Seu filho come bem em casa, você evita oferecer doces, refrigerantes, biscoitos. Mas se fica umas horas na casa de um amigo, longe dos seus olhos atentos? E quando vai a uma festa recheada de brigadeiros, bolos e o pior – os salgadinhos, quase sempre fritos, é claro?
Manter a distância de frituras não é apenas um sacrifício para as crianças. Alegria das festas e dos encontros de happy hour, os salgadinhos, se consumidos com exagero, podem realmente causar problemas de saúde. E não é apenas porque ajudam a aumentar o ponteiro da balança.
Estudos indicam que substâncias formadas nos recipientes com óleos e gorduras usadas em frituras podem ser prejudiciais à saúde humana, principalmente com o consumo de óleos aquecidos ou oxidados (reação química provocada pelo contato do óleo com o ar, que altera os ácidos graxos insaturados do óleo).
É necessário cautela, a fritura pode ser consumida esporadicamente, e, com os cuidados necessários”, afirma a coordenadora do curso de Nutrição da Anhanguera de Niterói, Edna Freignan.
Segundo ela, há formas de inserir as frituras, ocasionalmente, no cardápio, com prudência, e por isso é preciso apostar em versões menos prejudiciais. “Os alimentos fritos podem fazer parte da alimentação, mas, como tudo em excesso é prejudicial, não devem ser consumidos diariamente”, pondera.
Os cuidados principais são com a temperatura do óleo e sua reutilização. “O óleo não deve ultrapassar a temperatura de 180 graus C e não deve ser reutilizado”, explica. A professora esclarece ainda que óleos aquecidos por longos períodos, sob temperaturas extremamente elevadas, produzem compostos polares pela degradação dos triglicerídeos, ou seja, podem aumentar a predisposição à aterosclerose (doença inflamatória crônica) e câncer.
Como evitar estresse nas festinhas
Seletiva para comer durante a infância, ao ficar grávida de Santiago, hoje com 5 anos, Camila Verdeja resolveu que o menino não seria como ela e investiu na formação do paladar do filho. Ao perceber que suas escolhas davam certo, resolveu compartilhar suas dicas e experiências com outros pais. Em 2015, criou o Gourmet Jr., um espaço que busca trazer mais saúde e praticidade para o dia a dia dos novos pais.
Hoje seu site www.gourmetjr.com.br, conta uma média de 44 mil acessos e 36 mil visitantes/mês únicos, tendo mais de 250 mil seguidores no Facebook e 136 mil no Instagram. A página apresenta receitas, notícias, estudos e muitas informações sobre alimentação infantil saudável. Uma mão na roda para mães que não sabem o que fazer com seus filhos na hora de comer. Camila preparou ótimas dicas que vão ajudar os papais e mamães a passar esses momentos com zero estresse:
Como contornar os salgadinhos?
Uma boa ideia é fazer uma refeição com o filhote antes de ir para a festa. Assim, ele não chega com fome e não sai “atacando” o que vê pela frente. E ofereça o que tiver de mais saudável. “Também sempre tenho algo na bolsa para ‘emergências’ – como uma fruta, por exemplo. Se não tiver nada muito adequado na festa – algo mais difícil hoje em dia – você tem opções na mão”, diz Camila.
Brigadeiros e docinhos, como evitar?
A recomendação dos pediatras é não dar açúcar para crianças até completarem 2 anos. É importante ter isso em mente. Camila Verdeja seguiu à risca e, quando Santiago era pequeno, ela dizia que os docinhos da mesa eram decoração. “Ele ia brincar e nem ligava mais para aquilo”, diz, divertida. “Agora, ele está com 5 anos, maiorzinho, e já sabe das coisas. Mas como come pouco açúcar desde sempre, ele não dá bola para esses doces. Tudo é hábito”, completa Camila.
E na hora do bolo?
Tudo o que é proibido é mais gostoso, certo? Partindo desta premissa, Camila – e assim como toda a metodologia do Gourmet Jr. – estimula a alimentação saudável, buscando não proibir. “Cantar parabéns e experimentar um pedaço de bolo é divertido. Mas em casa temos um hábito de dividir os pratos, comer junto. Nesta hora faço isso com o Santiago e ele acaba comendo menos”, afirma Camila.
E quando vai brincar na casa de um amiguinho?
“As dicas são as mesmas: o Santiago come alguma coisa gostosa antes de ir. Mas chegando na casa do amigo, pode se servir do que tiver lá. Não tem como ser diferente. De novo, vale o hábito que se tem em família. Ele gosta de comer bem. E isso vai levar para a vida toda”, diz Camila.
Refrigerante pode?
Hummm…este é o pior momento. Refrigerante não é recomendável para crianças. Camila contorna a situação comentando com Santiago que esta bebida não é para os pequenos – o que é verdade -, assim como bebidas alcóolicas. E oferece água ou suco no lugar.
Da Redação, com Assessorias