Só quem já sofreu literalmente na pele – e na alma -, como eu, o incômodo da urticária sabe avaliar sua extensão. Não à toa 58% dos entrevistados em pesquisa sobre o tema revelaram que adquiriram doenças psicológicas decorrentes da Urticária Crônica Espontânea (UCE) – aquela que surge sem causa definida e dura pelo menos seis semanas – como a depressão, por exemplo, e 56% já sofreram preconceito.
De acordo com recente pesquisa realizada pela Ipsos Brasil em abril deste ano, a UCE tem um impacto muito prejudicial na qualidade de vida dos pacientes. Por ser ainda pouco conhecida pela sociedade em geral, a doença causa diversos constrangimentos para os pacientes. Entre os relatos dos entrevistados, aparece o medo de ser uma doença contagiosa, a insegurança de sair de casa, as dificuldades com os relacionamentos e as ausências no trabalho.
A UCE é uma doença que atinge mais de 1 milhão de brasileiros e é caracterizada por lesões avermelhadas na pele que duram mais de seis semanas e coçam intensamente. Apesar de relativa incidência alta no Brasil, a doença ainda é ignorada e estigmatizada por muita gente.
Ana Luiza Pesce, responsável pela pesquisa na Ipsos, destaca que apesar de sua alta prevalência, a UCE é ainda desconhecida por grande parte da população e muito confundida com alergia. Ao contrário desta, a UCE não é causada por nenhum fator externo como alimentos, cosméticos ou perfumes, deixando os pacientes inseguros e afetando a vida familiar, social e profissional.
Confira alguns dos impactos negativos na rotina
33% a 67% sofreram com o angioedema, um inchaço nas camadas profundas da pele;
58% tiveram sintomas de depressão ou de outra doença psicológica;
56% sofreram preconceito;
80% faltaram ao trabalho.
Demora e erros no diagnóstico atormentam a vida de quem tem a doença
A nova pesquisa com pacientes de UCE mostra que 79% deles receberam diagnóstico de alergia antes de serem diagnosticados corretamente. A demora para chegar ao diagnóstico correto é uma realidade comum entre muitos pacientes de UCE – 52% são diagnosticados somente um ano depois do aparecimento dos primeiros sintomas e 25% demoram mais de 5 anos até o diagnóstico correto, sendo a maioria na região Nordeste.
Para levar informação de qualidade para a população, de forma que as pessoas que sofrem de UCE sejam diagnosticadas mais rapidamente e tenham acesso ao tratamento adequado, foi lançada em 2019 a segunda edição da campanha de conscientização “Todos pela causa – Tudo sobre UCE”.
A iniciativa conta dessa vez com a atriz Deborah Secco como embaixadora. Embora não sofra com a doença, ela “vestiu a camisa” e deu voz à causa durante ação que aconteceu em abril no São Paulo Fashion Week, maior evento de moda do Brasil. A campanha é importante para disseminar o conhecimento sobre a doença para quem tem UCE e também para os profissionais da área de saúde.
Doses de antihistamínicos quadruplicadas
A primeira fase de tratamento para todos os pacientes diagnosticados com UCE são os anti-histamínicos H1 de segunda geração, podendo a dose ser aumentada em até quatro vezes se os sintomas não estiverem controlados. Para os pacientes que não conseguirem chegar ao controle completo da doença, adiciona-se ao tratamento medicamentos biológicos.
Os medicamentos biológicos são indicados para os casos que não respondem aos anti-histamínicos. Com os sintomas de UCE controlados, a maioria dos pacientes retoma sua rotina e passa a viver melhor”, afirma Luis Felipe Ensina, médico especialista em alergia e imunologia.
Segundo ele, a notícia boa é que estudos clínicos mostram que, com o tratamento correto da Urticária Crônica Espontânea, 92% dos pacientes voltam a ter qualidade de vida como uma pessoa que não possui a doença. Por isso é muito importante que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.
Para saber mais sobre UCE acesse www.tudosobreuce.com.br
Com informações da Novartis