Seu filho é daquelas crianças que não para quieta e pula de um lado para o outro o tempo todo? Ansiosa, não consegue esperar pela sua vez ou se concentrar por muito tempo em qualquer atividade? E tem sempre algum adulto, um parente ou um amigo, olhando para você como se esse excesso de energia fosse culpa sua – o pai ou a mãe que não sabe como colocar limites numa criança.
“Que menino elétrico!” é a frase que você e seu filho mais escutam? A agitação é uma das características conhecidas do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas a verdade é que a desinformação sobre o transtorno ainda alimenta muito preconceito na sociedade. Para ajudar essas pessoas, Eduardo Ferrari (foto) resolveu escrever um livro que mostra como é o dia a dia de quem tem o transtorno.
De acordo com as estatísticas da Organização Mundial de Saúde, mais de 4% da população adulta mundial sofrem com o transtorno. Só no Brasil, o TDAH atinge 2 milhões de pessoas adultas. E a maior parte delas simplesmente passou toda a infância e adolescência sem diagnóstico, vítimas da incompreensão dos colegas e até da família.
Literatura para combater o preconceito
Eduardo é um deles. Pai de uma criança com o diagnóstico de TDAH, ele também tem o transtorno mas, como muitos brasileiros, não recebeu o diagnóstico na infância.
Ferrari resolveu combater o preconceito com suas armas: a literatura. Para isso, escreveu “Elétrico”, um livro infanto-juvenil que retrata o mundo a partir dos olhos de Bernardo, um menino portador do TDAH.
Em sua obra ‘Elétrico’, ele conta a história de Bernardo (nome fictício), um personagem inspirado em seu filho caçula Gabriel. “Todas as situações do livro aconteceram de verdade”, destaca o autor.
Segundo o autor, crianças hiperativas vão se identificar com a obra. E os pais delas vão encontrar nas páginas uma ferramenta para entender como funciona o cérebro de seus pequenos.
É uma vida intensa, que não para nunca, mas que valoriza até as menores descobertas e aprendizados”, explica ele.
Herança genética
Hoje, a Medicina sabe que a herança genética é um dos fatores associados ao TDAH. Por isso, não é raro que o diagnóstico de uma criança leve a família a descobrir outro portador do transtorno dentro de casa – ou o pai ou a mãe. Foi o que aconteceu com o escritor mineiro Eduardo Ferrari.
Quando consultamos especialistas buscando um diagnóstico para meu filho caçula, ficou claro que eu tinha mais do que semelhanças físicas com ele. A infância do meu filho é, de muitas formas, a repetição das dificuldades que eu mesmo tive ao longo da vida sem ter um diagnóstico.”
SERVIÇO
Livro: Elétrico
Autor: Eduardo Ferrari
Ilustrações: Paulo Stocker
Editora: Literare Books/Scrittore (selo “Filhos Melhores para o Mundo”)
R$ 49,90