

Com o reforço da vacina entre os nossos adolescentes, conseguimos proteger o desenvolvimento e garantir que, no futuro, não sejam afetados com formas graves da doença”, avaliou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
No Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante é oferecido nas Clínicas da Família e postos de saúde como parte do Calendário Nacional de Vacinação. A ACWY conjugada é aplicada em adolescentes de 11 e 14 anos de idade. O esquema da vacina Meningocócica C é administrado em crianças de 3 e 5 meses de idade, com reforço aos 12 meses.
A vacina também é oferecida nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries) para grupos de risco elevado, como imunossuprimidos e profissionais de microbiologia que podem ter contato com o vírus.
O diagnóstico da doença é realizado por exames laboratoriais. A notificação dos casos é obrigatória para garantir o acompanhamento pela equipe de vigilância epidemiológica estadual.
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Sobre a meningite meningocócica
A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos, vírus e protozoários. Em geral, uma das mais graves é a meningite meningocócica, que é de origem bacteriana.
É uma doença, que, em 24 horas, pode mudar o rumo da vida do paciente: a evolução rápida e sua alta letalidade são algumas das características mais preocupantes da infecção quando a bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo) atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Além disso, o meningococo pode infectar a corrente sanguínea, causando meningococcemia.
A meningite meningocócica pode ser transmitida através do contato com gotículas ou secreções respiratórias através de tosse, espirro ou beijo de uma pessoa contaminada. Os sintomas iniciais podem ser parecidos com uma gripe, como, por exemplo, febre alta, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito.
Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, choque, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.
O meningococo possui pelo menos 12 sorogrupos identificados, sendo que seis deles são os mais comuns – A, B, C, W, X e Y – e , atualmente, existem vacinas diferentes para a prevenção de cinco deles: A, B, C, W e Y, com imunizantes disponíveis na rede pública ou na rede privada de saúde, de acordo com a vacina e com a idade do indivíduo.
Além da vacinação, que é uma das principais formas de prevenção contra a meningite meningocócica, existem outros métodos importantes que ajudam no combate, como manter os ambientes ventilados e limpos, evitar aglomerações e o compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Sintomas e atendimento em UPA de Santos
Segundo a médica Gisele Abud, que atua como diretora técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, em Santos (SP), apesar de poucos atendimentos na unidade, a doença merece atenção e deve ser prevenida. “É importante estar alerta aos sintomas para que o diagnóstico seja realizado com rapidez”, alerta a médica.
Em sua forma mais grave, a doença pode levar a convulsões, delírio, tremores e coma. Quando tratado adequadamente, o paciente pode evitar problemas permanentes como a surdez, dificuldade de aprendizagem, crises de epilepsia e comprometimento cerebral.
Ao dar entrada com sinais e sintomas compatíveis com a meningite, o paciente fica em observação no leito de isolamento realizando exames laboratoriais e coleta de líquor para confirmação diagnóstica. Após uso de antibióticos, o paciente é transferido para hospital de referência”, completa a profissional.
Além da imunização, é possível evitar o contágio através de medidas simples de higiene, como lavar as mãos com frequência, especialmente antes das refeições; usar máscaras de proteção, evitar aglomerações e ambientes com pouca ventilação, principalmente ambientes coletivos, e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Da Agência Brasil e Assessorias