O Brasil caiu da 38ª posição em 2022 para a 49ª posição em 2023, recuperou-se em cinco pontos e agora está na 44ª posição no ranking do Relatório Mundial da Felicidade em 2024, que mede anualmente o nível de satisfação e bem-estar das sociedades em 140 países. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20), Dia Internacional da Felicidade.

Os campeões continuam sendo historicamente dos países nórdicos – Finlândia, em primeiro lugar pelo sétimo ano consecutivo, seguido de Dinamarca, Islândia e Suécia. Em quarto lugar – pasmem – está Israel, que comanda um massacre sangrento contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Em último lugar, mais uma vez, está o Afeganistão, afetado por uma catástrofe humanitária após o retorno do Talibã ao poder, em 2020, e devastado por uma série de terremotos recentes. Um dos países mais pobres da Ásia é palco de conflitos há décadas e enfrenta uma terrível crise econômica e de fome, que matou e deslocou dezenas de milhares de pessoas. Líbano, Lesoto, Serra Leoa e Congo também ficaram nos últimos lugares.

A iniciativa para pontuar a felicidade como um ativo econômico surgiu no Reino do Butão, que adotou a Felicidade Nacional Bruta (FIB) como medida oficial de progresso em oposição ao Produto Interno Bruto (PIB). Inspirados por esta visão, os membros das Nações Unidas perceberam a necessidade de priorizar a felicidade e o bem-estar como indicadores fundamentais do desenvolvimento humano.

A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu adotar o FIB como um novo paradigma de desenvolvimento sustentável, um indicador para medir o desenvolvimento de comunidades, ou seja, uma forma de complementar as medidas já tradicionais, como o PIB. O FIB tem como objetivo demonstrar cientificamente a felicidade e o bem-estar geral da população, trazendo informações importantes para a política governamental.

Dia Internacional da Felicidade

Equilíbrio, acesso gratuito à saúde e educação, pouca corrupção, contato com a natureza, generosidade são alguns conceitos considerados na avaliação do Relatório Mundial da Felicidade, uma pesquisa anual realizada em parceria pela Gallup, do Oxford Wellbeing Research Centreda Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU e de um conselho editorial.

O estudo baseia-se em dados de pesquisas globais de pessoas em mais de 140 países. A ideia é reconhecer a relevância da felicidade e do bem-estar como objetivos universais dos seres humanos. O tema é universal ganhou uma data especial: o Dia Internacional da Felicidade, criado pela Assembleia Geral da ONU em 2012 e comemorado em 20 de março. A data vai muito além de uma proposição à reflexão, pede atitude.

Busca pela felicidade é prioridade global

“O Dia Internacional da Felicidade serve como um lembrete poderoso de que a felicidade é mais do que apenas um estado emocional individual – é um objetivo comum que une pessoas de todas as origens e culturas em sua busca por uma vida significativa e satisfatória”, afirma Sandra Teschner, fundadora do Instituto Happiness do Brasil.

Segundo ela, em um mundo cada vez mais complexo e interconectado, a busca pela felicidade tornou-se uma prioridade global. Algumas ações vêm dando resultado e já é crescente a conscientização sobre a importância da felicidade no local de trabalho, por exemplo. A pandemia de Covid-19 destacou ainda mais a importância do bem-estar emocional e social.

A especialista lembra que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil que ostentava uma triste posição de primeiro lugar em país mais ansioso do mundo até 2022, deu o podium em 2023 a Ucrânia que – em guerra, agora nos substitui.

A felicidade em diferentes fases da vida

“Nem tudo está perdido, afinal felicidade está diretamente conectado com uma postura mais resiliente, neuroplástica de alternância  perante a vida. E é nesse ponto que o atual  Relatório mundial da Felicidade 2024 traz algumas novidades”, pontua.

Nesta edição o Relatório traz pela primeira vez, a felicidade das pessoas em diferentes fases da vida. Nas sete idades do homem em As You Like It, (Do jeito que você Gosta) de Shakespeare, os últimos estágios da vida são retratados como profundamente deprimentes. Contudo, o estudo e mostra que essa máxima já não reflete os dias atuais.

Para exemplificar, e entre 2006-2010 a felicidade entre os jovens (15-24 anos) caiu drasticamente na América do Norte – sendo menos felizes do que os idosos. A felicidade dos jovens também caiu (mas de forma menos acentuada) na Europa Ocidental.

“É evidentemente uma questão saber até que ponto estas mudanças refletem mudanças geracionais que se espera que persistam à medida que cada geração envelhece. Numa definição alarmante, a nível global, revela um nível mais baixo de felicidade entre as pessoas nascidas desde 1980″, observa Sandar.

Essas pontuações baixas na juventude, ajudaram a tirar os Estados Unidos do top 20 da lista geral pela primeira vez desde que o relatório foi publicado pela primeira vez em 2012. Mas a queda na classificação dos EUA e de outros países também se deveu ao facto de outras nações – especialmente várias na Europa de Leste – terem registado ganhos bem-vindos em termos de felicidade.

Pilares da Felicidade

Em colaboração com especialistas e pesquisadores, a ONU desenvolveu os pilares essenciais que sustentam a busca pela felicidade e o bem-estar. Esses pilares são amplamente baseados no FIB. São fatores básicos avaliados no relatório:

•                           Saúde Mental e Física

•                           Relacionamentos Sociais: Relacionamentos positivos e conexões significativas com amigos, familiares e comunidades. O apoio social e o senso de pertencimento são fundamentais para o bem-estar emocional.

•                           Equidade e Justiça Social: Sociedades mais igualitárias tendem a ser mais felizes. Promover a igualdade de oportunidades, combater a discriminação e garantir a justiça social são componentes essenciais para criar sociedades mais felizes e coesas.

•                           Meio Ambiente e Sustentabilidade

Os 20 países mais felizes do mundo em 2024

1. Finlândia

2. Dinamarca

3. Islândia

4. Suécia

5.Israel

6. Holanda

7. Noruega

8. Luxemburgo

9. Suíça

10. Austrália

11. Nova Zelândia

12. Costa Rica

13. Kuwait

14. Áustria

15. Canadá

16. Bélgica

17. Irlanda

18. República Tcheca

19. Lituânia

20. Reino Unido

Agenda Positiva

Virada da Felicidade em São Paulo

Para celebrar a data no Brasil, a Virada da Felicidade acontece de 20 a 24 de março em São Paulo, com entrada gratuita. Em sua segunda edição, o evento conta com palestras, talks, oficinas e atividades sobre saúde integral, bem-estar e qualidade de vida.

Entre as presenças confirmadas estão a madrinha do evento, Monja Coen, os palestrantes internacionais Satish Kumar (Reino Unido), fundador da Schumacher College, escritor e ativista pelas causas de sustentabilidade ambiental, justiça social e paz, e o sociólogo Luis Gallardo (Espanha), diretor do programa Felicidade Global Bruta da Universidade para a Paz das Nações Unidas.

A Virada da Felicidade terá como fio condutor as nove dimensões do FIB (Felicidade Interna Bruta), além de especialistas internacionais e ações sociais. O objetivo do Instituto Felicidade Sustentável, que organiza o evento, é levar ao público os diversos componentes da felicidade e do bem-estar de forma dinâmica e interativa.

Chirles de Oliveira, idealizadora da Virada da Felicidade e CEO do Instituto Felicidade Sustentável, explica que o evento é um chamado a todos para vivenciar os caminhos possíveis da felicidade, numa jornada do saber, sentir e agir no encontro da felicidade genuína.

“Não existe uma fórmula mágica para a felicidade, por isso a nossa curadoria traz diversos saberes e olhares sobre esse grande tema, com especialistas de diferentes áreas relacionadas à cultura de paz, vida comunitária, meio ambiente, bem-estar psicológico e saúde, felicidade no trabalho e governança e, claro, Felicidade Interna Bruta”, afirma

Confira outros nomes de especialistas confirmados

Entre os especialistas nacionais, grandes nomes estão confirmados, como:

o empreendedor social, palhaço e fundador dos Doutores da Alegria, Wellington Nogueira;

o escritor, terapeuta indígena e aprendiz de Pajé Ubiraci Pataxó;

a fundadora e diretora da Reconnect e especialista em felicidade organizacional, Renata Rivetti;

a ativista pelo clima e meio ambiente e palestrante Kamila Camilo;

a palestrante e influencer em saúde mental e produtividade sustentável Izabella Camargo;

o pesquisador e especialista em masculinidades, gênero e saúde emocional dos homens, Luiz Eduardo Kfouri,

Para difundir a Virada da Felicidade 2024, o evento contará com o apoio das embaixadoras da felicidade Ana Volpon, especialista em psicologia positiva, neurociência e mindfulness, e Marcela Rodrigues, jornalista e fundadora da plataforma de A Naturalíssima, com foco em vida sustentável.

“A Virada da Felicidade vem para reforçar a importância do autoconhecimento. É um evento democrático e acessível a todos, tanto no presencial quanto on-line”, diz Ana Volpon.

Marcela Rodrigues reforça: “Cultivar uma felicidade sustentável faz parte da busca pela regeneração interna. É sobre o que eu acredito: um bem-estar holístico, responsável e consciente; por isso eu apoio e sou embaixadora da Virada da Felicidade”.

Mais sobre os eventos

Virada da Felicidade

No primeiro dia do evento (20), a programação ocorrerá na Universidade do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) situada no portão 7A do parque do Ibirapuera. No dia 21, haverá uma programação simultaneamente em dois locais – no CEU Paraisópolis e no Auditório do Pavilhão Japonês, também situado dentro do Parque do Ibirapuera (próximo ao portão 10 para quem for de transporte público ou app).

No CEU, a programação é voltada aos jovens da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, com temas que abordam vida comunitária, educação e cultura. Durante a programação, os adolescentes da comunidade ganharão acesso gratuito para diversos cursos em plataforma online, além de participarem de palestras e atividades musicais.

Os ingressos são gratuitos e estão limitados à capacidade de cada local. Para participar é possível fazer a inscrição previamente para garantir a vaga no site da Virada, onde também pode ser acessada a programação completa no site do evento.

Happiness Brasil Summit

Dados do Relatório Mundial da Felicidade 2024 serão detalhados e analisados ao vivo, com ideias e insights, no Happiness Brasil Summit, em 26 de março, das 14 às 20h, na Octavio House Faria Lima, em São Paulo. Com a participação de convidados internacionais e grandes nomes do empresariado nacional, além de profissionais na área de felicidade.

Idealizado por Sandra Teschner, fundadora do Instituto Happiness do Brasil, em parceria com Tatiana Monteiro de Barros e a Agência Multicase, o Summit destaca-se por inspirar, capacitar e criar um impacto duradouro na forma como compreendemos a felicidade no contexto profissional e na vida. Para mais informações e inscrições, acesse o site.

Com Assessorias

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