Nem todo mundo sabe responder à pergunta acima. Mas diversas iniciativas vêm procurando esclarecer a população. Uma delas vem da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que acaba de lançar a série de vídeos educativos “Gênero e Sexualidade”. O primeiro episódio, disponível no Instagram UFSCar Oficial, explora a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual, esclarecendo conceitos essenciais para construir uma sociedade mais inclusiva.
A série terá episódios curtos, didáticos e inéditos mensalmente, como uma maneira de ensinar, combater a ignorância e promover a aceitação, contribuindo assim para um mundo menos violento e mais acolhedor para todos. O objetivo é se juntar a outras vozes para trazer mais informações sobre noções como gênero e sexualidade, cisgênero, transgênero, transexual, travestis, intersexual e pessoa não binária.
“A série vai tratar ainda de direito ao nome social, uso de banheiro, contexto histórico de gays e lésbicas, dentre outros assuntos. São temas fundamentais para promover o respeito à diversidade humana, sem o qual nunca avançaremos enquanto sociedade”, ressalta Mariana Luz, diretora de Comunicação da UFSCar.
Vinicius Nascimento, secretário geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da universidade, lembra que a população trans e travesti é, infelizmente, uma das mais alvejadas pelas violências.
“Por essa razão, ações como essa são importantes não apenas para visibilizar essas existências, mas para provocar e mobilizar as pessoas cisgêneros a pensar que existem outros modos de viver e existir”, destaca.
Além da série, a Coordenadoria de Diversidade e Gênero (CoDG) da Secretaria, em parceria com o Grupo de Trabalho (GT) Transformar, vem trabalhando de forma a diminuir as violências contra essa população por meio da publicação de cartilhas, rodas de conversas e ações de formação na comunidade.
Ainda na retomada do Conselho de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (CAADE), em novembro de 2023, foi aprovada a Política de Identidades de Gênero da UFSCar, um passo importante para garantir os direitos dessa população, colaborando na promoção da diversidade e igualdade entre estudantes e funcionários.
Contra a ‘transfobia estrutural’, Feira da Visibilidade Trans e Travesti
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promove nos dias 25 e 26 de janeiro a segunda edição da Feira da Visibilidade Trans e Travesti, com o tema “Saúde, Cidadania, Arte e Cultura”. A feira busca dar visibilidade à presença de pessoas trans e travestis na universidade, compartilhando a potência de seus trabalhos e artes, sendo um momento de celebração, encontro e fortalecimento dessas pessoas no espaço.
Além disso, é uma oportunidade de remunerá-las pelos seus trabalhos, considerando inclusive que grande parte das pessoas trans e travestis presentes hoje na universidade estão em condição de vulnerabilidade e recebem bolsas de permanência estudantil.
De acordo com os organizadores, “a feira se insere em um contexto histórico de alijamento, silenciamento e exclusão das pessoas trans e travestis, e o acesso equânime à educação, à cultura, à saúde e ao bem-estar é ponto significativo de resgate da cidadania e da dignidade dessa população.
Segundo eles, “a UFSCar tem sido espaço de acolhimento para essas pessoas que desejam construir novas perspectivas, porém, são marcadas pela transfobia estrutural, portanto, é necessário que se desenvolvam políticas e ações que naturalizem a presença dessas pessoas.”
“Podemos afirmar que a execução de uma feira como essa dentro do espaço da universidade, idealizada e executada por pessoas trans da comunidade acadêmica da UFSCar, e sendo apoiada pela instituição, legitima, apoia e incentiva a permanência desses corpos na universidade”, ressaltam os organizadores.
A programação – gratuita e aberta à população – contou com apresentações de dança, música, teatro, poesia, fotografias, pinturas, artes multimídias, entre outras expressões artísticas e culturais. Mais informações perfil de Instagram: @gt_transformar.
Competição de poesia em homenagem ao mês da visibilidade trans
Em janeiro é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, que marca o primeiro ato nacional organizado pela população trans e travesti no ano de 2004. No sábado, dia 27/01, às 14h e 15h, o CCBB Educativo-Lugares de Culturas convida os artistas trans Tom Grito e Gênesis, precursores do ‘Poetry Slam’ no Rio de Janeiro, para ministrar uma oficina para o público.
A atividade levará os participantes a pensarem sobre suas vivências e progredirem desde a confecção do texto até a performance no Slam. Haverá práticas de escrita criativa e identificação de recursos do texto e corporeidade, pautados na vivência poética de slammers, como projeção vocal e partitura corporal.
O Slam é uma competição de poesia com performances que misturam corpo, vivência e oralidade. Ao final da atividade será realizada uma batalha de poesia (poetry slam). Será uma oportunidade de mostrar uma prática que acontece principalmente nas ruas da cidade e que conta com narrativas muitas vezes invisibilizadas.
Acontecerá no Espaço Conceito Banco do Brasil, no térreo do CCBB Rio. A atividade, gratuita, é para todos os públicos. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria uma hora antes. E o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB Rio) fica na Rua Primeiro de Março, 66 no Centro do Rio.
Com Assessorias