O número de mortes por dengue na cidade do Rio de Janeiro este ano passou de dois para quatro. As vítimas mais recentes são duas mulheres, uma de 71 anos e outra de 24 anos. Ambas moram em bairros da zona oeste do Rio, a região com maior incidência da doença. Desde o início de janeiro, a cidade já tem 52.865 casos da doença.

É mais que o dobro de todo o ano de 2023, quando houve 22.754 casos, e metade do número de casos prováveis (notificados e ainda não descartados) de todo o Estado do Rio, que soma 104.591 casos prováveis de dengue e 15 mortes confirmadas. No país, já são 1.289.897 registros e 329 mortes.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, as duas mulheres apresentaram um quadro de dengue muito grave, com sinais graves de desidratação. “A gente recomenda que, aos primeiros sintomas – febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos – procurem uma unidade de saúde para diagnosticar a doença e realizar o tratamento”, orienta.

Vacinação estendida a adolescentes de 13 e 14 anos

A cidade do Rio de Janeiro começou, nesta quinta-feira (7), a vacinação contra a dengue em adolescentes de 13 a 14 anos. Dessa forma, toda a faixa etária de 10 a 14 anos está coberta pela campanha de vacinação. Esse é o público-alvo determinado pelo Ministério da Saúde. Desde o início da campanha, em 23 de fevereiro, foram aplicadas 48 mil doses da vacina. O objetivo é imunizar todos os 345 mil jovens de 10 a 14 anos.

“A expectativa é vacinar nessa semana ainda 90 mil crianças. Infelizmente a gente teve uma baixa adesão das crianças de 10 e 11 anos”, disse o secretário, lembrando que a Qdenga, do laboratório japonês Takeda, é segura, eficaz e foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A vacina é nova, é natural que haja baixa adesão no início, mas a gente reforça com os pais que é muito segura. Essa criança fica protegida para a vida toda contra a dengue, os quatro sorotipos”.

Onde crianças e adolescentes podem se vacinar

No Rio de Janeiro, a vacina está disponível em todas as 238 unidades de atenção primária do município. Outro ponto de aplicação é no Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, na zona sul, que funciona todos os dias, das 8h às 22h. O Super Centro em Campo Grande, na zona oeste, que fica no ParkShoppingCampoGrande, também funciona todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do shopping.

Para receber o imunizante, o menor de idade deve estar acompanhado de um responsável e apresentar carteira de identidade ou certidão de nascimento. O esquema vacinal é de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.

Jovens que já tiveram dengue também devem receber o imunizante. Quem teve quadro recente de dengue deve esperar 6 meses para receber a vacina. Quem tem sintomas da doença precisa buscar atendimento médico e avaliar a possibilidade da vacinação.

A vacina não é indicada para gestantes, lactantes, pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida — como terapias imunossupressoras, infecção por HIV sintomática ou evidência de função imunológica comprometida — e pessoas com hipersensibilidade aos componentes da vacina.

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Médicos do RJ participam de curso online sobre dengue

Para ampliar o número de médicos capacitados diante do cenário de epidemia de dengue no estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) promoveu na quarta-feira (6/), em parceria com o Conselho Regional de Medicina (Cremerj), o curso on-line “Dengue: atualizações do manejo clínico no Estado”, dirigido para profissionais das redes pública e privada de saúde.

Com o objetivo de ampliar o protocolo já utilizado no SUS-RJ para todos os médicos do Rio de Janeiro, as aulas foram divididas em quatro temas: “Epidemiologia da Dengue no estado”, “Dengue na Gravidez”, “Manejo Clínico do Adulto e do Idoso com Dengue” e “Manejo Clínico na Pediatria”.

“Hoje estamos em uma situação de muito excesso de casos. Em 10 semanas epidemiológicas, já temos o dobro do número de casos de todo ano passado”, enfatizou Luciane Velasques, superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde sobre a gravidade do cenário epidemiológico no estado.

Durante a aula também foi apresentada a ferramenta digital utilizada para aprimorar o diagnóstico de pacientes com dengue e acelerar o atendimento em emergências e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A plataforma está disponível para uso de todos os médicos, podendo ser utilizada por unidades da rede privada e por médicos em seus consultórios particulares. O aplicativo pode ser acessado pelo link.

Instituição para idosos recebe treinamento para ‘brigada’ de combate à dengue

Agentes de combate a endemias realizaram um treinamentos de funcionários do Abrigo Cristo Redentor, a única instituição de longa permanência (ILPI) da rede estadual, localizado em Higienópolis, Zona Norte do Rio. O objetivo da ação é incentivar a formação de brigadas antidengue para identificar os criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Funcionários e gestores da unidade participaram da atividade, que incluiu palestra educativa e a busca ativa de possíveis focos. O local tem 212 idosos residentes, homens e mulheres, em situação de vulnerabilidade e/ou risco social, além do Centro Dia, que oferece atividades multidisciplinares.

“Queremos incentivar a eliminação do vetor nos locais de trabalho, especialmente com a inspeção de possíveis áreas que possam servir de criadouro para o Aedes aegypti. É muito importante a formação dos brigadistas em locais com circulação de pessoas, especialmente em hospitais e UPAs”, disse o agente Alessandro Silva Lessa.

A diretora do abrigo Cristo Redentor, Nádia Aparecida da Silva Pinto, aprovou a ação e incentivou a participação dos colaboradores. Segundo ela, até o momento, não houve casos de dengue entre os residentes.  A equipe de brigadistas reúne todos os colaboradores das unidades, especialmente dos setores de limpeza e manutenção.

“Além dos pontos na parte interna das edificações, os funcionários da manutenção podem verificar as áreas de difícil acesso, como telhados e calhas, que precisam ser acessados com o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) para a limpeza correta dos criadouros”, explicou Lessa.

Durante a palestra, rle também abordou diversos aspectos do ciclo de vida do mosquito da dengue e os números gerais da doença no estado do Rio de Janeiro, por meio da ferramenta Monitora RJ, desenvolvida pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ.

Como exercício prático, a equipe da SES-RJ percorreu as diversas dependências do abrigo, acompanhada dos colaboradores da limpeza e manutenção. O protocolo seguiu o guia de inspeções da campanha “10 minutos contra a Dengue”, com a verificação minuciosa de calhas, vasos de plantas e outros locais para evitar os possíveis criadouros.

Com informações da Agência Brasil, SMS-Rio e SES-RJ 

 

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