Durante todo o mês de novembro, a saúde do homem é foco da campanha Novembro Azul, que visa conscientizar a população masculina sobre a necessidade de cuidar do seu corpo e também da mente. Praticar exercícios, ter uma alimentação equilibrada, parar de fumar, praticar sexo seguro e cuidar da saúde mental.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante dos principais grupos de operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde, com cerca de 15 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares, observa que, atualmente, o público masculino representa 47% do total de beneficiários da Saúde Suplementar, o equivalente a 23,5 milhões de pessoas, tendo sido registrado um aumento de 540 mil homens beneficiários de planos de saúde entre agosto de 2021 e agosto de 2022.

“O grande desafio da campanha Novembro Azul é engajar o homem no autocuidado. A campanha, que nasceu com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico do câncer de próstata, ganhou ainda mais abrangência nos últimos anos, e agora trata da saúde do homem como um todo: prática de atividade física, estilo de vida e hábitos alimentares saudáveis e o acompanhamento médico periódico são grandes aliados da manutenção da boa saúde do homem”, aponta Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.

Alto índice de cura com diagnóstico precoce

O câncer é uma doença cujo comportamento, mais ou menos agressivo, depende de diferentes fatores como localização, tamanho, aspectos genéticos e fase em que é diagnosticado. Falando especificamente sobre o câncer de próstata, na maioria dos casos a doença costuma ser indolente, com crescimento lento.

Em teoria, isso amplia a janela de oportunidade para o diagnóstico precoce. Na prática, por sua vez, embora campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, tenham ampliado o diagnóstico precoce, cerca de 20% dos casos de câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados.

Por isso, nesta última semana de Novembro Azul, a campanha cumpre seu papel de conscientização para o cuidado com a saúde masculina, em especial, para o diagnóstico precoce do câncer de próstata e câncer de mama, que têm alto índice de cura, se descobertos em estágio inicial.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022.  A confirmação da doença é feita a partir de uma biópsia, exame indicado caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal.

O Inca e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam a realização do exame somente em casos de suspeita da doença, sendo solicitado por um médico, em comum acordo com o paciente. A indicação do rastreamento do câncer de próstata considera algumas variáveis como a idade, a raça (o tumor acomete mais negros do que brancos), histórico familiar e características específicas dos tumores de próstata.

A importância da testagem do antígeno PSA

Ao receber o diagnóstico, deve-se considerar a testagem do antígeno PSA, por exemplo, em pacientes menores de 40 anos e com histórico familiar de mutações de genes relacionados ao câncer de próstata. O cuidado personalizado pode ser ampliado para determinadas etnias e nacionalidades.

Homens afro-americanos, por exemplo, correm maior risco do que homens caucasianos. Os homens afro-americanos também são mais propensos a ter um estágio avançado da doença quando são diagnosticados. Outro alerta importante é a presença de sintomas como vontade frequente de urinar ou ejaculação dolorosa.

A investigação clínica auxilia na resposta do tratamento indicado, além da análise da progressão da doença e prognóstico clínico do paciente. O resultado do teste pode direcionar a uma terapia com terapias-alvo, como os inibidores de PARP.

Recentemente, essa medicação foi aprovada para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração e com mutações (inclusive germinativas) em 15 genes envolvidos com o reparo do DNA.

Ao identificar, também, a presença de mutações no gene TP53, ligado a uma outra síndrome chamada de Li-Fraumeni, o tratamento com radioterapia pode ser evitado, já que poderia levar ao desenvolvimento de uma neoplasia secundária.

Tratamentos possíveis

O protocolo para tratamento do paciente com diagnóstico de câncer de próstata varia caso a caso, porém, em linhas gerais, as abordagens mais comuns, seguindo critérios como a localização e grau de agressividade da doença, são:

Doença localizada – Quando o tumor atinge próstata sem se espalhar para outros órgãos, indica-se cirurgia, radioterapia e até mesmo observação periódica e constante (protocolo de vigilância ativa).

Doença localmente avançada – Radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal.

Doença metastática – quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo indica-se, principalmente, a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.

 

 

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