Quatro vírus circulando ao mesmo tempo em todo o Brasil acendem o alerta para o aumento dos casos de infecções respiratórias na maior parte do país, num momento em que enfrentamos ainda uma epidemia de casos de dengue sem precedentes na história. Sars-CoV-2 (covid-19), influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e, mais recentemente, também o rinovírus ameaçam a saúde da população neste finalzinho de verão. O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

“Infelizmente, a gente está enfrentando um aumento nas internações associadas a essas infecções respiratórias em praticamente todo o país. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o que está mais espalhado no país nesse momento, especialmente entre as crianças pequenas, em todas as regiões”, alertou o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz).

A quem está apresentando sintomas de alguma virose respiratória, ele recomendou repouso, atendimento em casa sob orientação médica e que evitem sair para não espalhar mais o vírus. “Se precisar sair por algum motivo, use uma boa máscara, que vai diminuir a velocidade do vírus”, ressalta. Nos ambientes hospitalares e demais unidades de saúde, é fundamental o uso de máscara, para evitar exposição a esses vírus. “E lembrando que para Covid e gripe, a vacina tem que estar em dia”, destacou o especialista.

Mais casos de SRAG por covid nos estados do Centro-Sul

O boletim destaca que os casos de SRAG por covid-19 aumentaram nos estados do Centro-Sul. Em Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, a análise aponta desaceleração do crescimento de SRAG em idosos nas últimas semanas.

Já os casos de SRAG por influenza A (gripe) aumentaram em estados do Nordeste, Sudeste e Sul. Nessas duas últimas regiões, os casos ocorrem em combinação com o aumento por covid-19.

Já em relação às ocorrências associadas ao VSR, verifica-se crescimento em estados de todas as regiões brasileiras. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 10 (de 3 a 9 de março), o estudo tem como base dados inseridos até 11 de março.

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1.218 mortes por síndrome respiratória este ano

Em nível nacional, o cenário atual sugere sinal de expansão nas tendências tanto de longo prazo (últimas 6 semanas) como de curto prazo (últimas 3 semanas).

No ano epidemiológico 2024, já foram notificados 16.550 casos positivos de SRAG, sendo 6.639 (40,1%) para algum vírus respiratório, 6.778 (41,0%) negativos. Pelo menos 2.183 (13,2%) aguardam resultado laboratorial.

Com relação aos casos de SRAG, já foram registrados este ano 1.218 óbitos, sendo 725 (59,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 400 (32,8%) negativos, e ao menos 54 (4,4%) estão aguardando resultado laboratorial.

Entre os positivos, 5,2% são influenza A; 0,3% são influenza B; 1,2% são VSR; e 90,9% são Sars-CoV-2 (covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, houve prevalência, entre os casos positivos, de 7,6% para influenza A; 0% para influenza B; 1,3% para VSR; e 89% para Sars-CoV-2 (covid-19), aponta o boletim.

Crianças e idosos são  os mais afetados

A SRAG segue impactando crianças de até dois anos de idade, tendo VSR como principal agente desse crescimento de casos. O vírus da gripe vem aumentando a ocorrência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. A incidência de SRAG por covid-19 mantém maior impacto nas crianças pequenas e na população a partir de 65 anos de idade.

Já a mortalidade da SRAG tem se mantido mais elevada nos idosos, com predomínio de covid-19. O aumento recente no grupo de 5 a 14 anos constatado na análise pode estar relacionado ao rinovírus, à influenza e ao Sars-CoV-2 (covid-19). Entre os casos positivos deste ano, 10,1% são influenza A; 0,3% são influenza B; 12,7% são VSR; e 65,4% são Sars-CoV-2.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 14,2% para influenza A, 0,3% para influenza B; 14,5% para VSR; e 61,1% para Sars-CoV-2 (covid-19).

Estados e capitais

 

O novo boletim mostra que 24 estados apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimos seis meses). São eles:

Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Entre as capitais, 20 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG:

Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Com informações da Agência Fiocruz

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