Março Amarelo é o Mês Mundial de Conscientização da Endometriose, doença que atinge cerca de 10% da população feminina em idade reprodutiva, impactando a qualidade de vida e a produtividade da mulher. De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que uma em cada 10 mulheres sofra com os sintomas da doença e desconheça a sua existência.

O diagnóstico precoce é um dos maiores desafios da doença, já que seus sintomas se confundem com reações comuns do período menstrual. Sem tratamento, ela pode atingir formas graves, como a chamada endometriose profunda, que tem sintomas mais severos e deixam a mulher incapacitada para uma rotina normal.

Por isso, o Março Amarelo tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de realizar exames preventivos que ajudem a identificar a endometriose. O diagnóstico é feito por meio de exame ginecológico clínico, que pode ser confirmado por exames laboratoriais e de imagem.

Entretanto, se realizado tardiamente, pode levar à infertilidade, presente em até 40% das mulheres com endometriose. O desconhecimento da doença, mesmo por parte de profissionais da área de saúde, pode fazer com que uma mulher demore de 7 a 12 anos para ser diagnosticada.

“Nem sempre o diagnóstico é realizado logo de início, podendo levar até 10 anos para ser feito. Essa é a maior dificuldade, já que as dores da endometriose podem ser confundidas com dores rotineiras do ciclo menstrual. Por isso a importância da data”, explica o ginecologista Patrick Bellelis, especialista em endometriose.

Segundo ela, é fundamental dar visibilidade ao assunto, conscientizar profissionais de saúde e orientar cada vez mais mulheres a perceberem os sinais do corpo e buscarem ajuda médica quando necessário. “Principalmente quando as dores começam a afetar a qualidade de vida, é preciso investigar a fundo o possível desenvolvimento da doença”.

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Como identificar os sinais de alerta

Entre os principais sintomas da endometriose que afetam a vida da mulher, destacam-se as cólicas de forte intensidade e a dificuldade em engravidar. No segundo caso, é natural que as mulheres busquem ajuda profissional, quando desejam ter um filho. Mas no caso das cólicas, isso nem sempre acontece.

“Observar essas dores é importante para identificar se é o caso de recorrer a um médico. Cólicas de maior intensidade, que afetam a rotina, ou com características diferentes das habituais devem ser encaradas como sinal de alerta”, frisa Bellelis.

Outros sinais que não devem ser ignorados durante o ciclo menstrual são dor durante a relação sexual, dor e sangramento ao urinar ou evacuar e dores nas costas. Sintomas fora do período menstrual também merecem atenção. A indicação do especialista é que, ao sentir qualquer coisa fora do normal, durante o ciclo ou fora dele, a mulher procure um ginecologista para que o quadro seja investigado e se dê início a um tratamento o quanto antes, se necessário.

“É comum que as pacientes procurem ajuda médica apenas porque estão com dificuldades de engravidar, assim como há casos, infelizmente, de mulheres que procuram diversos profissionais até conseguirem um diagnóstico correto. As mulheres precisam observar seu corpo, estar atentas aos sinais e investigar qualquer sintoma, porque o diagnóstico precoce é capaz de prevenir sequelas e permitir um tratamento que pode garantir o controle da endometriose e a qualidade de vida”.

endometriose acontece quando células do endométrio, a camada interna do útero que é expelida na menstruação, acabam se depositando fora da cavidade uterina, causando reações inflamatórias e lesões. Elas podem se acumular nos ovários, na cavidade abdominal, na região da bexiga, intestinos, entre outros locais, podendo até mesmo formar nódulos que afetam o funcionamento de órgãos do corpo.

 “É uma doença inflamatória induzida pela disposição do endométrio fora do lugar próprio dele, que é a cavidade do útero, na parte interior do útero. O endométrio forra o útero por dentro, e descama todas as vezes em que a mulher – que preparou o endométrio para ficar grávida – não engravida. Com isso, ele descama, e essa descamação é que caracteriza a menstruação”, esclarece o médico Elsimar Coutinho.

Ele explica que as mulheres menstruadas estão eliminando o endométrio preparado para uma gravidez que não aconteceu. “Esse endométrio sai junto com o sangue menstrual, e o sangue menstrual não é sangue puro, e sim misturado com o endométrio”, pontua. Apesar dessas características, Dr. Elsimar pondera que nem sempre esse processo ocorre da maneira esperada.

“Esse endométrio, ao invés de ser eliminado, pode ser levado para dentro da cavidade abdominal, entrando pelas trompas e derramando em cima do intestino, no chamado mesentério. Esse endométrio está vivo, são células vivas, normais, que podem reproduzir, se multiplicar, e é isso que acontece, caracterizando a endometriose“, explica.

Com Assessorias

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