O câncer bucal ocupa a quinta posição entre os cânceres mais comuns entre homens e a sétima entre mulheres no Brasil. A doença afeta cerca de 15 mil brasileiros anualmente, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 2022. A estimativa para 2023 é de cerca de 15 mil novos casos, com um índice de mortalidade alto, principalmente em pacientes diagnosticados em estágio avançado.

Esses números são um lembrete de que o câncer bucal é uma realidade. Não é algo que acontece apenas com os outros. Por isso, esteja atento ao que sua boca comunica. O corpo dá sinais, e nossa responsabilidade é escutar e agir. Não deixe para depois. Busque ajuda e converse com seu dentista sempre que notar algo diferente”, alerta o cirurgião-dentista Cesar Rodrigues.

A conscientização, a mudança de hábitos e o cuidado preventivo são passos essenciais para reduzir o impacto desse tipo de câncer no Brasil. Por isso, de 1 a 7 de novembro, acontece a Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal, uma campanha voltada para a prevenção e o diagnóstico precoceDurante a Semana profissionais de saúde reforçam a importância de adotar medidas simples que podem salvar vidas.

Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal

Essa enfermidade, que se desenvolve principalmente na língua, gengiva, céu da boca e garganta, pode ser silenciosa em seu início, mas alguns sinais sutis podem ajudar a identificar o problema precocemente.

Para Rodrigues, a conscientização é muito importante visto que, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 60% da população brasileira não têm acesso a serviços odontológicos de qualidade, o que contribui para o aumento de problemas como doenças periodontais e perda dentária precoce.

O câncer bucal é uma doença que pode ser detectada de maneira simples e rápida, desde que o paciente esteja atento a mudanças na boca e tenha o acompanhamento de um profissional. Pequenas feridas, manchas brancas ou avermelhadas e caroços podem parecer inofensivos, mas se persistem por mais de duas semanas, é hora de procurar ajuda”, explica o profissional.

Especialista em implantes, ele explica que o diagnóstico precoce é fundamental para garantir um tratamento mais eficiente e com menos complicações. “Quando descoberto no início, o câncer bucal tem uma taxa de cura muito mais alta”, acrescenta.

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Cigarro e álcool, maiores fatores de risco

Segundo o Inca, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool estão entre os principais fatores de risco para o câncer bucal, sendo responsáveis por aproximadamente 90% dos casos diagnosticados.

O cigarro e o álcool afetam diretamente a mucosa da boca, favorecendo o desenvolvimento de células cancerígenas. É uma combinação perigosa, pois o álcool potencializa os efeitos nocivos do tabaco”, explica Dr. Cesar.

Ele também destaca que a exposição excessiva ao sol, principalmente para trabalhadores que ficam muito tempo ao ar livre, como agricultores e pescadores, pode ser um fator de risco para o câncer nos lábios.

Além disso, a má higiene bucal também pode favorecer o desenvolvimento da doença. “Cuidar bem dos dentes e gengivas é uma forma de proteger a saúde como um todo. Muita gente acha que uma boa escovação é só para evitar cáries, mas ela também previne doenças mais sérias, como o câncer bucal”, reforça o especialista.

Muitas pessoas negligenciam as consultas regulares ao dentista, acreditando que esses profissionais só cuidam dos dentes. No entanto, Dr. Cesar explica que os dentistas são capazes de identificar sinais iniciais de várias doenças, incluindo o câncer bucal.

Nossa função vai muito além da estética. Nas consultas, fazemos um exame completo da boca e, muitas vezes, encontramos lesões em estágios iniciais, que podem ser tratadas antes de evoluírem para algo mais sério”, comenta o cirurgião-dentista.

Ele também destaca que a visita periódica ao dentista pode salvar vidas. “O acompanhamento profissional é indispensável, principalmente para pessoas que fazem parte do grupo de risco. Só com uma avaliação cuidadosa conseguimos identificar lesões suspeitas que, a olho nu, o paciente pode não perceber. Se você notar algo diferente em sua boca, não espere. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico”, orienta Dr. Cesar.

Atenção aos sinais

A maioria dos casos de câncer bucal começa com sinais leves, que muitas vezes passam despercebidos. Entre os sintomas que merecem atenção, Dr. Cesar Rodrigues destaca:

  • Feridas que não cicatrizam em duas semanas ou mais
  • Manchas brancas ou vermelhas nas gengivas, língua ou outras áreas da boca
  • Nódulos ou caroços na região da boca ou do pescoço
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dor persistente na boca ou sensação de algo preso na garganta

Uma boa higiene bucal ajuda a diminuir o risco de desenvolvimento de problemas bucais e dentários, como cárie, gengivite, aftas, mau hálito, placa bacteriana e tártaro”, explica Thais Morais Pinto, implantodontista da PróRir, rede de clínicas odontológicas.

Cuidados simples no dia a dia

Para ter uma boa saúde bucal e garantir um sorriso saudável basta adotar cuidados simples no dia a dia. Confira as orientações mais importantes destacadas pela especialista:

  • Escove os dentes após cada refeição e, principalmente, antes de dormir. “Também não se esqueça de escovar a língua  e usar fio dental. Essas medidas são imprescindíveis para melhorar a limpeza e higienização bucal”, diz Thais;
  • Use uma escova macia, com a cabeça pequena, para alcançar os últimos dentes e troque-a escova a cada três meses. Também não escove os dentes com força para não machucar a gengiva;
  • Beba bastante água. Ela ajuda a limpar os dentes e a produzir saliva;
  • Não fume, evite o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos açucarados. “O uso dessas substâncias podem causar a formação de tártaro e levar à deterioração dos dentes e gengivas. Mas no caso do cigarro e das bebidas alcoólicas as consequências são piores, pois eles aumentam o risco do câncer bucal”, alerta a especialista;
  • Vá ao dentista regularmente, pelo menos a cada seis meses.

A saúde bucal tem íntima relação com a saúde geral, pois a boca interage com todas as estruturas do corpo. As más condições de higiene bucal podem levar, por exemplo, a complicações e agravamentos de doenças cardiovasculares e diabetes”, finaliza a Dra. Thais, da PróRir.

Com Assessorias

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