Durante a Páscoa, é comum que as pessoas se deliciem com chocolates. A data comemorativa, que este ano acontece em 9 de abril, é marcada tradicionalmente pela troca de chocolates, uma das grandes apostas do comércio para a venda de produtos, como ovos de chocolate, barras e caixas de bombons.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) a indústria de chocolates registrou, no primeiro semestre de 2022, um crescimento de 11,43% na produção de chocolates, se comparado ao mesmo período do ano anterior. No total, foram 370 mil toneladas, ante 332 mil produzidas em 2021.

Porém, em meio a tantas guloseimas, como preservar o bem-estar dos consumidores, já que o consumo excessivo pode prejudicar a saúde? Ouvimos duas especialistas a respeito. Confira:

Quanto mais cacau, melhor para a saúde

Nutricionista clínica do São Cristóvão Saúde, Danielle de Paula Scaldelai Ferreira traz uma série de dicas para quem gosta de celebrar a data e pretende focar em produtos mais saudáveis. Pós-graduada em nutrição clínica funcional e pós-graduanda em nutrição em oncologia, Ferreira defende que a opção com maior teor de cacau é sempre a melhor.

“O fruto do cacau é um alimento com diversos benefícios, como os compostos bioativos, entre eles os flavonóides. Ao serem ingeridos, desempenham atividade anti-inflamatória e antioxidante em nosso corpo, contribuindo para a circulação sanguínea, saúde cardiovascular, o combate ao envelhecimento celular precoce, além de auxiliarem na melhora do nosso humor”.

De acordo com a especialista, a única diferença significativa entre as opções caseiras e industriais, do ponto de vista nutricional, refere-se ao tipo de chocolate utilizado. A nutricionista destaca algumas classificações de chocolates, que podem ser encontradas nas embalagens de ovos de Páscoa ou nas barras usadas em preparos artesanais:

Cuidados

“Tanto para o público infantil quanto o adulto, portanto, recomendo observar o tipo de chocolate, que tem impacto no valor nutricional e no teor de açúcar dos produtos”, ressalta Danielle de Paula. Além disso, segundo a especialista, é importante levar em consideração as recomendações de boas práticas em produção de alimentos e produtos alimentícios para minimizar o risco de contaminação. Essas recomendações podem ser contempladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Do ponto de vista higiênico-sanitário, é importante considerar o prazo de validade do alimento e se a embalagem se encontra violada. “No caso do ovo caseiro, também devem ser observadas as formas de manipulação e cuidados higiênicos que o produtor tem ao preparar cada produto, além das condições de armazenamento, para minimizar risco de contaminação e danos à saúde”, orienta a nutricionista.

Chocolate pode na dieta?

A nutricionista Bruna Lima, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, dá dicas para um consumo saudável de alimentos neste período. Confira as orientações da especialista:

  • Moderação é a chave: os ovos de chocolate, são ricos em calorias, açúcares e gorduras, portanto, a quantidade consumida deve ser moderada. É importante ter cautela na quantidade e na frequência do consumo. Além disso, é preciso estar atento à composição nutricional dos chocolates escolhidos.
  • Prefira os chocolates amargos: são os mais indicados para consumo, pois contêm alto teor de cacau e pouca adição de açúcar, além de serem ricos em antioxidantes que auxiliam na diminuição dos níveis de LDL (mau colesterol) e da pressão arterial.
  • Escolha bem os chocolates: é importante ler os rótulos dos produtos para saber a quantidade de carboidratos contida em cada porção. Por exemplo, 25 gramas de chocolate ao leite têm em média 13 gramas de carboidratos, que equivale a uma fruta média, uma fatia de pão de forma, um copo de leite integral ou uma colher de açúcar.
  • No ano passado, a nova rotulagem de alimentos foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A partir de então, uma imagem de lupa virá na parte frontal dos alimentos industrializados e os consumidores poderão facilmente visualizar se esses produtos contêm quantidades em excesso de açúcares, sódio e gorduras saturadas em sua composição.
  • Se for consumir o chocolate ou qualquer outra sobremesa, prefira fazê-lo logo após as refeições: isso pode amenizar os efeitos do chocolate sobre a glicemia. A presença de outros nutrientes, como as fibras encontradas em leguminosas, legumes e folhas verde-escuras, faz com que a absorção não seja tão imediata e não eleve tão bruscamente a taxa glicêmica.

Qual o melhor tipo de chocolate?

 

Chocolate de soja

Ideal para veganos e pessoas com intolerância alimentar. A quantidade recomendada deve ser igual a 30 gramas.
 

 

 

 

Chocolate Amargo

Contém grãos de cacau torrados, sem adição de leite, com pouca adição de açúcar. Estudos recentes sugerem que antioxidantes presentes no chocolate amargo, auxiliam na diminuição dos níveis de LDL (mau colesterol) e da pressão arterial. Existem chocolates extra-amargos (75 a 85% de cacau), amargos (50 a 75% de cacau) e meio amargo (35 a 50% de cacau). Mesmo com tantas propriedades devem ser consumidos com moderação: 30 gramas.
 

 

Chocolate Diet

É composto por massa e manteiga de cacau, leite em pó e adoçantes (sorbitol, sacarina, sucralose, aspartame). Apesar de não conter açúcar em sua composição o chocolate diet apresenta alto teor de gordura, contribuindo para o aumento de peso, portanto, influenciando no controle glicêmico.
 

Chocolate ao Leite

Contém cerca de 30% de cacau, os 70% restantes são açúcar, manteiga de cacau, leite, soro lácteo, emulsionante e aromas. A quantidade consumida deve ser de no máximo 30 gramas.
 

 

Chocolate Branco

Apresenta um alto teor de gordura saturada em sua composição. É produzido a partir da manteiga de cacau, sem propriedades benéficas.

Tenho diabetes posso comer chocolate?

Quem tem diabetes deve redobrar a atenção. A ingestão diária dos carboidratos, somados ao consumo de chocolates, pode impactar o controle da glicemia.

“Quem faz uso de insulina para dar cobertura nas refeições, deve ajustar a dose de acordo com a quantidade do carboidrato a ser ingerido, conforme prescrição médica. E para aqueles que tomam medicação regular, que não abandonem o tratamento”, indica a nutricionista.

Furei a dieta e agora?

Se por acaso você furar a dieta na Páscoa, o ideal é não se desesperar. É importante lembrar que momentos de celebração são importantes e não devem ser fonte de culpa.

“O ideal é manter o controle glicêmico e as medicações prescritas pelos médicos mesmo durante o feriado e, após os dias de festas, retomar a dieta normalmente no próximo dia e evitar repetir os excessos. Além disso, é importante manter a atividade física, hidratação, alimentação balanceada nos dias seguintes para equilibrar a ingestão de calorias e nutrientes,” completa.

Classificações de chocolate

  • Chocolate fracionado: tem a massa de cacau substituída parcialmente pela gordura vegetal, como o óleo de palma;
  • Chocolate hidrogenado: a massa de cacau é substituída por gordura vegetal hidrogenada, conhecida como gordura trans, que é prejudicial para a saúde cardiovascular;
  • Teor de cacau: corresponde ao nível de cacau no produto. O chocolate ao leite, por exemplo, tem uma menor concentração de cacau quando comparado ao meio amargo ou aquele com porcentagens maiores, como 60% ou 70% cacau.

Com Assessorias

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *