Estamos em alerta máximo e preparados para enfrentar o novo coronavírus. Desde o início do ano, trabalhamos na organização de um plano de resposta eficiente e ágil para enfrentar este novo vírus. Em cerca de 40 dias, teremos 75 leitos reservados para o isolamento de pacientes com coronavírus com indicação de internação hospitalar”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, na tarde de sexta-feira (28/2).
Os 17 casos suspeitos registrados até aquele momento são nos seguintes municípios: Rio de Janeiro (8, sendo seis residentes e dois estrangeiros), Niterói (3), Maricá (1), Macaé (1), Nova Friburgo (1), Resende (1) e Nova Iguaçu (1 estrangeiro). Além desses, uma notificação foi feita por Niterói, mas o local da residência ainda está sendo investigado. Os pacientes apresentam sintomas respiratórios e têm histórico de viagem para países com circulação ativa do vírus.
De acordo com Edmar Santos, o esclarecimento da população é necessário para que o pânico não se instale. Segundo ele, a estratégia do Governo do Rio, que segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, é ter a secretaria estadual como ponto focal das informações sobre o novo coronavírus. Santos garantiu que não há caso confirmado no estado, lembrando que os dois únicos casos confirmados no Brasil estão em São Paulo.
Além disso, não há evidência, até o momento, de que o coronavírus esteja circulando em nosso meio, quer seja no Brasil, mesmo em São Paulo, ou no Rio. Isso é muito importante porque muda significativamente as medidas que precisamos adotar. É diferente receber casos que vieram de fora, ou seja, importados de maneira isolada, do que ter o vírus circulando em nosso meio, com uma transmissão sustentada no próprio estado”, reafirmou.
Combate à fake news para evitar o pânico
Ele também alerta para o combate às fake news, que podem gerar pânico na população e até mesmo atrapalhar o planejamento para enfrentar uma possível epidemia no estado. Segundo ele, a Secretaria de Polícia Civil já está atuando para identificar possíveis autores de fake news em relação à doença.
Um dos objetivos neste momento é também o combate às notícias falsas. Eu serei o porta-voz das notícias boas ou más. Quero deixar isso claro para a população do Rio de Janeiro. Não existe a possibilidade de o vírus chegar ao estado ou, em outro momento, estar circulando e a Secretaria de Saúde não ir a público assumir. Isso é para que se tenha uma única voz no estado, que está em perfeita harmonia com o Ministério da Saúde”, disse o secretário.
O diretor de Polícia Especializada, delegado Delmir da Silva Gouvea, afirmou que investigações estão em curso para apurar a disseminação de notícias falsas na internet.
Infelizmente, nestes momentos de crise, há pessoas que se aproveitam para difundir notícias falsas, causando pânico e tumulto na população. Esse fato é tipificado criminalmente e, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, está atuando a fim de identificar qualquer pessoa que pratique qualquer ato que venha a produzir pânico ou tumulto. Esses atos são de formas diversas, especialmente fake news, quando um fato, que é apenas uma suspeita, passa a ser um fato concreto. A divulgação certa e precisa vai auxiliar no tratamento das pessoas que vierem precisar”, declarou o delegado.
Casos notificados x casos suspeitos
O secretário lembra que o Rio de Janeiro está no nível 0, em uma escala de zero a três, quando há casos importados notificados ou confirmados. Santos ainda ressalta que é preciso também diferenciar os casos notificados de suspeitos.
Notificados – Ainda não é considerado como caso suspeito, já que depende de avaliação de critérios definidos pelas autoridades sanitárias
É absolutamente normal que o nervosismo faça aparecer muitas notificações. Mas quero esclarecer a diferença entre o que é uma notificação e uma suspeita de contaminação pelo vírus. Toda vez que chega alguém com a possibilidade de infecção respiratória, com febre, tosse e falta de ar, o profissional de saúde pode notificar o departamento de vigilância sanitária municipal ou estadual sobre aquele caso. Mas ele não se torna um caso suspeito apenas pela notificação”, esclarece.
Ainda segundo ele, a definição de suspeita é a de pessoas que estiveram em área de contágio e apresentaram febre e mais outro sintoma de problema respiratório. Ou ainda pessoas que tiveram contato direto com quem teve infecção confirmada pelo coronavírus e que passou a apresentar febre e outro sintoma de problema respiratório. “Esse é o quadro dos 17 casos suspeitos no Rio de Janeiro que estamos acompanhando”, destacou o secretário.
Plano de contingência
A Secretaria de Saúde estabeleceu, desde o dia 31 de janeiro de 2020, um plano de contingência para enfrentar um possível surto de coronavírus, capaz de provocar epidemias e pode evoluir a pandemias. o. Para proteger o cidadão fluminense do COVID-19, a SES definiu objetivos estratégicos, a fim de evitar a disseminação do vírus entre uma população sem imunidade para este subtipo viral.
O plano emergencial tem a intenção de sistematizar ações e procedimentos de responsabilidade da esfera estadual de governo, precavendo-se e organizando o enfrentamento de tudo aquilo que sair da normalidade. Ficou decidido que a Saúde estadual vai apoiar, em caráter complementar, os gestores municipais no combate a um possível surto do Covid-19.
Com isso, a Secretaria iniciou a preparação do plano de contingência em funcionamento no Nível Zero. Os demais níveis de acionamento (um, dois e três) são organizados de acordo com parâmetros epidemiológicos, como números de casos.
Organização da resposta a um possível surto
Processo de confirmação ou descarte de casos
Medidas de prevenção
– Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;
– Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;
– Evitar ambientes com muita aglomeração;
– Utilizar álcool em gel nas mãos.
O que fazer em caso de suspeita
Se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus deve:
– Cobrir o rosto com máscara cirúrgica;
– Ir à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima;
– Seguir as orientações dos profissionais de saúde;
– Seguir as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.