Estudar, praticar exercícios físicos, viajar, procurar um novo emprego, trocar de cidade e aventurar-se em novos desafios, são algumas metas estabelecidas por várias pessoas com a chegada de um novo ano. É nesta época que muitos estão inspirados a refletir e fazem planos futuros. Mas é importante lembrar que Início do ano é tempo de estabelecer metas, mas não esquecer de cuidar da saúde mental. Por esta razão, a campanha Janeiro Branco surgiu no primeiro mês do ano.

Iniciada em 2014, a campanha tem como objetivo chamar a atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional. Com o tema “Quem cuida da mente, cuida da vida!”, a campanha Janeiro Branco foi criada por Leonardo Abrahão, psicólogo de Uberlândia (MG), expandiu-se internacionalmente, e se tornou ponto de referência na promoção do bem-estar emocional e no engajamento de pessoas em torno da causa.

Em um marco significativo para a iniciativa, foi sancionada em 2023 a Lei Federal que institui oficialmente a campanha Janeiro Branco em todo o Brasil, com início marcado para o ano de 2024.

Os transtornos mentais são muito mais frequentes do que se imagina. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 720 milhões de pessoas vivem com doenças mentais no mundo.  Apenas no Brasil, mais de 20 milhões de pessoas sofrem com essas patologias — a principal causa de incapacidade — segundo estimativas da OMS.

Segundo o Datasus, os números de óbitos autoprovocados (suicídios) relacionados a questões psicológicas e psicossociais dobrou nos últimos 20 anos, e episódios depressivos são a principal causa de afastamento do trabalho, seguido de outros transtornos, como transtornos de ansiedade. Segundo a OMS, durante a pandemia, os casos de ansiedade e depressão aumentaram em 25%, globalmente.

Ainda assim, por preconceito, medo ou mesmo falta de informação, 70% das pessoas que são acometidas por dores emocionais não procuram ajuda. É necessário romper estigmas em torno do assunto, pois ainda é um tabu falar sobre saúde mental e mesmo hoje, infelizmente, observamos vítimas de estereótipos ultrapassados.

Observando a necessidade diante das preocupantes estatísticas de saúde mental, Leonardo Abrahão busca promover a reflexão sobre o vínculo direto entre saúde mental, bem-estar, trabalho, sentido de vida e convivência social.

“Neste décimo ano, o Instituto Janeiro Branco, ONG responsável pela coordenação do maior movimento do mundo sobre saúde mental, reafirma seu compromisso de disseminar conhecimentos, conscientizar indivíduos e instituições sociais sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, ressaltando que, em um mundo pós-pandêmico, essa missão é mais crucial do que nunca”. afirma o criador da campanha Janeiro Branco.

 

Saúde mental enquanto há tempo: o que fazer agora?

Há uma década, o psicólogo, palestrante, escritor e professor de Sociologia, Leonardo Abrahão, de Uberlândia-MG, lançava o Janeiro Branco, uma iniciativa pioneira que promove a conscientização sobre os cuidados com a saúde mental e qualidade de vida. Era uma resposta ao aumento preocupante de casos de violência e auto violência, consumismo alienado, um grave desconhecimento das pessoas a respeito das suas condições psicológicas.

De 2020 para cá, com os desafios socioemocionais trazidos pela pandemia do Covid-19, a campanha de 2024 focará na urgência de cuidados individuais, de atitudes institucionais e de políticas públicas para promover o bem-estar emocional dos indivíduos e das sociedades. Sob o tema ‘Saúde mental enquanto há tempo: o que fazer agora?’ em 2024, a campanha Janeiro Branco ganhou ainda mais importância diante das sequelas psicossociais causadas pela pandemia.

Janeiro Branco promove a conscientização do cuidado com a saúde mental e realiza diversas atividades como palestras em espaços públicos e privados, nas quais os participantes abordam temas como relacionamentos, propósitos de vida, sexualidade, alterações de humor, transtornos mentais, necessidades da infância, condições da velhice, entre outros. O sucesso do movimento, que ultrapassou fronteiras brasileiras, destaca o engajamento crescente de profissionais da saúde, artistas, influenciadores, indivíduos, instituições e autoridades preocupados com a saúde mental.

A iniciativa, que incentiva o autoconhecimento, a psicoeducação, a educação socioemocional, o letramento emocional e o desenvolvimento de políticas públicas dedicadas à qualidade de vida e à saúde mental, escolheu janeiro pela conotação de renovação/recomeço, enquanto a cor branca simboliza a possibilidade de escrevermos ou reescrevermos histórias e significados de vida.

Preocupação crescente nas empresas

Janeiro Branco ressalta a importância dos cuidados com o adoecimento emocional e da mente. Apesar de o assunto, por muitos anos, ter sido um tabu social, os debates sobre o problema têm ganhado espaço nas rodas de conversas e chegou ao ambiente de trabalho. Por isso, a campanha convida toda a comunidade — pessoas, instituições e empresas –, a serem agentes transformadores e construtores de uma cultura de cuidado à saúde mental.

Estrategicamente, a iniciativa ocorre em janeiro, no mês das revisões pessoais e do (re)planejamento de vida. É no começo de cada Ano Novo que as pessoas se sentem inspiradas a refletir sobre o passado, o presente e o futuro das suas vidas e das suas relações. A campanha sugere que as mudanças cada vez mais desafiadoras e aceleradas proponham novas atitudes, novas habilidades, novos entendimentos e novos comportamentos e a saúde mental é a base desse equilíbrio.

De acordo com Fátima Macedo, psicóloga especialista em saúde mental do trabalhador, CEO da Mental Clean e membro do conselho da Campanha Janeiro Branco, essas campanhas são muito especiais, porque propiciam o envolvimento de diversos profissionais ligados à temática em questão, como também levam informações de qualidade para a sociedade. Segundo ela, ações como essas estimulam que a população aprenda e refletir sobre o tema. ”

“O grande propósito do Janeiro Branco é sensibilizar as pessoas para a importância do cuidado com a saúde mental, que durante muito tempo era uma área da vida para a qual as pessoas não davam importância. E essa grande mobilização foi iniciada a partir de uma inquietação do psicólogo Leonardo Abrahão, ao perceber que havia várias campanhas de conscientização na área da saúde, porém, nenhuma específica sobre saúde mental, na qual pudéssemos falar das nossas angústias e incertezas, é, sem dúvida, a maior campanha do segmento que existe”, explica Fátima Macedo.

E quanto mais as pessoas receberem informação de qualidade e entenderem sobre esse assunto, será maior a probabilidade de cuidarem melhor da sua saúde emocional, e assim caminharemos a passos largos para a transformação desse cenário atual de tanto sofrimento”, conclui Fátima Macedo.

Afinal, as emoções estão atreladas a diversos sentimentos: alegria, raiva, frustração, entre outras, ou seja, como lidamos com todos essas sensações é determinante à nossa saúde mental. Muitas vezes o desequilíbrio pode provocar gatilhos para o surgimento de doenças mentais, por isso é fundamental que estejamos atentos aos sinais.

“A adoção de algumas práticas pode auxiliar, como desenvolver o amor próprio, adotar alimentação saudável, investir na qualidade do sono, praticar exercícios físicos, aprender a lidar com situações estressantes e não ter medo de pedir ajuda”, diz Maria Rita Pozzebon, supervisora de Responsabilidade Social da Prati-Donaduzzi.

Com Assessorias

 

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