A pesquisa mostrou que, no período entre 2006 e 2019, a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4% e a hipertensão arterial subiu de 22,6% para 24,5%. Em relação à diabetes, o perfil de maior prevalência está entre mulheres e pessoas adultas com 65 anos ou mais. O mesmo perfil se aplica a hipertensão arterial, chegando a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou mais, sendo 55,5% dos homens e 61,6% das mulheres
Quanto ao excesso de peso, o índice passou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019. O maior índice está entre os homens, alcançando 57,1% e entre as mulheres o percentual de 53,9%. A pesquisa apontou que o excesso de peso tende a aumentar com a idade: para os jovens de 18 a 24 anos, a prevalência foi de 30,1% e entre os adultos com 65 anos e mais de 59,8%. Por outro lado, a incidência diminui com a escolaridade: para as pessoas com até oito anos de estudo, a prevalência foi de 61,0%, já entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo, de 52,2%.
Em relação à obesidade, o maior percentual está entre as mulheres (21%) e aumenta conforme a idade: para os jovens de 18 a 24 anos é de 8,7% e entre os adultos com 65 anos e mais, alcança o patamar de 20,9%. A obesidade é maior para as pessoas com até oito anos de escolaridade (24,2%) ante e aqueles com 12 anos ou mais (17,2%).
Os resultados apresentados para diabetes e hipertensão merecem destaque frente à pandemia da COVID-19. Estudos realizados com pacientes da China e de outras localidades apontaram para maior risco de agravamento e morte por COVID-19 em pessoas que apresentam doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão, além de doenças cardiovasculares. No Brasil, até o dia 20 de abril, 72% dos óbitos confirmados para a doença tinham mais de 60 anos e 70% apresentavam pelo menos um fator de risco. A cardiopatia foi a principal comorbidade associada e esteve presente em 945 dos óbitos, seguida de diabetes (em 734 óbitos), pneumopatia (187), doença renal (160) e doença neurológica (159).
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METOLOGIA
Dados abertos – Para contribuir com os diversos esforços de pesquisa relacionados ao tema das doenças crônicas e envelhecimento, a equipe da PNS disponibiliza, em acesso aberto, tabelas com indicadores de prevalência das doenças crônicas, além de outros fatores de risco como fumo e obesidade, extraídos a partir dos levantamentos do estudo.
Os autores também elaboraram uma tabela inédita com um cálculo da proporção estimada da população em risco de agravamento da Covid-19, por sexo (valores percentuais). Cabe ressaltar que não constam dados pessoais sensíveis no conjunto de informações disponibilizadas. Acesse as tabelas aqui.
Saúde do Idoso – Outra fonte de informação relevante para se informar sobre a saúde da população idosa no país é o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso. Ele apresenta indicadores por dimensões relacionadas a determinantes da saúde, fatores de risco e condições demográficas.
O Sisap-Idoso também monitora as políticas de saúde voltadas a essa população e a oferta de serviços em todo o país. Os indicadores estão disponíveis no site do Sisap-Idoso.
MonitoraCovid-19 – Considerando a importância da comunicação e da informação como elementos essenciais para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) tem contribuído para publicar e disseminar dados relevantes sobre a situação de saúde relacionada à Covid-19.
Uma dessas contribuições é a plataforma MonitoraCovid-19, sistema que agrupa e integra dados sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo. A ferramenta está disponível em acesso aberto e pode ser utilizada por toda a comunidade científica, profissionais de saúde e demais interessados.
O monitor também apresenta análises inéditas por meio de notas técnicas, publicadas periodicamente pelas equipes de pesquisa da unidade. Todas as análises são divulgadas pelo site do Icict/Fiocruz e estão disponíveis também no Portal Fiocruz, que abriga as informações do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz e também recursos e fontes para pesquisadores, como bibliotecas virtuais de saúde e outros acervos especializados.
Vigitel 2019 – O Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. O objetivo é conhecer a situação de saúde da população para orientar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade de doenças, melhorando a saúde da população.
No ano de 2019 foram realizadas 52.443 entrevistas com adultos residentes nas capitais e no Distrito Federal, com duração média de, aproximadamente, 12 minutos, variando entre 4 e 58 minutos. Foram avaliados os indicadores de hipertensão arterial e diabetes, excesso de peso e obesidade, consumo abusivo de álcool, fumantes, consumo alimentar e atividade física.
Foram entrevistadas pessoas com 18 anos ou mais, residentes em domicílios com, pelo menos, uma linha de telefone fixo. Anualmente, estima-se um número amostral mínimo de duas mil entrevistas telefônicas para cada capital e o Distrito Federal e foram realizadas entre os meses de janeiro e dezembro de 2019.
Para mais informações, clique aqui para acessar Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde
Da Agência Saúde e Agência Fiocriz, com Redação