No mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre 10 de julho e 6 de agosto, segundo dados da Agência Brasil, com base em informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O aumento de casos de covid-19 na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também preocupa pesquisadores, que já recomendam a volta do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações.
O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16/8, em que recomenda ao corpo social da universidade o retorno do uso de máscaras e a higienização frequente das mãos.
As recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, o que tem sido constatado em outros países e também ao aumento do número de casos que foram diagnosticados no Needier. A nota orienta, ainda, a testagem em caso de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.
O atendimento no CTD/Needier está sendo realizado diariamente (das 8h às 15h) no Pavilhão Clínico (entrada própria), sem necessidade de agendamento prévio. Leia nota na íntegra aqui.
Número de casos diários em queda no Rio
Dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, disponíveis apenas até o dia 8 de agosto, mostravam queda na média móvel de novos casos de covid-19 diagnosticados na cidade. Em 8 de agosto, a média móvel de novos casos diários dos últimos sete dias era 16, enquanto em 8 de julho estava em 36. Em 8 de junho, a média estava em 30.
Os casos de síndrome gripal causadas por todos os agentes infecciosos também apresentavam queda na cidade, assim como no último boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz em 3 de agosto.
Segundo a Fiocruz, os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estavam em queda ou estabilidade na maior parte do país, incluindo o estado e a capital do Rio de Janeiro.
O boletim informou que, nas quatro semanas epidemiológicas anteriores a 3 de agosto, a covid-19 respondia por 23% dos casos da síndrome gripal com resultado positivo para vírus respiratórios.
À Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informou que, nas últimas quatro semanas epidemiológicas (até esta quarta-feira), foram notificados 493 casos de covid-19 no estado, e 12 óbitos causados pela doença. Na última semana, não houve nenhum óbito confirmado no estado.
“Os casos notificados estão distribuídos pelas semanas epidemiológicas da seguinte maneira: Semana 32 (de 6 agosto a 12 de agosto): 115; Semana 31 (de 30 de julho a 5 de agosto): 151; Semana 30 (de 23 de julho a 29 de julho): 116; Semana 29 (de 16 de julho a 22 de julho): 111”, informou a secretaria.
Casos no mundo: aumento de 80%
Cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, um aumento de 80% em relação ao período anterior. As mortes, por outro lado, tiveram uma queda de 57%, graças ao avanço da vacinação em todo o mundo.
Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e mostram que, enquanto diversos países registraram queda de novos casos e de óbitos por covid-19, o leste da Ásia e a Oceania tiveram aumento de novas infecções em meio a uma redução nos óbitos.
“Atualmente, os casos relatados não representam com precisão as taxas de infecção devido à redução de testes e relatórios globalmente. Durante esse período de 28 dias, 44% (103 de 234) dos países relataram pelo menos um caso à OMS – uma proporção que vem diminuindo desde meados de 2022”, destacou a entidade em comunicado.
Eris, nova subvariante da ômicron, preocupa cientistas na Inglaterra
Em reportagem nesta quarta-feira (16), O Globo revelou que cientistas na Inglaterra estão orientando que as pessoas voltem a usar máscaras, em meio a uma preocupante “mutação” da variante da Covid-19.
Além da subvariante da Omicron, a Eris, já ser alvo de preocupação por seu alto grau de mutação e disseminação, uma nova subcepa, que ainda não foi formalmente nomeada, mas é chamada de ‘BA.6’, está levando alguns a temer que um quadro sombrio do novo coronavírus possa surgir nas próximas semanas.
Segundo reportagem do site Mirror, a nova subcepa só foi encontrada, até agora, na Dinamarca e em Israel, mas também possui um nível espantoso e alarmante de mutação, segundo cientistas.
Trisha Greenhalgh, especialista em saúde primária da Universidade de Oxford, escreveu no Twitter: “Meus vários grupos de WhatsApp de ciência estão fervilhando. Clipes e diagramas de linhagem genética voando para frente e para trás. Eu entendo pouco do detalhe, mas parece que é mais uma vez hora de usar máscaras”.
A professora Christina Pagel, matemática da University College London, que é membro efetivo do grupo Independent SAGE, disse na plataforma de mídia social que era “muito cedo” para avaliar, mas admitiu que a variante tem “muitas novas mutações que a tornam diferente das cepas anteriores do Omicron”. Ela acrescentou que isso significa que é “potencialmente mais capaz de causar uma grande onda” de contágio.
Fonte: Conexão UFRJ, Agência Brasil e Globo Online
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