Neste ano de 2022, já nasceram no Estado do Rio de Janeiro 139.023 bebês, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Deste total, mais de 11 mil vieram ao mundo antes do tempo, ou seja, com menos de 37 semanas de gestação. Levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que cerca de 11% dos recém-nascidos do estado nos últimos quatro anos são prematuros.
Uma delas é a Alice Pozzi Bazan, prematura de 25 semanas que nasceu no dia 28 de maio no Hospital Estadual Azevedo Lima, com apenas 685 gramas. Ela precisou ficar internada por mais 100 dias na UTI neonatal até receber alta. Hoje, está pesando 4 quilos e esbanjando saúde no colo da mãe, Júlia Pozzi,.
“Dedico a vida de minha filha a toda equipe do hospital envolvida na evolução de seu estado de saúde: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e fonoaudiólogas. Foram 80 dias intubada. Aos heróis do Azevedo Lima, o meu muito obrigado por tudo”, agradeceu a mãe da pequena Alice.
Veja imagens de Júlia e Alice na maternidade, no período de tratamento:
   

 

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que em 2019, de um total de 208.299 nascimentos no estado, 10,85% foram prematuros de 37 semanas. Em 2020, foram 200.215 nascidos, sendo 11,1% antes da hora. Em 2021, ocorreram 208.195, com 11,29% prematuros. Até novembro de 2022, aconteceram 139.023 nascimentos, com 11,91% antes do previsto.

De 2019 a novembro de 2022, nasceram 8.998 crianças com menos de 37 semanas nas quatro maternidades do estado. Foram 3.410 no Hospital da Mulher, o que representa 2,45% do total de nascimentos antecipados em todo o estado; 1.673 no Hospital da Mãe, com taxa de prematuridade de 0,8%; 2.755 no Hospital Azevedo Lima, com taxa de 1,38%; e 1.160 no Hospital Lagos, 0,56% de forma precoce.

Novembro Roxo: Rio reforça ações de humanização

Para ajudar a prevenir a prematuridade e informar sobre suas consequências para o bebê, a família e a sociedade, foi criado o Novembro Roxo, mês internacional de sensibilização para a prematuridade. Nesta quinta-feira (17),  Dia Mundial da Prematuridade, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforça a importância das ações de humanização para redução dos óbitos prematuros de bebês.
“A data é significativa porque propõe reflexões sobre o processo de humanização necessário para o atendimento aos prematuros, além de reforçar a importância dos programas implantados na rede estadual. Em nossas maternidades, os bebês prematuros recebem suporte qualificado para minimizar problemas inerentes à prematuridade, favorecendo a diminuição de possíveis sequelas”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.

Fatores de risco da prematuridade

Com a prematuridade surgem fatores de risco como o peso ao nascer menor que 2,5 quilos, sendo este o principal risco para óbitos, atrasos em diversos níveis no neurodesenvolvimento e sequelas físicas. Parte importante da prevenção ao parto prematuro está relacionada à realização de pré-natal adequado na atenção primária à saúde. Isso inclui consultas, exames laboratoriais e de imagem, para identificação precoce das gestações de alto risco.

“Nas maternidades do estado de média e alta complexidade, os atendimentos às gestantes vão além da utilização da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal e da Unidade de Cuidados Convencionais. A humanização assume papel importante no conjunto de ações que visam atender às necessidades de ambos na linha de cuidado materno infantil”, relata Rafael Fornerolli, assessor técnico de Humanização da SES.

Linhas de cuidados na rede estadual de saúde

Canguru – Estimula a presença dos pais por intermédio do contato pele a pele com seus filhos tão logo a estabilidade clínica, peso e idade permitam. Os recém-nascidos são inseridos no método com peso inferior a 1,6 kg até completar 2 kg e passam a ser acompanhados pela equipe ambulatorial, até atingir o peso ideal 2,5kg e receber alta.

Projeto Octo – São polvinhos confeccionados de crochê que ajudam os bebês a se aconchegarem melhor. Os tentáculos evitam que o prematuro puxe os fios do monitor e trazem segurança, pois são feitos para imitar o cordão umbilical. Quando o bebê recebe alta, o polvinho vai junto com ele.

Redinha – Tem a finalidade de acalmar as crianças, pois simula o útero materno. Os bebês de até 1,8 kg são colocados em uma espécie de rede que ajuda as crianças que saíram prematuramente do útero a se sentirem embaladas, como se ainda estivessem no corpo da mãe.

Ofurô – É um banho terapêutico que tem por objetivo promover o relaxamento do bebê. A criança é colocada em recipiente, a 36º graus Celsius, assemelhando-se ao formato do útero.  O recém-nato permanece com o corpo submerso, em posição fletida, com os membros inferiores e superiores em linha mediana, flexionados. A cabeça fica fora da água, com apoio do cuidador

Agenda Positiva

Dia da Prematuridade: maternidades estaduais realizam eventos

As maternidades da rede estadual de saúde – Hospital da Mãe, em Mesquita; Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti; e Hospital Azevedo Lima, em Niterói – , realizam eventos alusivos ao “Novembro Roxo”, reforçando os cuidados especializados com os recém-nascidos de baixo peso.
O método Canguru, que estimula o contato pele a pele com os pais e seus filhos, será um dos destaques da programação, além do controle de infecção e depoimentos de mães. “O método Canguru é um importante instrumento de humanização, pois favorece o vínculo afetivo, permite estabilidade térmica, estímulo à amamentação, desenvolvimento do bebê e ampliação da capacidade sensorial”, destaca a coordenadora de enfermagem do Bloco Neonatal do Hospital da Mulher, Marcia da Costa Seixas.

No Hospital da Mulher, o evento será realizado no dia 17 de novembro, das 9h às 13h. Entre as ações estão a palestra “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento” e uma abordagem da “Qualidade x Desafios na prevenção de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde)” e “Atuação do fonoaudiólogo ao prematuro de risco”.

No Hospital Estadual Azevedo Lima, o “Novembro Roxo” vai incluir no dia 17 de novembro, às 10h, café para as mães de bebês internados na UTI, palestra sobre cuidados no pré-natal, a importância do envolvimento do pai e da mãe no processo do bebê prematuro, além de depoimento de mães sobre o que é ter um filho prematuro na UTI. No dia 23, às 15h, haverá uma capacitação interna de enfermeiros sobre neuro desenvolvimento.

Nos dias 22 e 23 de novembro, será a vez de o Hospital da Mãe promover suas ações. A unidade realiza o 2º Simpósio de Prematuridade, onde serão tratados os temas: “Olhar humanizado na Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais”, “Particularidades fonoaudiológicas do contato pele a pele do recém-nascido” e “A importância paterna na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal”.

Fonte: SES/RJ, com Redação
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