O Parkinson é a segunda doença degenerativa mais comum e a que mais cresce porque está ligada a fatores ambientais como agrotóxicos, poluição e uso de solventes. Por isso, é considerada pelos estudiosos uma pandemia. Estima-se que 1% da população mundial, acima de 55 anos, e 3% da população em geral têm Parkinson. No Brasil, o Ministério do Trabalho calcula 200 mil pessoas vivendo com a Doença de Parkinson. Em 2040, o número de pessoas com doença de Parkinson é projetado em todo o mundo para exceder 12 milhões, segundo estudos do Global Burden of Disease.

“Estudos mostram os impactos do uso de produtos químicos conhecidos por aumentar o risco de doença de Parkinson. Coibi-los é um ato de política pública. Temos os meios para evitar que potencialmente milhões de pessoas passem pelos efeitos debilitantes da doença”, explica a a fisioterapeuta Érica Tardelli, presidente da Associação Brasil Parkinson (ABP).

Ebook esclarece e conscientiza sobre a doença

Neste 4 de abril, é lembrado o Dia Nacional do Parkinson e no dia 11 de abril, o Dia Mundial do Parkinson. Para marcar as datas, a ABP promove a campanha Abril Verde, com vários eventos.  Uma novidade este ano é o lançamento de um ebook, feito em parceria com o Propark, o programa de ensino e pesquisa da Doença de Parkinson do Hospital das Clínicas de São Paulo.

A publicação visa promover a conscientização da população com orientações para familiares, cuidadores, pacientes e público em geral com as principais informações sobre o Parkinson; os sintomas, a importância do diagnóstico precoce, os tratamentos e como manter a qualidade vida para conviver e retardar a evolução da doença. 

“Informação é o primeiro passo para o diagnóstico e tratamento precoces. São muitos os desafios para dar atendimento ao paciente no Brasil, na rede pública ou privada porque o Parkinson tem sintomas que mascaram o diagnóstico e precisamos divulgar ao máximo informações para conscientizar a população”, explica Érica.

A ABP também convida empresas e instituições a usarem a cor da esperança para iluminar as fachadas e promover a conscientização de seus colaboradores em suas redes sociais. Senado Federal, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de São Paulo já confirmaram a iluminação especial.

Sintomas podem começar de 10 a 15 anos antes

Não tem cura, mas tem tratamento. É genético, mas não hereditário. Os principais sintomas do Parkinson aparecem cerca de 10 a 15 anos antes de a doença se instalar. Não há exame com marcador sanguíneo ou de líquor para indicar o diagnóstico, por isso muitos sintomas são cuidados, mas atrasam o tratamento adequado em até 2 anos.

“Por incrível que pareça, o tremor associado à doença não é detectado em 20% dos pacientes. Os principais sintomas do Parkinson são: lentidão do movimento, dor muscular, diminuição do olfato, sono agitado, sensação de tontura ao acordar, tristeza e desânimo por muitos dias, falta de atenção e concentração e intestino preso, alteração da escrita e redução da expressão facial. Há tratamento, por isso é importante o diagnóstico precoce, consultando um neurologista especialista em distúrbios do movimento”, orienta Érica.

Por ser uma doença sem cura, o tratamento ajuda na qualidade vida do paciente e atrasar os impactos da evolução dos sintomas. “É importante o paciente saber que não está só. Os familiares, amigos, colegas de trabalho e a equipe multiprofissional vão manter uma rotina de cuidados. Indicamos adotar uma dieta saudável (em especial a dieta mediterrânea) e praticar exercícios físicos, aliás isso deveríamos fazer a vida toda”, explica a presidente da ABP.

Alimentação saudável como tratamento

O tratamento inclui medicação, atividade física, mudança para uma alimentação saudável (com o mínimo de comida industrializada) e acompanhamento de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. A Associação Brasil Parkinson e os serviços estaduais e municipais espalhados pelo Brasil podem auxiliar a pessoa diagnosticada a adotar e manter uma rotina de cuidados. “É importante procurar informações de fontes confiáveis. A ABP pode ajudar a orientar e localizar atendimentos assistenciais”, esclarece.

Segundo ela, a campanha Abril Verde também busca mostrar mais a ABP para a sociedade e incentivar doações frequentes para manter qualidade dos serviços assistenciais da entidade. “A ideia também é fazer parceria com a academia para incentivar estudos científicos, capacitar profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e educadores físicos, ampliar a troca de informações com as principais entidades nacionais e internacionais de pesquisa”, completa.

 

Shares:

Related Posts

4 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *