Com 17 casos suspeitos de infecção pelo Novo Coronavírus (Covid-19) sob monitoramento das autoridades sanitárias, o Estado do Rio de Janeiro  garante que está preparado para as ações de enfrentamento à doença. O Governo do Estado já prepara a abertura de um hospital com 75 leitos exclusivamente dedicados a atender pacientes da doença, caso venha a ser atingido por um surto. Outra ala em outra unidade, com 20 leitos, também está no planejamento para ser inaugurada.

Estamos em alerta máximo e preparados para enfrentar o novo coronavírus. Desde o início do ano, trabalhamos na organização de um plano de resposta eficiente e ágil para enfrentar este novo vírus. Em cerca de 40 dias, teremos 75 leitos reservados para o isolamento de pacientes com coronavírus com indicação de internação hospitalar”, afirmou  o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, na tarde de sexta-feira (28/2).

Os 17 casos suspeitos registrados até aquele momento são nos seguintes municípios: Rio de Janeiro (8, sendo seis residentes e dois estrangeiros), Niterói (3), Maricá (1), Macaé (1), Nova Friburgo (1), Resende (1) e Nova Iguaçu (1 estrangeiro). Além desses, uma notificação foi feita por Niterói, mas o local da residência ainda está sendo investigado. Os pacientes apresentam sintomas respiratórios e têm histórico de viagem para países com circulação ativa do vírus.

Secretário de Saúde, Edmar Santos, diz que o Rio está preparado (Foto: Maurício Bazílio/SES)

De acordo com Edmar Santos, o esclarecimento da população é necessário para que o pânico não se instale. Segundo ele, a estratégia do Governo do Rio, que segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, é ter a secretaria estadual como ponto focal das informações sobre o novo coronavírus.  Santos garantiu que não há caso confirmado no estado, lembrando que os dois únicos casos confirmados no Brasil estão em São Paulo.

Além disso, não há evidência, até o momento, de que o coronavírus esteja circulando em nosso meio, quer seja no Brasil, mesmo em São Paulo, ou no Rio. Isso é muito importante porque muda significativamente as medidas que precisamos adotar. É diferente receber casos que vieram de fora, ou seja, importados de maneira isolada, do que ter o vírus circulando em nosso meio, com uma transmissão sustentada no próprio estado”, reafirmou.

Combate à fake news para evitar o pânico

Ele também alerta para o combate às fake news, que podem gerar pânico na população e até mesmo atrapalhar o planejamento para enfrentar uma possível epidemia no estado. Segundo ele, a Secretaria de Polícia Civil já está atuando para identificar possíveis autores de fake news em relação à doença.

Um dos objetivos neste momento é também o combate às notícias falsas. Eu serei o porta-voz das notícias boas ou más. Quero deixar isso claro para a população do Rio de Janeiro. Não existe a possibilidade de o vírus chegar ao estado ou, em outro momento, estar circulando e a Secretaria de Saúde não ir a público assumir. Isso é para que se tenha uma única voz no estado, que está em perfeita harmonia com o Ministério da Saúde”, disse o secretário.

O diretor de Polícia Especializada, delegado Delmir da Silva Gouvea, afirmou que investigações estão em curso para apurar a disseminação de notícias falsas na internet.

Infelizmente, nestes momentos de crise, há pessoas que se aproveitam para difundir notícias falsas, causando pânico e tumulto na população. Esse fato é tipificado criminalmente e, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, está atuando a fim de identificar qualquer pessoa que pratique qualquer ato que venha a produzir pânico ou tumulto. Esses atos são de formas diversas, especialmente fake news, quando um fato, que é apenas uma suspeita, passa a ser um fato concreto. A divulgação certa e precisa vai auxiliar no tratamento das pessoas que vierem precisar”, declarou o delegado.

Casos notificados x casos suspeitos

O secretário lembra que o Rio de Janeiro está no nível 0, em uma escala de zero a três, quando há casos importados notificados ou confirmados. Santos ainda ressalta que é preciso também diferenciar os casos notificados de suspeitos.

Notificados – Ainda não é considerado como caso suspeito, já que depende de avaliação de critérios definidos pelas autoridades sanitárias

Suspeitos – Caso atende aos critérios das autoridades e será confirmado ou descartado com base em análise laboratorial

É absolutamente normal que o nervosismo faça aparecer muitas notificações. Mas quero esclarecer a diferença entre o que é uma notificação e uma suspeita de contaminação pelo vírus. Toda vez que chega alguém com a possibilidade de infecção respiratória, com febre, tosse e falta de ar, o profissional de saúde pode notificar o departamento de vigilância sanitária municipal ou estadual sobre aquele caso. Mas ele não se torna um caso suspeito apenas pela notificação”, esclarece.

Ainda segundo ele, a definição de suspeita é a de pessoas que estiveram em área de contágio e apresentaram febre e mais outro sintoma de problema respiratório. Ou ainda pessoas que tiveram contato direto com quem teve infecção confirmada pelo coronavírus e que passou a  apresentar febre e outro sintoma de problema respiratório. “Esse é o quadro dos 17 casos suspeitos no Rio de Janeiro que estamos acompanhando”, destacou o secretário.

Plano de contingência

A Secretaria de Saúde estabeleceu, desde o dia 31 de janeiro de 2020, um plano de contingência para enfrentar um possível surto de coronavírus, capaz de provocar epidemias e pode evoluir a pandemias. o. Para proteger o cidadão fluminense do COVID-19, a SES definiu objetivos estratégicos, a fim de evitar a disseminação do vírus entre uma população sem imunidade para este subtipo viral.

O plano emergencial tem a intenção de sistematizar ações e procedimentos de responsabilidade da esfera estadual de governo, precavendo-se e organizando o enfrentamento de tudo aquilo que sair da normalidade. Ficou decidido que a Saúde estadual vai apoiar, em caráter complementar, os gestores municipais no combate a um possível surto do Covid-19.

Com isso, a Secretaria iniciou a preparação do plano de contingência em funcionamento no Nível Zero. Os demais níveis de acionamento (um, dois e três) são organizados de acordo com parâmetros epidemiológicos, como números de casos.

O primeiro objetivo estratégico do plano de contingência é intensificar medidas de segurança para conter a transmissão humano a humano, incluindo as infecções secundárias entre pessoas próximas e profissionais de saúde. Caso uma pessoa apresente sintomas e sinais de doenças respiratórias, ela será identificada imediatamente, isolada e atendida da forma como preconiza a OMS e o Ministério da Saúde.
O terceiro item abordado no tópico sobre os objetivos estratégicos do plano aponta para a comunicação do problema: os riscos e casos registrados no Estado do Rio de Janeiro devem ser informados à sociedade o mais rápido possível para, entre outras coisas, combater a desinformação e as perigosas fake news.

Organização da resposta a um possível surto

– Nível Zero – Casos importados notificados ou confirmados.
– Nível de Ativação 1 – Transmissão autóctone de Coronavírus no estado do Rio de Janeiro.
– Nível de Ativação 2 – Transmissão sustentada na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
– Nível de Ativação 3 – Quando as ações e atividades orientadas para serem realizadas no Nível 2 de ativação forem insuficientes como medidas de controle e para a organização da rede de atenção na resposta. E, ainda, quando a rede de atendimento definida for incapaz de atender à demanda. Caso o surto chegue a esse nível, além de todas as unidades citadas anteriormente, será criado pela Secretaria de Estado de Saúde um hospital de campanha e as Forças Armadas serão acionadas. Haverá ainda a utilização de leitos em unidades especializadas, com a suspensão de cirurgias eletivas.

Processo de confirmação ou descarte de casos

Caso o paciente esteja com os sintomas do Coronavírus e tenha viajado para países com circulação ativa do vírus, o primeiro passo é procurar uma unidade de saúde para buscar assistência. No local, o profissional da unidade vai colocar em prática o protocolo de atendimento para casos a serem investigados – como uso de equipamento de segurança e isolamento do paciente -, além de notificar a Vigilância Municipal a respeito do caso.
Além disso, o profissional de saúde realizará coleta do material para análise, que será entregue pela Vigilância Municipal ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ). No Lacen, o material é dividido em duas partes. Uma parte da amostra é analisada na própria unidade, investigando vírus respiratórios comuns, e a outra é enviada à Fiocruz, que realiza a testagem para o coronavírus. A SES esclarece ainda que o acompanhamento do paciente e pessoas que entraram em contato com ela é realizado pela Vigilância Municipal de cada cidade.

Medidas de prevenção

– Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;

– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;

– Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;

– Evitar ambientes com muita aglomeração;

– Utilizar álcool em gel nas mãos.

O que fazer em caso de suspeita

Se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus deve:

– Cobrir o rosto com máscara cirúrgica;

– Ir à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima;

– Seguir as orientações dos profissionais de saúde;

– Seguir as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.

Dúvidas
Esclareça dúvidas sobre o novo coronavírus no link http://bit.ly/PerguntasERespostasCoronavirus.
Fonte: SES-RJ, com Redação

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *