Pessoas que tiveram dengue ou que tomaram a vacina contra a doença devem aguardar prazos específicos para poder doar sangue. As orientações sobre triagem de candidatos voltadas a serviços de hemoterapia constam em nota técnica publicada nesta segunda-feira (4) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde.

Em nota, a Anvisa informou que evidências científicas demonstram que há risco de transmissão da dengue por transfusão sanguínea. Quando uma pessoa recebe sangue contaminado com o vírus, há uma probabilidade de 38% de que ela seja infectada e desenvolva a doença após a transfusão.

A agência destaca que, por esse motivo e “por precaução”, pessoas que tiveram dengue ou tomaram a vacina recentemente não podem doar sangue por um período determinado de tempo, conforme os seguintes critérios:

  • – Pessoas que tomaram a vacina contra a dengue devem aguardar 30 dias após a vacinação;
    – Pessoas que tiveram dengue comum devem aguardar 30 dias após a recuperação completa;
    – Pessoas que tiveram dengue hemorrágica (dengue grave) devem aguardar 180 dias após a recuperação completa;
    – Pessoas que tiveram contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias deverão aguardar 30 dias após o último contato sexual.

Imunoglobulinas x vacinas

A nota destaca ainda que, conforme instruções dos fabricantes das vacinas contra dengue disponíveis no Brasil, pacientes que estão recebendo tratamento com imunoglobulinas ou hemocomponentes contendo imunoglobulinas, como sangue ou plasma, devem esperar pelo menos seis semanas e, preferencialmente, três meses após o término do tratamento para tomar a vacina.

“O objetivo dessa recomendação é não comprometer a eficácia das vacinas nesses pacientes. A Anvisa incentiva a doação de sangue e recomenda que todos os brasileiros visitem os serviços de hemoterapia, conhecidos como bancos de sangue, para verificar se estão aptos a doar sangue com segurança. Dessa forma, podem ajudar a salvar vidas e praticar uma boa ação”, esclarece a Anvisa.

Infectologista comenta medidas adotadas pela Anvisa

“Há risco de transmissão do vírus da dengue por meio de transfusão sanguínea, por isso é fundamental seguir as orientações”, comentou Andrea Almeida, médica infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal unidade do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe).
Sobre o contato sexual, Dra. Andrea explica que essa é também uma possível forma de contaminação, mesmo que mais rara. “Vale lembrar que as pessoas que estão recebendo sangue estão em uma condição debilitada, então é preferível que doadores de sangue estejam saudáveis e com o organismo recuperado de qualquer infecção viral”, explica.
“Além disso, não é apenas o vírus que pode ser transmitido, já que durante o período de doença e convalescência o sangue sofre modificações que podem ser prejudiciais ao indivíduo receptor”, complementa a especialista.

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Pós-doação

A Anvisa pede ainda que os serviços de hemoterapia orientem os doadores caso confirmem diagnóstico por dengue logo após a doação de sangue. O doador deve informar ao serviço caso tenha resultado confirmado de dengue ou apresente sintomas como febre ou diarreia até 14 dias após a doação”.

De acordo com a agência, “a informação é necessária para que os serviços possam resgatar eventuais hemocomponentes em estoque e/ou acompanhar os pacientes, receptores do material’.

Sintomas de gripe ou resfriado também devem ser observados antes de doar

  • Assim como ocorre na dengue, a doação de sangue também é restrita em outras condições, como explica o Banco de Sangue GHS Serum, no Rio de Janeiro. Entenda:

Pessoas que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar sete dias após cessarem os sintomas e o uso das medicações.

A recomendação é aguardar 48 horas para doar caso tenha tomado a vacina da gripe, desde que não esteja com nenhum sintoma.

Já quem teve covid-19 recentemente precisa aguardar dez dias após a recuperação.

Em caso de diabetes, a taxa deverá estar controlada e a pessoa não deve fazer uso de insulina.

Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, é preciso aguardar seis meses.

Histórico de Doença de Chagas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) inviabilizam a doação a qualquer tempo.

Em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias, é preciso consultar a equipe do banco de sangue.

Quem fez tatuagem e/ou piercing, deve aguardar 12 meses, exceto para região genital e boca (12 meses após a retirada).

Recomendações gerais

No mais, as recomendações são as mesmas para as doações de sangue em todo o país. Para doar sangue, é preciso pesar mais de 50 kg e estar em boas condições de saúde, se sentindo bem, sem qualquer sintoma.

Não é necessário estar em jejum, apenas evitar apenas alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes. O ideal é ter dormido ao menos 6h na última noite anterior à doação.

ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais – o modelo da autorização pode ser adquirido através do site do Hemorio – ou com a presença do responsável legal no momento da doação no Banco Serum.

Independentemente da idade,  é preciso apresentar um documento de identidade oficial com foto (pode ser a carteira de identidade, a carteira de motorista ou outro, desde que seja original e esteja em bom estado de conservação e seja legível.

  • Há algumas outras regras estabelecidas por cada banco de sangue. No GHS Serum, por exemplo, não é permitido realizar doação acompanhado de menores de 12 anos (exceto se o menor estiver acompanhado de dois adultos, sendo necessário o revezamento dos mesmos enquanto acontece a doação).

Com Agência Brasil e Assessorias (atualizado em 06/03/24)

 

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