A obesidade infantil já pode ser considerada uma doença crônica. Para conscientizar a população sobre os cuidados para combater esta doença, que vêm afetando milhares de crianças no mundo todo. A Organização Mundial da Saúde – OMS aponta que em 2018 a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes, de 5 a 19 anos, aumentou de 4% em 1975 para pouco mais de 18% em 2016. O número de crianças com excesso de peso com menos de cinco anos seja mais de 41 milhões no mundo, somente em 2016.

Ao mesmo tempo que, ocorre a diminuição de crianças e adultos com desnutrição, também aumentou a prevalência de sobrepeso e obesidade na população mundial. “A obesidade infantil é resultado de inúmeros fatores ambientais, genéticos e biológicos. A mudança no estilo de vida das famílias, com o fácil acesso a alimentos altamente calóricos e industrializados, e a falta de atividades físicas, onde as crianças permanecem mais tempo em casa, são os principais fatores que resultam no sobrepeso infantil”, comenta a nutricionista da Fundação Pró-Rim, Juliana Malinovski.

O sedentarismo não deve mais ser apenas associado aos adultos. A quantidade de crianças que hoje dedicam mais tempo aos aparelhos eletrônicos, como celular, televisão e computadores, colabora com os índices de obesidade infantil. Além disso, a qualidade e a quantidade de sono das crianças também estão comprometidas. “A duração curta do sono pode desencadear alterações hormonais os quais regulam o apetite”, complementa a nutricionista.

Doenças na fase adulta

Além de reduzir a qualidade de vida das crianças, a obesidade pode trazer doenças como a diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e a doença renal crônica, tanto na infância quanto na idade adulta. “Atitudes saudáveis que podem ser aprendidas na infância impedem positivamente o aumento da incidência de diabéticos, hipertensos e doentes renais no futuro”, relata Artur Wendhausen, nefropediatra da Pró-Rim, referência nacional em tratamento renal (www.prorim.org.br).

A prevenção à obesidade é mais eficaz quando iniciadas ainda na idade escolar e mantidas na adolescência, com a adoção de uma boa alimentação e hábitos saudáveis. “É comprovado que uma alimentação saudável desde a infância pode prevenir o aparecimento de doenças renais. Basta ter um pouco de planejamento para montar um cardápio variado e saudável”, complementa a coordenadora do setor de Nutrição da Pró-Rim, Jyana Gomes Morais Campos.

Prevenção à mesa

Uma alimentação saudável, alinhada com outros hábitos, pode prevenir a obesidade infantil. Consumir alimentos in natura e evitar produtos industrializados, tipo fast food, ricos em açúcares e gorduras saturadas, deve ser o primeiro passo. “Alimentos industrializados apresentam baixo valor nutricional e são ricos em sódio e demais conservantes, elementos extremamente perigosos à saúde. O importante é comer comida de verdade e não esquecer da água para manter os rins saudáveis e também para equilibrar o peso”, alerta a nutricionista Jyana.

Exemplo em casa

A rotina corrida de pais e filhos tem tirado o hábito de se sentar à mesa para realizar as refeições. “Esse momento é parte essencial deste processo. Se não é possível fazer essa reunião em família durante o almoço, o jantar pode cumprir este papel”, comenta a nutricionista Jyana. O planejamento para montar um cardápio variado e saudável também deve estar presente na vida da família. Oferecer opções saudáveis em casa e na lancheira das crianças, evita com que elas não optem pelo consumo de “besteiras”.

Uma alimentação saudável é fundamental para o desenvolvimento da criança, além de auxiliar na formação, previne doenças e colabora para o bom funcionamento do corpo. Por muitos anos, a alimentação infantil foi estimulada por guloseimas, como se os pequenos não precisassem dos nutrientes e vitaminas contidos nos alimentos como frutas e vegetais, por exemplo.

“Nesse ciclo fomos formando pessoas que se alimentam apenas de comidas industrializadas, não conhecem os alimentos naturais, não experimentam coisas novas e rejeitam tudo que é da família dos legumes, vegetais e frutas”, comenta a nutricionista da Fundação Pró-Rim, Vanessa Pires de S. Brasil.

Estudos apontam que desde a gestação a alimentação da mãe pode influenciar na alimentação do bebê. “Será mais fácil à aceitação por comidas naturais e mais saudáveis se a gestante já tiver este hábito durante a gravidez”, complementa a nutricionista.

Os adultos são exemplos e por isso é fundamental que todos tenham bons hábitos alimentares, não adianta esperar que a criança goste de alimentos saudáveis se os pais não gostam. É importante também ressaltar que a hora da refeição deve ser um momento de prazer, sem estresse, não se deve forçar a criança a comer mais do que quer ou algo que recusa.

Para finalizar a nutricionista enfatiza que “O estilo de vida saudável começa no lar. Pais que se alimentam de forma adequada em casa dão exemplo para seus filhos”.  Uma alimentação saudável começa em casa, incentive seus filhos desde cedo e não terá problemas no futuro”, conclui a nutricionista sobre a prevenção as doenças na fase adulta.

A nutricionista indica os 6 mandamentos que toda criança precisa seguir para uma alimentação saudável:

·         Fazer as refeições sentados à mesa – a refeição deve ser um momento de prazer em família, sentados à mesa, estimula a boa alimentação, constrói momentos de diálogo e interação, além de estar na melhor posição para se comer.

·         Comer sem distração – Como dizem “a hora da refeição é uma hora sagrada”, não se deve comer assistindo televisão, mexendo no celular, tablet ou com brinquedos. É preciso concentração ao que está comendo, para melhor ingestão e digestão dos alimentos.

·         Saber e conhecer o que está comendo – ensine desde cedo a criança o nome dos alimentos e a importância deles para nosso corpo, não tente enganá-la para comer algo que não conhece, é preciso ensinar a comer bem e não manipular a criança.

·         Ter cinco cores no prato – São as vitaminas e nutrientes que dão cor aos alimentos, ter um prato colorido significa ingerir uma variedade destes nutrientes.

·         Experimentar novos alimentos – Sempre! É bom comermos coisas novas, fazer disso um hábito amplia nosso repertório e evita aquele “não gosto” sem nunca ter comido. Faça disso um jogo e será muito divertido.

·         Evite que a criança fique beliscando fora de hora, caso contrário, na hora das refeições ela estará sem fome e não vai se interessar por legumes e verduras. Evite ter em casa biscoitos recheados e guloseimas

·         Uma boa dica também para estimular a boa alimentação dos pequenos é deixá-los participar dos processos. Leve-os ao supermercado, apresente as características dos grupos de alimentos, ensine onde e como escolher os melhores produtos.

·         Elabore receitas que eles possam participar, além de proporcionar momentos gostosos em família, a criança visualiza o preparo do prato e por ter confeccionado, desperta o interesse em experimentar.

Confira outras dicas para prevenir a obesidade nas crianças

1.      Controle o consumo excessivo do sódio, presente nos salgadinhos, sucos de caixinha e demais produtos industrializados;

2.      Estimule a prática de atividades físicas. A dica aqui é sugerir as “brincadeiras de rua”, como pega-pega, esconde-esconde, jogar bola;

3.      Fique de olho na diabetes;

4.      Estimule a criança a consumir água;

5.      Faça a aferição da pressão arterial nas consultas de rotina nas crianças a partir de 3 anos de idade.

 

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!
Shares:

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *