Pesquisa realizada em 24 países mostrou que os brasileiros estavam entre os mais estressados durante a pandemia. Entre as principais causas do estresse, destacam-se baixo nível de empatia, grande desgaste emocional pessoal, sofrimento e aumento do individualismo. Em países que oferecem mais infraestrutura coletiva de apoio, as populações experimentam menor impacto do sofrimento psíquico provocado pela pandemia.

A pesquisa “Adaptação social em estresse na pandemia de Covid-19: um estudo transcultural”, representada no Brasil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), buscou compreender as mudanças sociais e as percepções pessoais em relação à ameaça causada pelo coronavírus. Temas como ansiedade, empatia, estresse, suporte e comportamentos sociais e culturais foram avaliados nas 15.375 respostas, tabuladas entre maio e agosto de 2020.

Mas depois de tanto tempo vivendo a pandemia do coronavírus, ainda é difícil definir com exatidão o estado em que ficou a saúde mental das pessoas. Em meio a este cenário e seus efeitos na vida das pessoas, a semana que lembra o Dia Mundial de Combate ao Estresse (23 de setembro), discute as consequências do estresse no organismo e como tratar quadros graves.

Os sintomas físicos mais comuns do estresse são dor de cabeça, falta de energia, cólica, problemas gastrointestinais e até mesmo queda de cabelo, enquanto os sintomas psicológicos podem variar entre irritabilidade, dificuldade de concentração, raiva e tristeza. Problemas hormonais também podem surgir a partir de episódios de estresse crônico, que também pode desencadear diversos problemas de saúde tais como câncer, doenças autoimunes e diabetes.

Não cuidar da higiene do sono devidamente também estressa. A falta de tempo de repouso adequado pode ser um fator causador de estresse. “Não dormir gera estresse e o estresse pode gerar insônia, torna-se um ciclo vicioso. O hormônio responsável por essa alteração é o cortisol. Se alterado, ele pode afetar diretamente a qualidade do sono”, explica a médica endocrinologista Jamilly Drago, do Hospital Brasília.

Como identificar o estresse

O estresse pode ser entendido como uma forma de exaustão do organismo. Ele pode ser causado pela ansiedade e pela depressão devido à exposição a determinados ambientes. “O estrese provoca uma série de produções hormonais e de neurotransmissores que agitam todo o organismo. Esses acontecimentos têm influência em vários órgãos e sistemas”, explica a médica endocrinologista Jamilly Drago.

A médica endocrinologista e pediatra Fernanda Lopes, do Exame Imagem e Laboratório/Dasa, explica que o cortisol é um hormônio da glândula adrenal e é secretado ao longo do dia, podendo ter picos de secreção em situações de estresse metabólico, como numa infecção ou trauma e em casos de estresse emocional.

Fernanda destaca que o exame do cortisol deve ser solicitado preferencialmente quando o paciente apresenta quadro clínico de excesso ou falta de cortisol, e não como rotina. “O hormônio pode estar aumentado em pacientes com excesso de peso e por estresse de coleta sanguínea, então é importante contextualizar o paciente para evitar interpretações errôneas”, esclarece Fernanda.

O excesso de cortisol pode levar a síndrome de cushing, um quadro que cursa com obesidade abdominal, estrias violáceas, aumento da pressão sanguínea. “O estresse não costuma gerar este quadro, mas se o paciente tiver o quadro clínico descrito, necessita de uma boa investigação”, explica a endocrinologista do Exame.

Várias técnicas e terapias complementares podem auxiliar as pessoas a combater esse mal. Para Soraya, um facilitador para quem deseja buscar uma ou mais opções é quando elas podem ser encontradas reunidas em um mesmo local, de fácil acesso.

Como tratar o estresse

Para tratar o estresse é preciso identificar sua causa. Antes de mais nada, o paciente precisa de atenção de um profissional da psicologia ou psiquiatria. Para a psicóloga clínica Soraya Oliveira, do Órion Complex, em Goiânia, cada indivíduo tem uma espécie de válvula de escape para combater o estresse do dia a dia e das situações da vida.

A princípio, recomenda-se a meditação, prática de exercícios de respiração, atividade física, busca de práticas para a melhora da qualidade do sono, como diminuir a luminosidade no quarto e consumo de alimentos mais leves antes de dormir. Para casos mais graves é necessário acompanhamento psiquiátrico para indicação de remédios.

Segundo Soraya, as formas de combate são individualizadas, por isso é importante cada um buscar formas de aliviar o estresse que façam sentido para sua vida.

“Podemos buscar opções para ter uma vida com equilíbrio, paz interior e respeito a si mesmo e aos próximos. Existem várias alternativas, desde se exercitar, pescar e viajar, mas as diferentes terapias e arteterapias são valiosas. E, de toda forma, o importante é você descobrir aquela que te faz bem e colocar em prática”, ressalta a psicóloga.

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Conheça atividades para aliviar o estresse

Acupuntura: A acupuntura faz parte da medicina tradicional chinesa, que busca compreender cada indivíduo em sua totalidade. Segundo essa vertente, as doenças são causadas por desequilíbrios entre o yin e o yang, cujos fatores são climáticos, emocionais e de estilo de vida.

Uma vez que o estresse desencadeia sintomas como insônia, dor de estômago, falta de concentração e fadiga crônica, por exemplo, o acupunturista vai analisar cada indivíduo e aplicar um tratamento específico nos pontos energéticos, nos quais serão aplicadas as finas agulhas.

Arteterapia: A arteterapia utiliza a expressão artística como procedimento terapêutico para trabalhar bloqueios de comunicação e sentimentos. Para contribuir com a qualidade de vida, são utilizados recursos como pintura, desenho, poesia, colagem, modelagem, fotografia, música, dança e qualquer outro tipo de arte – seja de forma ativa, quando o paciente produz a arte, seja de forma passiva.

A ferramenta promove o autoconhecimento e a reflexão sobre si próprio, ajuda na expressão e comunicação de sentimentos, explora a imaginação e criatividade, diminui estresse e ansiedade, eleva a autoestima e ainda contribui para a concentração, atenção e memória.

Barra de AcessTerapia holística para quem acredita que precisa de uma autorreflexão, buscando em sua mente o que faz você não evoluir ou não desenvolver-se. A técnica auxilia na expansão da consciência, deixando para trás crenças limitantes, ansiedade, depressão e estresse. Consiste em acionar 32 pontos energéticos localizados na cabeça, através de toques suaves, para auxiliar as pessoas a superarem diversas barreiras do âmbito pessoal, emocional e material.

Fisioterapia: Para auxiliar a melhorar a sua saúde mental e física e combater o estresse, a fisioterapia criou algumas técnicas específicas e uma delas é a microfisioterapia, que consiste em uma técnica para identificar a causa primária de uma doença ou sintoma e estimular a autocura através de micropalpitações na pele do paciente.

Hipnose: Através desse recurso, o hipnoterapeuta se torna capaz de estimular seu paciente a entrar em um profundo estado de relaxamento e concentração, o chamado transe, e assim ajudá-lo a resgatar seu estado de bem-estar e equilíbrio um dia perdido. O emprego da hipnose tem o objetivo de nos capacitar a retreinar nosso inconsciente. De oferecer apoio para evitarmos os pensamentos negativos, e assim podermos gerenciar o estresse com mais eficácia.

Massoterapia: A massagem é altamente eficiente na diminuição do estresse e de seus problemas. O toque das mãos promove efeitos que levam o desencadeamento de funções estimulantes, influenciando os estados psicológico, físico e fisiológico do organismo de forma extremamente positiva. A massagem ativa o sistema parassimpático, que vai trazer o relaxamento e a sensação de bem estar, liberando o hormônio ocitocina, que combate o estresse e alivia as tensões musculares.

Seus efeitos contra a angústia, ansiedade e tensão irão melhorar a resistência à dor, gerando mais flexibilidade e relaxando os músculos, gerando a sensação de conforto e disposição. A pressão feita durante a massagem com os dedos e nas regiões específicas ativa e aumenta a circulação sanguínea e a linfática, assim trazendo benefícios para o sistema imunológico do corpo.

Pilates: Além de agir no controle de diversas doenças crônicas, é uma ótima ferramenta de combate ao estresse. O Pilates, por se tratar de uma atividade física, faz com que o corpo produza substâncias associadas ao bem-estar, como a endorfina. Assim, na dosagem adequada, esse hormônio promove a sensação de conforto, alegria e prazer. A endorfina também atua na modulação da sensação de dor e do humor.

O Pilates não apenas ajuda na melhora do condicionamento físico, como também contribui com a força, equilíbrio, coordenação motora e resistência. Uma vez que o método trabalha o ritmo respiratório intensamente, o praticante aprende a desenvolver o autocontrole, que é fundamental diante das situações de estresse.

Reiki: Técnica criada no Japão que consiste na imposição de mãos para transferência de energia de uma pessoa para outra e acredita-se que desta forma é possível alinhar centros de energia do corpo, conhecidos como chakras, promovendo o equilíbrio energético, necessário para manter o bem-estar físico e mental.

Neste tipo de terapia se usa técnicas de meditação e exercícios de respiração. O objetivo é mudar a oscilação ou vibração das energias e isto traz benefícios comprovados como alívio de dores e redução de sintomas de ansiedade e estresse.

ThetaHealing: É uma técnica baseada na meditação, que permite acessar o subconsciente por meio de ondas cerebrais de frequência muito baixa. É muito eficaz porque não trata os problemas superficialmente, mas procura a raiz deles para que a mudança aconteça profundamente. O indivíduo passa a se conhecer melhor, entender o que acontece em seu próprio subconsciente para, então, modificar aquilo que está atrapalhando sua vida.

Ansiedade e estresse são problemas modernos muito comuns, e eles também podem ter origem no subconsciente. O autoconhecimento proporcionado pela ThetaHealing possibilita compreender melhor os sentimentos e situações que levam a eles. Assim, conseguimos redefinir padrões de crenças e comportamentos.

Com Assessorias (atualizada em 24/09/21)

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