A urticária não é uma doença contagiosa, não é dolorosa e nem maligna, mas provoca intenso desconforto para o paciente e gera sentimentos de desânimo, tristeza, ansiedade e pânico por medo das crises. A coceira é incômoda e, por sua duração arrastada, pode trazer profundas alterações na qualidade de vida.

Os maiores problemas encontrados são interferência na vida social, com amigos, colegas de trabalho ou escola e até mesmo na família, por preconceito e medo de contágio.

O sono do paciente também fica alterado, seja pela coceira como pelo efeito colateral de alguns antialérgicos, dietas rigorosas e limitantes, porque é comum o conceito de que urticária tem causa alimentar. A pessoa ou a família, no caso de crianças, tem pânico de que o indivíduo morra por um choque anafilático.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) explica alguns possíveis desencadeadores da doença:

Aumento de temperatura – Pode ser a urticária colinérgica, que acontece com o aumento da temperatura corporal em atividades cotidianas, como banho quente, exercício físico, sudorese, ingestão de alimentos quentes e bebidas alcoólicas.

Alimentos – A urticária por alimentos se manifesta minutos após a ingestão da comida e acontece sempre que a pessoa ingere o alimento em questão. São necessários exames laboratoriais, testes cutâneos e, eventualmente, testes de provocação. Comprovado que o alimento é o causador da urticária, ele deve ser eliminado da dieta. Os alimentos também podem causar a urticária aguda. Nas crianças, os alimentos causadores de urticária mais frequentes são leite, ovo, trigo e soja.

Medicamentos – Os remédios estão entre as principais causas de urticárias agudas, sendo os mais comuns de provocar a reação os anti-inflamatórios, antibióticos – especialmente aqueles da família da penicilina – contrastes radiológicos, anestésicos, imunizações, anti-hipertensivos.

Ainda pouco conhecida de boa parte da população, a Urticária Crônica Espontânea – conhecida como UCE – não está diretamente ligada a nenhum desses fatores indutores. Ela geralmente dura no mínimo seis semanas e se torna refratária a medicamentos convencionais, como antialérgicos. Por isso, não é considerada uma alergia e sim uma condição do sistema imunológico.

Dicas para um tratamento mais eficaz

O médico Luís Felipe Ensina, membro da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai) e membro do Consenso Internacional de Urticária, traz algumas recomendações sobre os cuidados especiais que pacientes devem ter.

·       Mantenha a medicação contínua mesmo que esteja se sentindo bem;

·       Não tome remédios por conta própria;

·       Mantenha a pele hidratada, mas com hidratantes e sabonetes orientados pelo médico;

·       Evite banhos demorados e quentes;

·       Prefira roupas de algodão;

·       Procure atividades de lazer para combater o estresse.

Dicas para pais de crianças com urticária

Por Fátima Emerson

· Sigam as recomendações do alergista. Em alguns casos, os pais ficam temerosos em fazer a dose aumentada do anti-histamínico e não cumprem o prescrito;

· A medicação deve ser feita mesmo sem sintomas;

· Banhos não devem ser quentes nem demorados. A pele está sensível, usem sabonetes suaves. Evitem os sabonetes bactericidas, pois ressecam a pele;

· A pele deve ser hidratada logo após o banho, ainda úmida;

· Crianças devem seguir uma alimentação saudável e natural. Dietas serão indicadas apenas em casos específicos e comprovados;

· Corantes e conservantes não são causas mais comuns de urticária. Cada criança deve receber uma orientação específica para seu caso;

· Evite medidas ou tratamentos caseiros

Fonte: Asbai e especialistas

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