenciais, pois eles são responsáveis por eliminar resíduos e bactérias de regiões em que as cerdas das escovas não são efetivas na limpeza;
• Uma das formas de contaminação do novo coronavírus, ocorre pelas gotículas de saliva, logo, se alguém na sua residência apresentar os sintomas, o uso de pasta de dentes, sabonetes e até toalhas de rostos, devem ser individualizados, inclusive é indicado não deixar as escovas no mesmo ambiente;
• Antes de fazer qualquer higienização bucal, é necessário lavar as mãos com água e sabão, até metade do pulso, por cerca de 30 segundo. O principal é lavar bem entre os dedos e as unhas, locais onde mais se concentra bactérias e vírus;
• Certifique-se de não colocar as mãos ou outros objetos na boca, nariz e olhos pois estudos já comprovaram que o novo coronavírus pode sobreviver até três dias nas superfícies, onde tocamos constantemente.
• Por último, redobre a limpeza de sua casa e seus objetos pessoais, incluindo escovas de dentes, toalhas, pentes e outros objetos do seu cotidiano.
Cuidados com a saúde bucal em tempos de pandemia
Confira as dicas que a cirurgiã dentista Edrielle Santana separou para reforçar os cuidados com sua saúde bucal.
1 – Lave as mãos antes da escovação e do uso do fio dental: as mãos estão sempre em contato com todo tipo de superfície e é um dos meios de transmissão do vírus. A cirurgiã dentista indica sempre lavá-las antes e depois da escovação e do uso do fio.
2 – Higienize frequentemente a escova de dente: ela é uma fonte de diversas bactérias e fazer a limpeza regularmente evita a proliferação dessas doenças. Se possível, limpar o cabo ao menos duas vezes na semana com álcool e, para a limpeza das cerdas, uma boa dica são as pastilhas efervescentes usadas para limpeza de contenções e próteses em geral ou enxaguante bucal. Aliado a isso, continua valendo a regra de trocar a escova de dente a cada três meses ou, se apresentar algum sintoma, ela deve ser trocada assim que for confirmado que a pessoa está livre do vírus.
3 – Enxaguante bucal não mata o vírus: além de não evitar o contágio da Covid-19, o uso exagerado pode ter efeitos maléficos, como a perda do paladar. Segundo a Dra. Edrielle, o ideal é usar o enxaguante bucal de acordo com a recomendação do dentista para evitar problemas.
4 – Ir ao dentista apenas em caso de urgência: devido às recomendações de quarentena, alguns consultórios estão priorizando os atendimentos de urgência, conforme orientado pelo Conselho Federal de Odontologia, Ministério da Saúde e Anvisa. Alguns dos procedimentos que se encaixam como urgência são quebra de dentes, dores constantes e sangramentos. Edrielle salienta que se estiver com alguns desses problemas, não hesite em procurar um dentista.
5 – Evite beijos: o sentido da quarentena é o distanciamento ou isolamento social, onde o contato físico deve ser evitado ao máximo. Sabemos que um dos principais transmissores do novo coronavírus é a boca, então por mais difícil que possa parecer, evitar beijos e abraços é necessário. É recomendável que o casal durma até em camas separadas caso algum dos dois apresente os sintomas. Dessa maneira, se evita a propagação do vírus e garante um lar seguro para todos.
O que fazer para evitar a contaminação pelo vírus
Jefferson Podesta Brandão, gerente de Odontologia do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil). relevante tomar medidas de higiene e desinfecção e contribuir para a diminuição da transmissão do vírus.
- Olha a mão na boca
Em tempos de coronavírus, um dos cuidados mais importantes é não colocar a mão no rosto, principalmente na boca, pois as mãos estão em contato constante com várias superfícies diferentes, que podem estar contaminadas. Boca, nariz ou olhos são vias de entrada para o corpo e, assim, para o vírus. Evite esse hábito e lave sempre as mãos, com água e sabão.
Uma escova para cada um
Nunca empreste a escova de dente a outras pessoas, mesmo a membros da mesma família. As escovas de dentes, de preferência, devem ser trocadas após a pessoa contrair uma infecção e também quando as suas cerdas começarem a se deformar.
Novos hábitos
Em casa, as pessoas tendem a assumir uma alimentação mais irregular e, por isso, o hábito de escovar os dentes deve ser intensificado. Assim como lavar as mãos com água em sabão, é fundamental fazer uma escovação criteriosa, usando fio dental e o antisséptico bucal, sempre após as refeições mais importantes. Desta maneira, diminui-se o crescimento de microrganismos na boca, que podem desenvolver um processo infeccioso e causar queda na imunidade.
Armanezamento correto
Após o uso, é importante passar a escova em água corrente, retirar o excesso de água e borrifar antisséptico bucal nas cerdas antes de guardar. O armazenamento deve ser feito em um porta-escova fechado no banheiro ou no porta-escova portátil. Estes dispositivos também devem ser sempre limpos após o uso. Tubos de pasta de dentes e caixas de fio dental precisam estar sempre bem guardados.
Banheiro limpinho
Atitudes simples que podem prevenir as consultas a consultórios
1-Não descuidar do básico
Em um momento em que as pessoas ainda estão lidando com as mudanças e se adaptando à nova rotina, elas podem deixar ou até mesmo esquecer de seguir os cuidados diários e essenciais: a escovação correta, três vezes ao dia, e o uso do fio dental.
2-Alimentar-se corretamente
Aliada à escovação e ao uso do fio dental, uma dieta saudável e a diminuição do açúcar ajudam também na prevenção a cáries. Quem sofre de retração ou trauma gengival e raiz exposta deve evitar principalmente os alimentos ácidos.
3-Não utilizar remédios caseiros
Não há recomendação para que se faça a utilização de remédios caseiros, principalmente porque eventualmente podem causar problemas ainda maiores. Outra questão é a automedicação. Independentemente do motivo – sintomas de gripe ou dor no dente –, tomar remédios sem orientação profissional não é recomendável.
4-Evitar traumas
Pode parecer óbvio, mas neste momento de tensão e ansiedade em que todos vivemos, é importante cuidar do “apertamento” do maxilar, conhecido também como ranger dos dentes, que pode ocasionar dores e traumas nos canais.
5-Casos de emergência
Uma situação de dor pulsante ou fratura no dente não pode ser deixada para depois. Na OrthoDontic, que mesmo em regime de home office estão de plantão, respondendo às perguntas dos clientes pelos canais de atendimento online da rede. Em caso de urgência, o paciente receberá atendimento exclusivo, na própria clínica, um ambiente esterilizado e seguro para todos.
O que fazer para evitar tocar a mão no rosto
Sabemos que com a pandemia devemos ter o dobro de cuidados com a nossa higiene pessoal, e isso também inclui a região bucal, que é um dos locais de maior risco de contaminação, principalmente porque temos o costume de colocar a mão no rosto diversas vezes no dia. O cirurgião dentista Gustavo Menegucci destaca que é necessário estar atento à saúde bucal para prevenir o contágio. “Problemas bucais podem contribuir para a debilitação da imunidade já que na boca existem milhares de bactérias que podem causar infecções e debilitar o sistema imune”, aponta.
Já dizia o grande sábio Confúcio, há 1400 anos atrás, que a boca é a porta de entrada de quase todas as doenças. Sabemos que no fim do século XIX, focos de infecção odontológica já eram relacionados com o início e progressão de várias doenças inflamatórias. Tocar o rosto com as mãos constantemente e levar mãos e objetos à boca, sucumbindo a tiques involuntários é um convite a todos os vírus e bactérias para entrarem no seu corpo”, ressalta.
Para ajudar você a se prevenir de infecções e doenças como o coronavírus, controlando a sua ansiedade e melhorando a higiene bucal e pessoal, o Dr. Menegucci traz alguns conselhos úteis que farão a diferença. Confira:
1- Tenha um objeto em mãos
Se mantiver as mãos ocupadas, é menos provável que insista no hábito de tocar o rosto. Para controlar a sua ansiedade e manter as mãos ocupadas uma boa solução pode ser uma bolinha anti-estresse, por exemplo.
Se tem por costume tocar no rosto enquanto está a raciocinar sobre alguma coisa no seu local de trabalho, tente habituar-se antes a mexer no relógio, num anel ou num elástico para o cabelo que tenha em redor do pulso.
2- Esfregue as mãos
Outro truque pode ser esfregar as mãos se elas estiverem paradas ou colocá-las no bolso até que necessite delas para voltar ao trabalho. Mas não se esqueça de lavar regularmente e desinfetar qualquer um destes objetos.
3- Lave as mãos com sabonetes aromatizados
Para assumir o controle de vez e parar de levar a mão ao rosto e próximo da boca é preciso detectar a origem desta mania. Para isso, experimente usar sabonetes com cheiros intensos para lavar as mãos. Assim, é mais provável que se aperceba da proximidade das suas mãos ao rosto de cada vez que as movimenta em direção à cara.
4- Cobrir as unhas com verniz azedo ou pimenta
Esta tática é um pouco mais radical, mas costuma ser aplicada com sucesso em crianças e adultos. Cubra as unhas com um verniz azedo ou com extrato suave de pimenta. A tarefa de não tocar no rosto, sobretudo nas mucosas, pode ser especialmente difícil para quem tem o hábito de roer as unhas.
Caso esta técnica ancestral não funcione, usar luvas. Esta última opção pode ser boa porque, ao tocar com o tecido em qualquer outra parte do rosto, isso travará o movimento.
Com Assessorias