Em meio à guerra de liminares em que se transformou a volta às aulas no Estado do Rio de Janeiro, uma coisa é certa: muitos pais, mães e responsáveis – e é claro, crianças e adolescentes – estão confusos. A retomada das atividades escolares presenciais, num momento em que o elevado número de casos e a alta taxa de letalidade por Covid-19 ainda assustam, é o tema do #PapodePandemia desta quarta-feira, dia 16 setembro, no Facebook do Portal ViDA & Ação.
Os convidados especiais da jornalista Rosayne Macedo para esta 19ª edição da série de encontros virtuais são a médica pediatra Isabella Ballalai, da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj); o médico Alexandre Chieppe, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), e o pediatra e infectologista pediátrico Márcio Nehab, do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
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Entenda a polêmica da volta às aulas no Rio
Um decreto do Governo do Estado publicado dia 4 de setembro liberou a reabertura das escolas particulares de Ensino Fundamental e Médio a partir do dia 14 e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) chegou a criar um manual com orientações de biossegurança. No entanto, uma decisão da Justiça do Trabalho no dia 10, a favor do Sinpro-Rio (Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região), impediu a volta às aulas presenciais na rede particular.
No último domingo (13), a liminar foi derrubada, a pedido do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino. A Soperj emitiu nota defendendo a volta imediata às aulas no Estado. Diante da polêmica e ainda com muitas dúvidas entre os pais e as próprias escolas, poucos estabelecimentos reabriram as portas na segunda (14), com baixa adesão de alunos. No mesmo dia, a Fiocruz lançou um manual com uma série de medidas que devem ser levadas em conta antes da decisão.
Na terça-feira (15), outra decisão – esta do Tribunal de Justiça – voltou a proibir as aulas nas escolas particulares na cidade do Rio, mantendo decisão anterior que suspendia decreto da prefeitura que havia liberado aulas presenciais nas escolas particulares do município, em quatro anos do Ensino Fundamental, a partir de agosto.
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Antes mesmo da pendenga judicial, a volta às aulas já dividia opiniões entre pais em todo o Brasil, de acordo com algumas pesquisas, tendo ainda gerado divergências entre médicos e educadores. Com o sinal verde para retomar as aulas determinado pela Justiça do Trabalho e temendo novas decisões, muitas escolas preferiram aguardar mais. Na rede de colégios Pensi, por exemplo, foi dada uma semana de recesso escolar de 14 a 19 de setembro.
Afinal, é ou não é hora de voltar às atividades presenciais, seguindo algumas regras, especialmente num momento em que tantas atividades já foram liberadas, como shoppings, cinemas e praias? Muitos pais estão inseguros de mandar os filhos de volta às salas de aula. E com razão. No Estado do Rio, que já tem mais de 17 mil mortos por Covid-19, a maioria na capital, apesar de a média de casos se manter estável nos últimos dias, a taxa de letalidade ainda é das mais altas do mundo e a ocupação dos leitos de UTI no SUS por causa da doença subiu para 82% nas últimas semanas.
Temos ouvido diversos comentários, contra e a favor, mas muitos pais estão mesmo perdidos em meio a toda essa situação. Até mesmo alguns alunos, antes ansiosos por voltar às escolas, agora estão mais relaxados em casa e já admitem findar o ano com aulas exclusivamente online. Já os pais estão preocupados com a perda no conteúdo pedagógico e de como os filhos serão aprovados neste ano letivo. Na live desta quarta, vamos ouvir três especialistas que são autoridades no assunto e podem tirar nossas dúvidas e nos ajudar a entender melhor tudo o que está acontecendo”, afirma a jornalista Rosayne Macedo, que é mãe da Maria Clara, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental.
Saiba mais sobre os convidados
Isabella Ballalai é presidente do GT Imunizações da Soperj, onde também atua como consultora do Departamento de Saúde Escolar da Soperj. Uma das maiores autoridades no tema imunização no país, atua como vice presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a qual presidiu entre 2015 e 2018. Faz parte do Grupo Consultivo da Vaccine Safety Net, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Márcio Naheb é especialista em Infectologia Pediátrica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), onde fez pós-graduação e mestrado e atualmente coordena a residência de Pediatria. É membro do comitê permanente de ensino da Soperj desde 2013. Já Alexandre Chieppe atua na saúde pública há quase 20 anos, tendo acompanhado diversas epidemias no Rio. Ele também foi subsecretário estadual de Vigilância em Saúde por quatro anos.