Estudos apontam que o menos de 10% das pessoas que sofrem uma parada cardíaca em um ambiente fora de um hospital são ressuscitadas por gente ao seu redor. E entre elas, menos de 30% sobrevivem com boa qualidade de vida. Diante dessa urgência, é necessário que todas as pessoas saibam como prestar um primeiro atendimento emergencial, incluindo as crianças. Isso mesmo, afinal, muitas delas podem estar sozinhas com um adulto que passe mal e precisará saber também como agir.

Neste sentido, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor e a ONG Kids Save Lives Brasil realizam na manhã desta segunda-feira, dia 18, uma oficina de primeiros socorros para crianças, focada em ressuscitação cardíaca e desobstrução de vias aéreas. No Rio de Janeiro, dez crianças previamente escolhidas pela equipe receberam o treinamento, que também estará aberto a crianças e adultos que estiverem visitando o Cristo e desejem participar da atividade.

Quando a pessoa tem uma parada cardíaca em ambiente extra-hospitalar, quem está presente para ajudar é um familiar, amigo ou vizinho. Esse primeiro atendimento vai garantir tanto a sobrevida do paciente quanto a sua qualidade de vida. Por isso é tão importante que todas as pessoas tenham esse conhecimento e ajam na hora certa, para evitar mortes e sequelas graves. A conscientização e o treinamento são essenciais para todo cidadão,” afirma a fisioterapeuta Naomi Kondo, coordenadora do Kids Save Lives Brasil.

Segundo ela, o treinamento tem um potencial multiplicador muito grande, já que aqueles que aprendem as técnicas de ressuscitação podem passar o conhecimento adiante. Naomi ressalta que o treinamento já salvou diversas vidas e cita exemplos como o da diretora de escola que, três anos depois de receber o treinamento, salvou a vida da neta, que estava engasgada. “Uma agente de educação salvou o filho de sete anos, que havia engasgado com um pedaço de comida, um mês depois de receber o treinamento”, conta.

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Treinamento com crianças é realizado em outros países

Segundo ela, nos Estados Unidos e em países da Europa, afirma ela, é exigido que crianças e adolescentes recebam esse treinamento periodicamente nas escolas. Por aqui, o objetivo do treinamento Kids Save Lives Brasil é capacitar crianças a partir dos 4 anos de idade para serem capazes de fornecer auxílio imediato a uma pessoa que tenha sofrido parada cardíaca ou que tenha as vias aéreas obstruídas, até a chegada do socorro médico.

O treinamento é adaptado à idade do participante. Crianças de 4 a 8 anos aprendem a ressuscitação cardiopulmonar por meio de uma música e com auxílio de uma dramatização, que também inclui a necessidade de pedir ajuda aos serviços de emergência. De 8 a 12 anos, o treinamento inclui técnicas de desobstrução de vias aéreas. Para crianças a partir dos 12 anos, adultos e idosos, o treinamento também inclui o uso do desfibrilador externo automático.

O Kids Save Lives Brasil é uma representação brasileira do projeto Kids Save Lives, que começou na Europa e já se espalhou por todo o mundo. O núcleo brasileiro, que funciona desde 2018, é coordenado por uma equipe multidisciplinar da Universidade de São Paulo (USP) e já realizou mais de 12 mil treinamentos em vários estados brasileiros, ensinando crianças, adolescentes, adultos e idosos a socorrer pessoas com paradas cardíacas e obstrução de vias aéreas.

Com informações do INC

 

 

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