Colaborar para reverter dados que apontam que 125,2 milhões de brasileiros, mais da metade da população, estão em situação de insegurança alimentar em algum grau: leve, moderado ou grave. Este é o objetivo de milhares de pessoas que atuam voluntariamente em todo o país. Muitas, inclusive, sofrem atos de agressão pelas causas que abraçam.
Foi o caso de Leona Jhovs, atriz, diretora, mulher transfeminista, multi-a(r)tivista e presidenta do Instituto Luz do Faroeste, abordada de forma violenta por oficiais da GCM durante a última distribuição de alimentos de fevereiro, na Cracolândia de São Paulo. Ela chegou a levar um soco nas costas ao tentar usar o seu telefone celular para ligar ao advogado que assiste a ONG e que estava a alguns metros de distância.
O incidente não a impediu de dar continuidade ao seu trabalho social e, no dia 18 de março retomou as atividades do projeto “Você Tem Fome de Quê?” no território da Cracolândia.
“Aquele comportamento foi um total absurdo, totalmente inadmissível e nos mostra o despreparo na atuação da segurança em um problema de saúde pública. Mas não vamos nos deixar abater, apenas ganhamos ainda mais fôlego para exercer nosso ativismo e cumprir nossa agenda dee direitos humanos e transformação social por meio da arte e cultura”, conta Leona.
Instituto voltou às ruas da ‘Cracolândia’
A ação contou com apresentação de rappers MCs e. A retomada das ações do projeto “Você Tem Fome de Quê?”, que buscam prover alimento para o corpo e também para a alma com a arte, deu início a uma agenda de oficinas de produção cultural, contou com as intervenções artísticas de três rappers MCs Nego Bala, Mano Binho e Muan.
No dia 18, a equipe de voluntários voltou ao território da Cracolândia tendo como base da distribuição de alimentos e intervenção artística o Bar da Nice, que fica na Rua General Osório, com intervenção artística de JaickMc e PamyDark.
“Como aconteceu nas outras vezes, todas as marmitas foram preparadas pela ONG O Amor Agradece e no trabalho de acolhimento ainda contamos com o apoio do Coletivo Tem Sentimento, em uma verdadeira rede de solidariedade que assumiu o desafio de atuar no acolhimento de pessoas que estão totalmente marginalizadas pela sociedade”, destaca a presidenta do instituto.
O compartilhamento de conhecimento também é parte importante do projeto que deu início a uma agenda de oficinas que preparam as mulhers cis e trans em situação de rua atendidas pelo Coletivo Tem Sentimento para se tornarem produtoras e produtores culturais. As oficinas tambémsão ministradas por Brunner Guimarães, produtor cultural, artista e membro da diretoria do Instituto Luz do Faroeste.
A cultura ocupa espaços de extrema importância no debate público das pautas emergenciais da sociedade. Levando em consideração o caráter cultural do instituto, o projeto “Você Tem Fome de Quê?” tem como diretriz alimentar o corpo e também a alma com a arte. Para isso, contará com o apoio de movimentos artísticos e culturais do centro de São Paulo tanto na distribuição de alimentos, como também em uma agenda de intervenções para uma verdadeira transformação social.
Sobre o Instituto Luz do Faroeste
O Instituto Luz do Faroeste é uma iniciativa sem fins lucrativos com quatro anos de existência que desenvolve seu trabalho social em torno das urgências fundamentais que se agravaram nos últimos anos com a crise: como o combate à fome com a distribuição de alimentos com o apoio de outros movimentos artísticos e culturais sediados no centro de São Paulo.
Em seus valores, a instituição assumiu um compromisso com a agenda de direitos humanos e com os movimentos de transformação social por meio da arte no território da Luz promovendo ações de inclusão social, enfrentamento à fome e defesa de populações historicamente marginalizadas.
O trabalho do instituto dá continuidade à memória e ao legado das mais de duas décadas de atuação da Cia. Pessoal do Faroeste no atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade social na região.
Nesse desafio, o compromisso e o foco como instituição do terceiro setor do instituto é com os moradores da região que sofrem com a insegurança alimentar, e principalmente, dentre eles, a população em situação de rua que habita a Cracolândia. “Para nós todo ser humano merece ser alimentado de comida, de cultura e de afeto”, afirma a fundadora.
Voluntários de mobilizam para combater insegurança alimentar
Exemplos de voluntariado também surgem e se fortalecem no ambiente corporativo em grandes, médias e pequenas empresas. Criado em 2002, o Comunidade Educativa é o programa de voluntariado corporativo da Bunge no Brasil. Mais de 600 colaboradores voluntários, em nove estados brasileiros, dedicam até 2 horas semanais de trabalho para desenvolver atividades nas comunidades onde a empresa atua.
Sob o tema “Além da Mesa – alimentar corpo, mente e alma”, o voluntariado pretende, ao longo deste ano, engajar os colaboradores em ações que contribuam com o acesso à alimentação adequada e regular de pessoas em situação de vulnerabilidade social nas comunidades onde os voluntários da empresa atuam.
Parceiros Voluntários lança ‘Só juntos dá pra mudar. É só começar’
Documentário conta história de três lideranças de comunidades do Rio, São Paulo e Porto Alegre
Para estimular amplamente a cultura do voluntariado, a ONG produziu o documentário “Só Juntos – Dá pra mudar. É só começar”. Em 60 minutos, o filme está disponível na internet com audiodescrição, legendas e janela de LIBRAS assinadas pela OVNI Acessibilidade Universal.
O documentário com pouco mais de 60 minutos de duração foi dirigido por Juliano Ambrosini, da produtora de conteúdo Bumbá, e traz as histórias de três lideranças de Organizações da Sociedade Civil baseadas no Rio de Janeiro, comunidade do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo; em Osasco, São Paulo; e uma comunidade no bairro do Bom Jesus, em Porto Alegre, todos revelando de forma natural e sensível as nuances e os impactos do voluntariado.
Com Assessorias