De acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO), 20% da população global apresentam algum tipo de distúrbio intestinal, mas 90% não procuram orientação médica. Elas recorrem à automedicação ou não fazem nada para resolver o problema, que muitas vezes pode ser o sinal de algo mais grave.

Paciente desenvolvem diarreia crônica desenvolve emagrecimento, diminuição do apetite, fraqueza, desidratação e apresenta dor abdominal crônica. Outros sintomas que merecem atenção e avaliação médica são diarreia com sangue que persista por mais de quatro semanas, emagrecimento rápido, dificuldade para engolir os alimentos ou vômitos persistentes.

“Além disso, por muitas vezes não consegue fazer o controle, causando transtornos na vida social e na vida profissional. Por conta da dor abdominal, pode ficar dependente de medicamentos analgésicos e até mesmo de opioides“, destaca a médica Rosilma Barreto, coloproctologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

 

Da boca ao reto: as doenças do sistema digestivo

A saúde digestiva engloba todas as partes do trato gastrointestinal, da boca ao reto, incluindo seus anexos, como fígado e pâncreas. Nosso sistema digestivo é bastante complexo e pode estar envolvido em patologias diversas, como doenças autoimunes, infecciosas, agudas e crônicas.

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são apenas uma parte das comorbidades que podem atingir o sistema digestivo. As principais DIIs são a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, A doença de Crohn pode acometer desde a boca até o ânus e que a retocolite ulcerativa é uma doença restrita ao cólon e reto.

Ambas são doenças crônicas que geralmente causam dor abdominal e diarreia inflamatória (inclusive com presença de sangue, muco e pus), que evoluem oscilando em períodos de agravamento da inflamação e de melhora. Elas não têm cura até o momento, mas têm controle clínico.

Conheça os 5 fatores de risco para as doenças intestinais

As causas dessas doenças ainda não são totalmente compreendidas, mas estudos apontam uma interação complexa entre fatores genéticos, imunológicos, ambientais e microbiológicos. Estudos sugerem que cerca de 20% dos portadores destas condições têm um parente também diagnosticado, indicando uma predisposição genética.

As causas mais comuns incluem ainda fatores como poluição, radiação, alimentação e uso de algumas medicações.  Segundo Rosilma, não existe uma causa específica, mas os fatores de risco que influenciam a manifestação das doenças inflamatórias intestinais são:

genética (herança de genes que torna uma pessoa mais propensa a desenvolver a doença);

reação anormal do sistema imunológico a bactérias do intestino;

fatores ambientais (vírus, bactérias, dieta, tabagismo, estresse e alguns medicamentos);

vivência em área urbana (maior prevalência em países mais desenvolvidos); e

idade (pode surgir em qualquer idade, mais provável entre os 10 a 40 anos).

Recomendação é sempre buscar ajuda médica

O gastroenterologista Cleyton Padilha, da rede Meu Doutor Novamed na capital paulista, reforça que o mais importante na prevenção das patologias do sistema digestivo é procurar orientação médica ao apresentar sintomas que interfiram na qualidade de vida. Na presença de qualquer um desses sintomas, a orientação é buscar um gastroenterologista clínico, médico especializado no tratamento de todo o sistema digestivo.

Segundo Padilha, exames específicos podem ser solicitados, caso necessário. A colonoscopia é um exame preventivo contra o câncer de intestino e deve ser realizado por homens e mulheres a partir dos 50 anos de idade, de acordo com orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de intestino e o de estômago estão entre os tipos de neoplasia mais frequentes na população brasileira, ocupando o 4° e 6° lugar, respectivamente.

“Seguindo as recomendações, pode-se evitar diversas patologias, como doença do refluxo, gastrites, infecções e tumores (benignos e malignos)”, diz o médico, destacando que todas as doenças digestivas podem ser tratadas, algumas curadas e outras amenizadas.

Medicações adequadas permitem uma boa qualidade de vida

Nos últimos 20 anos, houve uma verdadeira revolução no arsenal terapêutico das doenças inflamatórias intestinais. Atualmente, existem medicamentos que alteram a história natural da doença, promovendo a cicatrização do intestino, e com isso, uma prevenção das complicações que podem acontecer quando o paciente não tem um tratamento adequado.
Entre as complicações estão: hemorragia; perfuração intestinal; complicações infecciosas; fístulas; abscessos abdominais, condições que provocam muitas vezes internação hospitalar prolongadas e aumento da morbimortalidade.
Embora as DIIs não tenham cura, as medicações disponíveis permitem que as pessoas consigam ter uma boa qualidade de vida. Entretanto, é necessário seguir alguns cuidados, como uma alimentação saudável, acompanhamento médico adequado, evitar o uso do cigarro, entre outros.
  • De acordo com o Dr. Padilha, as principais orientações para uma boa saúde do trato digestivo são ter uma boa alimentação, rica em fibras, como verduras, legumes e frutas, consumo reduzido de alimentos processados, de açúcar e gorduras, e praticar atividade física.

Tratamento PELO SUS

Pacientes de DIIs encontram tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). Os hospitais universitários geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),oferecem tratamento especializado na área e assistência de qualidade.
O HU-UFMA possui o Ambulatório da Gastroenterologia, que já realiza tratamento clínico e, este ano, o Serviço de Coloproctologia abriu um ambulatório, onde além do tratamento clínico, os pacientes têm a oportunidade de realizar tratamento cirúrgico, quando necessário.

Maio Roxo

O mês de maio ganha uma cor especial como forma de conscientização das doenças inflamatórias intestinais (DIIs) e instituída uma data no mês (19), para celebrar o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais.

A campanha é uma iniciativa conjunta da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) e Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) para uma maior conscientização da sociedade.

Com Assessorias

 

 

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