Até hoje, passados mais de 30 anos, muitas pessoas que vivem com HIV ainda enfrentam situações de medo, insegurança e exclusão. A trajetória da epidemia que escancarou ignorância e preconceitos no país é contada em ‘Carta para Além dos Muros’. Dirigido por André Canto, o filme investiga o estigma e a discriminação como produtos de uma sociedade que insiste em manter marginalizadas as pessoas que vivem com HIV.

Depois de passar pelos cinemas de 13 capitais do país, o documentário chega na Netflix, Now, Vivo Play e Oi Play para Dia Mundial Contra a Aids (1º de dezembro). Primeiro do gênero a refazer a cronologia do HIV e da AIDS no país, o filme encabeça o projeto #PrecisamosFalarSobreIsso, que também conta com uma série documental para a TV e um livro-reportagem que relatará todo o processo de sua pesquisa e realização.

O Dia Mundial contra a Aids foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil desde 2017, celebra  também o Dezembro Vermelho, um mês inteiro com o objetivo de promover a conscientização nacional sobre prevenção ao HIV e à Aids. Durante esse período o filme “Carta Para Além do Muros” será exibido também em diversas sessões especiais pelo país: confira o serviço aqui.

No filme, o jovem Caio conta sobre quando descobriu que vive com HIV, momento a partir do qual teve que enfrentar seus próprios fantasmas, além do preconceito da família e da sociedade. Usando o depoimento de Caio como fio condutor, o filme passa a intercalar imagens de arquivo e entrevistas com médicos, pessoas que vivem com HIV, ativistas e figuras públicas, não só para contar a história do HIV e da Aids no Brasil.

Também investiga o processo de construção do preconceito e estigma que ainda hoje recaem sobre Caio e todas as pessoas que vivem com o vírus – que vão desde a denominação da doença como “peste gay” na época do seu surgimento, passando pela classificação estigmatizante de “grupos de risco”, até o sensacionalismo de parte da imprensa, além dos julgamentos morais e religiosos no desenrolar da epidemia.

O Dr. Dráuzio Varella (foto) encabeça a lista de 36 pessoas que dão depoimento no filme, que traz ainda os ex-ministros da Saúde José Serra e José Gomes Temporão, a cineasta e ex-VJ Marina Person, a mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, e os médicos Ricardo Tapajós, Rosana Del Bianco e Valéria Petri, que identificou o primeiro caso de Aids no Brasil.

Eles expõem os motivos pelos quais a impressionante evolução na resposta médica e científica ao HIV não veio acompanhada de uma mudança de mentalidade e de preconceitos em relação à infecção.

Veja aqui as fotos, teasers e cartaz do filme

Agenda Positiva

Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids 2019, a AHF Brasil vai promover, pela primeira vez, uma ação simultânea nas seis cidades em que atua, em parceria com ONGs e governos locais. Por meio da arte de rua, com grafite em tempo real, a ação pretende conectar o significado da data às realidades locais e sensibilizar os jovens, a população mais afetada pelo HIV no país nos últimos anos.

As ações serão desenvolvidas no Rio de Janeiro, em Recife, Manaus e Tabatinga (AM), neste domingo, dia 1º de dezembro. No Rio de Janeiro, haverá ação das 10 às 14h com o grafiteiro Igor Skide nos Arcos da Lapa, marcando os 30 anos do Grupo Pela Vidda/RJ

Em São Paulo, a ação será na segunda-feira, dia 2; e em Parintins (AM), na terça-feira, dia 3. Nas seis cidades, as ações serão desenvolvidas em parceria com a sociedade civil, representada por 15 ONGs locais, e com os Programas Municipais e Estaduais de IST/Aids. Além disso, a AHF Brasil também apoiará eventos relacionados ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids em Porto Alegre, onde começará a atuar em 2020.

Uma semana de atividades em São Paulo

Entre os dias 1 e 8 de dezembro o Sesc São Paulo realiza o especial Contato, uma série de ações que visam a promoção da saúde sexual e a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), entre elas o HIV/Aids, por meio de bate-papos, oficinas, exibições, espetáculos, performances, entre outras atividades em 34 unidades da capital, interior e litoral.

Com o intuito de ampliar o debate sobre o HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), há mais de 20 anos o Sesc São Paulo aborda o tema em sua programação. Desde 2018, a partir de olhares criativos e sensíveis, principalmente por meio da arte e da cultura, as ações que marcam o Dia Internacional de Luta contra a Aids ultrapassam o dia 1 de dezembro e se multiplicam em todo o estado por meio da programação Contato.

Em sua segunda edição, o projeto traz ao centro do debate as experiências, os direitos e os desafios existentes na vida das pessoas que vivem com HIV/Aids, sem deixar de lado as informações sobre prevenção. A partir de uma série de atividades que buscam sensibilizar e refletir sobre a saúde sexual de maneira humanizada e atualizada, Contato reforça o compromisso do Sesc em promover a saúde e o bem-estar, presente em suas ações ao longo de todo o ano.

Sarau transante para compartilhar dores, dúvidas e angústias

Um encontro cultural e poético dará início às festividades em torno do dia Dia Mundial da Luta contra a Aids, celebrado internacionalmente em 1º de dezembro. Intitulado Sarau Transante, o evento vai reunir performance, poesia, ativismo e música no dia 30 de novembro, a partir das 17h, no Bar da Tapera, na Galeria Metrópoles, no centro de São Paulo. A produção do evento é do coletivo SOMOS+, que reúne pessoas que vivem com HIV e aliados de diversas esferas artísticas.

A celebração vai falar de amor, responsabilidade afetiva e social e muito sexo… Sem tempo pra estigma, pré-conceito e desinformação, que acompanham a história da Aids há 30 anos.

O Sarau Transante tem início com um jogo chamado Luv ‘til it Hurts, idealizado pelo artista norte-americano Todd Lanier, em que os participantes são estimulados a compartilhar suas dúvidas, angústias e confissões de maneira anônima a fim de disseminar informações verídicas e relevantes e desmistificar informações equivocadas a respeito do HIV/Aids.

Em seguida, o microfone aberto irá acolher a todos os tipos de seres humanes que acreditam que o amor, afeto e responsabilidade são as principais formas de prevenção das ISTs e do estigma e preconceito. Poesia, música, performance, dança, artes visuais, todas as formas de manifestação artísticas serão acolhidas no sarau.

Caminhada da Aids –  Em 1º de dezembro, no Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o coletivo SOMOS+ irá fazer uma intervenção com o jogo Luv ‘til it Hurts na Caminhada da Aids organizada pela Coordenação de Políticas para LGBTI da Secretaria Municipal de Direitos Humanos da cidade de São Paulo. O evento tem como objetivo dar visibilidade à luta das pessoas que vivem com HIV pelo direito ao tratamento e desconstrução do estigma e preconceito. A caminhada parte do Parque Augusta às 11h em São Paulo.

Curta-metragem ‘Uma Vida Positiva’ em São Paulo

Museu de Diversidade Sexual de São Paulo oferece uma programação gratuita com foco na conscientização e combate à Aids. Na quarta-feira (4), às 19h, o MDS exibe o curta-metragem “DIA 1”. A produção aborda a história de Luan, autor do livro “Uma Vida Positiva”, que durante uma entrevista, recorda-se do ano de 2009, momento em que recebeu seu diagnóstico positivo para HIV.

O curta mostra as decisões importantes que levaram Luan a seguir em frente e conta com duração de 13 minutos. Após a exibição, será realizada um bate-papo com Rafael Bolacha e Silvia Almeida, ambos representando a UNAIDS, programa das Nações Unidas que ajuda nações no combate à Aids, sobre a descoberta do diagnóstico e apresentação do projeto “Deu positivo, e agora?”.

Já na quinta-feira (5),às 19h, o espaço conta com o bate-papo Vidas Positivas – Relatos na Literatura. A mesa de conversa conta com diversos autores que produziram obras sobre o tema para compartilhar informações de suas experiências. A conversa será mediada pelo professor João Nemi Neto, da Universidade de Columbia, e conta com as presenças de Rafael Bolacha, autor do Livro “Uma Vida Positiva”, Thais Renovatto, autora do Livro “5 Anos Comigo”, Alan Leite e Filipe Trindade, participantes do livro “Manual de SobrevHIVência” e integrantes da Sociedade Civil Anima, e Ricardo Sobhie Diaz, médico infectologista.

No RJ

Macaé oferece tratamento, testagem e aconselhamento

Ações do Dia Mundial da Luta Contra a AIDS, realizada no calçadão da Av Rui Barbosa, em frente àNova aurora. Data 30/11/2015. Macaé/RJ/Brasil

Em Macaé (RJ), uma das cidades do Estado do Rio de Janeiro com um dos mais altos índices de infecção pelo HIV, a Secretaria de Saúde, por meio do Programa IST/Aids, irá promover na segunda-feira (2), a partir das 9h, uma ação de conscientização no calçadão da avenida Rui Barbosa. A equipe do programa irá montar uma tenda para tirar dúvidas da população, além de ofertar preservativos e material informativo.

A iniciativa, além de orientar para as práticas sexualmente seguras, tem como objetivo ampliar o diagnóstico do HIV através da Testagem Rápida, onde o resultado sai em 30 minutos, o que possibilita o tratamento precoce da doença. O Programa IST/Aids possui o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que realiza os testes e o orientações com profissionais capacitados.

No Serviço de Atendimento Especializado (SAE), o paciente pode receber o tratamento adequado com especialistas, sendo encaminhado para outros serviços, se necessário. O Programa IST/Aids de Macaé funciona na Rua Alfredo Backer, 182, Centro (próximo ao Corpo de Bombeiros).

Com Assessorias (atualizado em 4/12/2019)

 

 

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