A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimam que, anualmente, quase 2 milhões de pessoas morrem por causas relacionadas ao trabalho que poderiam ser evitadas, tais como AVC (Acidente Vascular Cerebral), cardiopatia isquêmica, lesões ocupacionais, entre outras. No Brasil, em média, sete pessoas morrem por dia, vítimas de acidentes de trabalho, segundo levantamento da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), autarquia federal que desenvolve há 56 anos pesquisas no campo da segurança do trabalho.

Em 2022, foram notificados 2,5 mil acidentes laborais que resultaram em morte, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), disponibilizados pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. O número é maior do que o período pré-pandemia, em 2019, com 2,1 mil mortes em acidentes. Ao todo, foram 612,9 mil notificações de acidentes ocupacionais em 2022, um aumento de 14,3% em relação ao ano anterior — que somou 536,1 mil registros.

A falta de segurança para a prática de atividades laborais tem sido um dos motivos de maior prejuízo às empresas e também ao Governo, que cada vez mais arca com um número maior de afastamentos. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mostram que em 2022 foram concedidos 48 mil benefícios previdenciários a pessoas que sofreram acidentes de trabalho.

No dia 28 de abril é celebrado o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho. A data é uma homenagem às vítimas de uma explosão de uma mina no estado norte-americano da Virgínia, que deixou 78 mortos em 28 de abril de 1969. No Brasil, a efeméride é lembrada como  Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

O movimento possui ações de conscientização sobre a importância de zelar pela saúde e segurança ocupacional, promovendo uma cultura de prevenção de acidentes de trabalho, além de reforçar a importância de notificar os casos. A campanha também traz para o debate a importância de as empresas investirem na saúde e segurança dos funcionários.

Trabalhadores informais não entram nas estatísticas

Muitas pessoas, no entanto, perdem a vida trabalhando informalmente não entram nas estatísticas, segundo Marco Bussacos,tecnologista da Fundacentro. Entre os que correm mais riscos, de acordo com ele, estão aqueles que trabalham dirigindo. “Os que estão expostos aos riscos de trânsito – motofretistas, motoristas de aplicativos – que não estão formalizados pela Previdência”, acrescenta.

Mesmo entre aqueles que estão formalizados, os chamados acidentes de trajeto, quando a pessoa se acidente a caminho do trabalho, tem uma frequência relevante. Entre os diversos elementos apontados como “agentes causadores de acidentes”, as motocicletas ocupam o primeiro lugar, com 5% de incidência, junto com o contato com material biológico e pessoas contaminadas, também com 5%. Em números absolutos, isso significa que as motos estiveram envolvidas em 24,6 mil acidentes de trabalho em 2022.

As atividades de atendimento hospitalar são as que registraram mais acidentes em 2022, com 55,7 mil casos, o que representa 12% dos 612,9 mil acidentes contabilizados no ano passado. Marco Bussacos pondera, entretanto, que os dados refletem um pouco da cultura desse ramo de atividade. “Tradicionalmente, o setor hospitalar tem mais uma consciência de registro de acidentes, por isso ele está sempre entre os setores que tem mais registro”, explica.

ISO 45001 – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

Uma das soluções cada vez mais adotada pelas empresas para a diminuição dos afastamentos, a ISO 45001, Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, possibilita a redução dos riscos de acidentes, doenças profissionais e de custos, implementando diretrizes de segurança para toda a organização.

A ISO 45001 pode ser aplicada a organizações de todos os setores e tamanhos, e possui fácil integração com outros padrões ISOs, como a ISO 9001 — Sistema de Gestão da Qualidade — e ISO 14001 — Sistema de Gestão Ambiental.

“Ao procurar um organismo certificador para validar em auditoria a implementação da norma, a empresa vai ser avaliada e orientada de quais pontos devem ser melhorados, se é necessária uma fiscalização, se a obrigatoriedade de equipamentos de segurança está sendo cumprida ou se são necessárias ações educacionais para os colaboradores”, explica Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil, certificadora de origem portuguesa com atuação internacional.

Segundo ele, a redução de custos também é notória, considerando que, com menos trabalhadores acidentados, maior será a continuidade do negócio. “A norma também traz maior motivação na empresa pela garantia de um ambiente de trabalho seguro e saudável”, completa Bertolini.

Com informações da Agência Brasil e APCer Brasil

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