O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que ataca o sistema imunológico, responsável por proteger o corpo contra doenças. A infecção acontece principalmente por relação sexual vaginal, anal ou oral sem preservativo com um parceiro soropositivo, isto é, alguém que já tenha sido infectado pelo vírus.  Quando o vírus não é tratado, ele pode evoluir para a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que representa o estágio mais avançado da infecção pelo HIV.

Neste estágio, o sistema imunológico fica extremamente enfraquecido, deixando o organismo mais suscetível a infecções oportunistas e determinados tipos de câncer. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

O HIV é transmitido principalmente através de fluidos corporais específicos. Saber quais são as formas corretas de transmissão é fundamental para combater o preconceito e a desinformação.

Principais formas de transmissão

– Sexo sem proteção: O HIV pode ser transmitido através de relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo, especialmente se houver cortes ou feridas.

Atenção: O sexo anal apresenta maior risco devido à fragilidade da mucosa retal, que facilita a entrada do vírus.

– Transmissão vertical (da mãe para o bebê): O vírus pode ser transmitido durante a gestação, parto ou amamentação.

Importante: O tratamento antirretroviral para gestantes que vivem com HIV reduz o risco de transmissão para menos de 1%. O parto por cesariana e a substituição da amamentação também podem ser indicados.

– Compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas: O uso compartilhado de seringas, agulhas ou outros equipamentos perfuro cortantes pode transmitir o vírus diretamente para a corrente sanguínea. Pessoas que utilizam drogas injetáveis são mais suscetíveis, se não adotarem práticas seguras.

– Transfusão de sangue contaminado ou transplante de órgãos: Embora extremamente raro nos dias de hoje devido a testes rigorosos, o risco existe se o sangue ou os órgãos doados estiverem infectados e não forem testados adequadamente.

Importante: Todos os doadores são testados no Brasil.

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Sintomas e fases da Infecção pelo HIV

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. Após a exposição ao vírus, os primeiros sintomas surgem entre 3 a 6 semanas e incluem:

– Infecção aguda (primeira fase): pode parecer uma gripe comum, com: febre alta; dores no corpo; mal-estar.

Atenção: Como os sinais são leves e temporários, muitas pessoas não percebem que foram infectadas.

– Fase assintomática (segunda fase): depois dos sintomas iniciais, o vírus entra em uma fase chamada de assintomática. O sistema imunológico ainda controla o vírus, e a pessoa pode não apresentar sinais visíveis por vários anos.

– Infecção crônica (terceira fase): com o enfraquecimento do sistema imunológico os sintomas se tornam mais específicos: febre persistente; suores noturnos; diarreia prolongada; perda de peso sem causa aparente.

– Estágio avançado (aids): se não tratada, a infecção pelo HIV evolui para a aids. O sistema imunológico fica extremamente enfraquecido, permitindo o surgimento de doenças oportunistas, como: tuberculose; pneumonia; alguns tipos de câncer.

Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida. Recomenda-se fazer o teste de HIV sempre que:

– Tiver uma relação sexual sem preservativo (respeitar a janela imunológica de 30 dias);
– Compartilhar seringas ou agulhas;
– Passar por situações de risco, como acidentes com materiais contaminados;
– Apresentar sintomas de infecção aguda (febre, mal-estar, dor no corpo) após exposição de risco.

Tratamento

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, seu uso regular é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento.

Importante: Pessoas que fazem tratamento corretamente não transmitem o vírus, contribuindo para a redução da epidemia.

Prevenção do HIV/aids

A prevenção do HIV evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, além do uso de preservativos, há uma abordagem mais completa: a Prevenção Combinada. Ela envolve a combinação de várias estratégias, adaptadas às necessidades de cada pessoa ou situação, para maximizar a proteção contra o HIV.

O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.

A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.

Intervenções biomédicas: métodos que envolvem proteção física, como o uso de preservativos ou o uso de medicamentos:

– PEP (Profilaxia Pós-Exposição): é o uso de medicamentos em até 72 horas após uma situação de risco. O tratamento dura 28 dias e é eficaz se seguido corretamente.

– PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): é o uso de medicamentos por pessoas com maior risco de exposição para prevenir a infecção antes que ela ocorra.

Intervenções comportamentais: ações que ajudam a entender e a reduzir os riscos:

– Uso regular de preservativos interno ou externo.
– Testagem frequente para HIV: saber o diagnóstico permite começar o tratamento cedo.
– Educação entre pares: conversar e trocar informações em grupos.

Intervenções estruturais: ações que combatem fatores sociais que aumentam o risco de HIV, como:

– Luta contra preconceitos (racismo, LGBTfobia, sexismo).
– Promoção de direitos humanos.
– Educação em saúde e campanhas de conscientização.

Escolher a melhor combinação de formas de prevenção é um ato de cuidado com a saúde individual e coletiva!

Faça a sua parte. Previna-se e combata o preconceito.

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