Entre as faixas etárias mais representativas de pessoas solteiras no Brasil, estão os jovens, entre 20 e 34 anos, priorizando a formação profissional e a construção de suas carreiras antes de se comprometerem com um relacionamento sério. Seguidos pelos idosos, devido à maior expectativa de vida, a maior taxa de divórcios e a menor pressão social para se casar após a morte do cônjuge. A faixa etária entre 35 e 49 anos também apresenta um número significativo de solteiros, com muitas pessoas optando por viver relações mais flexíveis e sem rótulos.
Mudanças sociais
Essa tendência é global, mas no Brasil, fatores culturais, sociais e econômicos contribuem para essa mudança. As projeções indicam que o número de solteiros continuará crescendo nos próximos anos, impulsionado por fatores como a maior independência financeira das mulheres, a busca por realizações pessoais e a mudança nos valores relacionados ao casamento.
Hoje, há mais aceitação de diferentes estilos de vida, diferentes tipos de família, valorizando o ser humano do jeito que ele é, não o diminuindo pelo seu estado civil. O casamento deixou de ser uma urgência e não determina mais o valor das pessoas. Pode-se ter a liberdade de escolher o que é melhor para a vida, seja seguir solteiro, casar ou adotar outros tipos de relacionamento que faz sentido para cada um. E é isso o mais importante”, diz a psicóloga.
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Solidão x solitude
Estar na solitude é entender que somos nós mesmos os responsáveis por nos sentirmos bem. Já a solidão é experimentada quando se procura a felicidade em outra pessoa, quando se sente desconfortável por não estar conectada com ninguém ou sozinho”, explica Bárbara.
Quando se vive uma relação abusiva, tóxica, a pessoa fica constantemente em estado de alerta e corre risco de desenvolver estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos. Nesse sentido, quando se está solteiro é muito mais fácil priorizar a saúde mental, porque estando mal acompanhado, esse companheiro simplesmente não vai deixar a pessoa olhar para as próprias necessidades”, acredita a psicóloga.
Estar casada não é mais objetivo para as mulheres
Nesses momentos, eu reflito sobre minha vida, penso mais em mim ou saio com amigos. Precisamos também ter autoestima elevada, fazer planos para a vida e, consequentemente, para a família. Quando estamos bem conosco, aproveitando o melhor da vida, com saúde emocional em dia, há muitos benefícios para a educação dos filhos, leva ndo de forma mais leve, com menos cobranças também”, disse a jornalista.
Homens também não ligam de ser chamados de ‘solteirões’
Sou uma pessoa super bem resolvida e entendo que ser feliz independe de um relacionamento amoroso. Sentir-se só é algo tão subjetivo. Até porque podemos sentir-nos sozinhos sentados à mesa e estando rodeado de pessoas”, reflete.
Hoje se tornou comum ver pessoas sentadas à mesa cada uma isolada no seu smartphone sem a menor interação com quem está ao seu lado e ou sua frente. Quantos casais em que um dos parceiros não se queixa de se sentir só? Entendo que para se dar ao outro é necessário aprender primeiro a conviver consigo mesmo e isso só se faz estando só, se conhecendo”, relata Paulo.
O autoconhecimento vai surgir nessa reflexão da solteirice, entendendo melhor as próprias necessidades, desejos e limites. Quando se tem esse conhecimento, a pessoa aprende sobre seu valor, o que merece e o que se espera. Aprende a preencher as próprias necessidades, sem precisar de alguém para tampar buracos emocionais”, explica Bárbara.
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Uma celebração ao amor próprio e à abundância de amor sem um par romântico
Enquanto o Dia dos Namorados é amplamente celebrado com declarações de amor e presentes, o Dia dos Solteiros ganha cada vez mais força como uma data para reconhecer e valorizar os amores que também estão presentes numa vida sem par. A ocasião é um convite para que aqueles que estão sem um parceiro romântico possam celebrar não só suas escolhas, sua liberdade e possibilidade de mergulhar no autoconhecimento como também para comemorar os muitos amores presentes nessa vida. O convite é que se celebre a potência do amor dos amigos, familiares, vínculos nos ambientes de trabalho e nos estudos.
Segundo a psicanalista e especialista em relacionamentos, Carol Tilkian, é importante celebrar o dia dos solteiros para tirar o estigma de que estar sozinho é um fracasso social. “Há muito amor numa vida sem namorado, mas para isso precisamos tirar o par romântico da ‘série A’ do amor e tratar todos os outros amores como coadjuvantes. Celebrar o dia dos solteiros é uma oportunidade de se reconectar consigo mesmo e com pessoas que te amam e te valorizam de maneira consistente”.
Essa é uma chance de aprofundar o autoconhecimento, entender suas próprias necessidades e desejos, e buscar realizações que não dependam da validação externa. É um momento de fortalecer práticas de autocuidado e também de reforçar os laços com amigos e familiares que nutrem amores muitas vezes mais saudáveis do que muitos namoros e casamentos.
No Dia dos Solteiros deveríamos celebrar o espaço que damos para quem nos coloca pra cima, compartilha vulnerabilidades, topa viagens e também de se dar ao luxo de fazer o que se tem vontade”, afirma.
Para muitos, a solteirice ainda é vista como um período transitório, um intervalo até encontrar um novo relacionamento. No entanto, a psicanalista ressalta que é importante enxergar esse estado civil como uma fase que pode ser tão plena e significativa quanto qualquer outra e relembra que, segundo um estudo sobre longevidade, o fator determinante de uma velhice saudável é a qualidade das relações.
Um dos resultados do estudo é o destaque de que as relações que contribuem positivamente para a vida das pessoas são as amizades e não as relações românticas ou familiares. “Ter bons amigos é o que te garantirá uma vida longa, saudável e feliz. Esse é um amor subestimado e que pode ser celebrado no dia dos solteiros”, ressalta.
Além disso, Carol Tilkian destaca que o dia pode ser um bom momento para desconstruir preconceitos para quem não está em um relacionamento. “Há uma pressão social que faz com que muitas pessoas sintam a necessidade de estar em um relacionamento para se sentirem completas. A data pode ser uma oportunidade para refletir sobre essas pressões e entender que a felicidade e a realização não estão necessariamente atreladas ao estado civil”, comenta.
Com Assessorias