Apesar da melhora nos números de internações e óbitos pela Covid-19 e da redução de casos em 30 das 33 regiões administrativas, a Prefeitura do Rio de Janeiro optou por manter o município em risco alto, por causa da confirmação de mais três casos da variante de Manaus/AM (P1) – ao todo, são 7 casos na cidade, totalizando oito no Estado do Rio. Diante do risco de faltar novamente vacinas, como ocorreu esta semana, a prefeitura decidiu não divulgar o calendário de vacinação a partir de segunda.

Com a possibilidade dessas novas variantes, decidimos manter o risco alto, com restrições para toda a cidade. A gente não pode afrouxar, se tranquilizar neste momento. São positivos os dados apresentados. Ou seja, diminuíram óbitos, internações, tudo está caminhando bem, mas a realidade que vemos no Brasil é muito complexa. A chance (de as variantes) chegar no Rio não é pequena, tem uma chance grande”, disse o prefeito Eduardo Paes.

Até a noite de quinta-feira, a cidade tinha 892 pacientes internados por Covid-19 em unidades de referência para a doença e a fila de espera por leito especializado seguiu zerada. A taxa de ocupação de leitos está em 57%, ou 75% se levar em conta apenas os leitos operacionais (sem contar os temporariamente impedidos). O Rio totalizou 206.149 casos da doença desde o início da pandemia, com 18.762 óbitos. A taxa de mortalidade em 2021 está em 16,4/100 mil habitantes e a letalidade, em 7%. No ano passado, esses indicadores estavam, respectivamente, em 265,3/100 mil e 9,3%.

Risco de faltar vacina e pressão por lockdown

Paes comentou sobre a pressão que tem sofrido para que medidas mais enérgicas sejam tomadas diante do aumento de casos e da chegada das variantes do coronavírus à cidade. E frisou que suas decisões continuarão a ser embasadas, de acordo com os critérios científicos.

Existe uma pressão, às vezes, de uma parte da sociedade: por que não faz logo um lockdown? Tomamos decisões baseadas em dados, em ciência, que nos mostram que não há necessidade disso agora. Se houver, a gente faz, não tem problema. Não faremos com prazer, mas, se tiver, faremos o que for preciso. Não é uma decisão política nem um jogo de disputa. Os dados que temos hoje são positivos. Não quer dizer que amanhã não possa piorar. Vamos usar máscara, manter distanciamento social e evitar aglomerações”, disse o prefeito.

Para os moradores das localidades que ainda estão na faixa de risco alto, o prefeito mandou um recado: “Atenção aglomerados na Zona Sul. Fiquem espertos. Não arrisquem a vida dos seus entes queridos”, ressaltou. Ainda segundo Paes, a fiscalização na cidade também foi intensificada para garantir que as normas restritivas de proteção à vida sejam cumpridas. Ações integradas desde o dia 15 de janeiro entre a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), a Guarda Municipal e a Defesa Civil já passaram por 58 bairros, contabilizando 655 inspeções em estabelecimentos, 397 infrações sanitárias e 93 interdições.

Capital já registra 7 casos de novas variantes

Os três novos casos da variante P1 foram identificados em duas mulheres moradoras do Recreio (71 anos) e de Parque Anchieta (21) que já estão curadas, e em um homem de 54 anos que residia no Centro e morreu em 21 de fevereiro, no Hospital Egas Moniz, da rede particular, no mesmo bairro.

Todos eles tinham históricos de viagens recentes, dois deles a Manaus e um a São Gabriel da Cachoeira, também no estado do Amazonas. Os três apresentaram os primeiros sintomas em janeiro, pouco depois de retornarem à cidade.

Com esses três, já são sete os casos de novas variantes identificados em pacientes na capital: seis da P1 e um da B.1.1.7, de origem britânica. Os pacientes anteriormente identificados são uma mulher de 36 anos da Freguesia, um homem de 40 de Laranjeiras e outro de 30, de Copacabana, nenhum deles com histórico de viagem e, por isso, considerados casos autóctones, ou seja, contraíram o vírus aqui.

O outro paciente era morador de Manaus, de 46 anos, que havia sido transferido no início de fevereiro para a cidade e estava internado no Hospital Federal dos Servidores do Estado, quando morreu, na noite da quinta-feira passada (18/02).

Risco moderado na maioria das regiões da cidade

Divulgada nesta sexta-feira (26/02), a oitava edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19 do Centro de Operações de Emergências – COE COVID-19 RIO mostrou a melhora em mais três regiões da cidade e, com isso, 30 das 33 Regiões Administrativas (RAs) já poderiam estar classificadas em risco moderado.

Em reunião na segunda-feira, o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 já havia ratificado a decisão tomada na semana anterior pela Prefeitura do Rio, de manter a análise de risco da cidade na faixa laranja (risco alto). Isso porque no sétimo Boletim Epidemiológico da Covid-19 o cenário já havia apresentado melhora significativa, com 27 RAs passando para risco moderado, mas os primeiros casos de novas variantes haviam acabado de ser detectados na cidade, e também em outros municípios da Região Metropolitana do Estado.

Em relação ao boletim da semana passada, o novo documento mostrou que as RAs da Tijuca (VIII), Vila Isabel (IX) e Barra da Tijuca (XXIV) foram as que saíram da faixa de risco alto para moderado. Já as RAs de Copacabana (V), Lagoa (VI) e Rocinha (XXVII) permaneçam no alto.

Testagem e cuidados especiais – A Secretaria Municipal de Saúde informou ainda que mantém intensificadas as ações de rastreamento de contatos e de testagem, para bloquear as cadeias de contágio dos casos de covid-19 e prevenir a possível proliferação do vírus e suas variantes.

É imprescindível que a população colabore seguindo os cuidados básicos de prevenção: uso de máscara, higienização das mãos com álcool 70% e distanciamento social. Deve também respeitar as medidas restritivas de proteção à vida para a faixa de risco alto. As informações e orientações estão disponíveis no site https://coronavirus.rio, onde pode ser baixado o “Guia de medidas de proteção à vida”.

Baixo risco no restante do estado, diz GovRJ

Enquanto a capital segue com bandeira vermelha e registra sete dos oito casos de variantes detectados no Estado, a 19ª edição do Mapa de Risco da Covid-19 mostra que a situação da pandemia se encontra em baixo risco (amarelo) em sete regiões flumnenses: Baía da Ilha Grande, Médio Paraíba, Metropolitana I, Metropolitana II, Serrana, Baixada Litorânea e Norte.

De acordo com o Governo do Estado, a Região Noroeste evoluiu da bandeira laranja para vermelha (risco alto), no último período. A Centro-Sul permanece em bandeira laranja (moderado). No geral, o Estado do Rio se mantém em bandeira amarela. A análise compara a semana epidemiológica 6 (de 7 a 13 de fevereiro) com a 4 (de 24 a 30 de janeiro) de 2021.

Cada bandeira representa um nível de risco e um conjunto de recomendações de isolamento social, que variam entre as cores roxa (risco muito alto), vermelha (risco alto), laranja (risco moderado), amarela (risco baixo) e verde (risco muito baixo).

De acordo com a SES, o Estado do Rio de Janeiro apresentou uma redução do número de óbitos (-40%) e de casos de internações por síndrome respiratória aguda grave (-31%) na comparação do período analisado. As taxas de ocupação de leitos no estado se mantiveram baixas.

Nesta sexta-feira (26.02), esse índice está em 62,1% para leitos de UTI e em 42,5% para leitos de enfermaria. Os resultados dos indicadores devem auxiliar na tomada de decisão dos gestores públicos, além de informar a necessidade de adoção de medidas restritivas, conforme o nível de risco de cada região.

São Paulo antecipa vacinação para idosos entre 77 e 79 anos

Enquanto o Rio de Janeiro suspendeu a vacinação por falta de doses, em São Paulo, o governador João Doria anunciou, nesta sexta-feira (26), a antecipação do calendário de imunização em todo o Estado de São Paulo. O início da vacinação contra Covid-19 de idosos entre 77 e 79 anos ocorrerá a partir da próxima quarta-feira, dia 3 de março. Além disso, a imunização do público com idade entre 80 e 84 anos já será iniciada amanhã (27), dois dias antes da previsão inicial.

A vacina é prioridade absoluta do nosso governo, ao lado das medidas de proteção e de amparo para evitar mais contaminação. A antecipação é importante para proteger a faixa etária mais vulnerável”, informou o governador João Doria.

O cronograma de vacinação do Estado de São Paulo prevê a vacinação de 563 mil pessoas entre 80 e 84 anos e de outras 430 mil pessoas que estão na faixa de 77 a 79 anos. Os idosos com mais de 85, cuja vacinação já foi iniciada, são cerca de 515 mil pessoas.

Uma grande operação logística foi montada para os próximos dias para a distribuição de aproximadamente 720 mil doses da vacina do Butantan, destinadas à primeira dose para os idosos entre 77 e 79 anos, bem como para a aplicação de segunda dose nos idosos acima de 90 anos e nos profissionais de saúde que ainda precisam completar o esquema vacinal.

Desde quarta-feira, mais de 474 mil doses da vacina Astrazeneca/Instituto Serum também têm sido destinadas para todas as regiões do Estado. Os municípios que já abasteceram seus postos de vacinação com estas entregas poderão antecipar a vacinação para este sábado.

Retomada do calendário de vacinação

Com o repasse de 105 mil doses das vacinas contra o coronavírus, 84 mil da Oxford/AztraZeneca e 21 mil da CoronaVac, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio retomou na última quinta-feira (25/2) o calendário de vacinação. Mas a quantidade recebida só deverá cobrir as faixas etárias de 80 a 82 anos, cuja população estimada na capital é de cerca de 100 mil pessoas.

Desta forma, retomando o calendário de onde havia parado, foram vacinados na quinta-feira (25) os idosos de 82 anos; nesta sexta os de 81 e neste sábado, os de 80 anos, sendo feita também neste dia a repescagem para os que tiverem acima dessa idade, mas perderam seu dia de vacinação. Na sexta-feira (26), foi a vez dos idosos de 81 anos, e no sábado (27), aqueles com 80 anos, além da repescagem dos que tiverem acima dessa idade e perderam seu dia de vacinação.

Até esta quinta-feira, o município do Rio já havia vacinado 300.113 pessoas com a primeira dose, cerca de 25 mil somente neste primeiro dia de retomada da campanha. Isso representa 4,45% da população. Somente de idosos restritos ao domicílio, que são vacinados em casa, as equipes de saúde atenderam 14.171 até o momento.

A segunda dose da vacina já foi aplicada em 77.337 pessoas dos primeiros grupos contemplados no início da campanha, formados por profissionais de saúde da linha de frente, das unidades de Atenção Primária envolvidos na vacinação, com mais de 60 anos ou comorbidades e que poderão voltar ao trabalho nos hospitais após a vacinação, além de idosos que vivem em asilos, pessoas com deficiência institucionalizadas, indígenas aldeados e quilombolas.

À espera de novas remessas de vacinas

A SMS informou que aguardará os próximos cronogramas de remessas de vacinas pelo Ministério da Saúde, incluindo a informação sobre as quantidades de doses garantidas, para planejar a continuidade do calendário de vacinação. Todas as 105 mil doses recebidas esta semana serão usadas na vacinação da primeira dose.

Ainda de acordo com a prefeitura, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) mantém em seu depósito reserva de doses da CoronaVac, que serão enviadas posteriormente aos municípios fluminenses, incluindo a Capital, destinadas para a segunda dose.

Em nota, a SES informou que, até o momento, recebeu do Ministério da Saúde (MS) 1.355.120 doses da vacina contra a Covid-19, sendo 974.120 da CoronavaVac e 381 mil da Oxford/AstraZeneca. Com a operação realizada na última quinta-feira (25.02), o total distribuído é 1.232.390 doses.

Até as 9h desta sexta-feira (26.02), 92 municípios registraram 457.108 pessoas imunizadas com a 1ª dose contra a Covid-19. Destas, 112.886 já receberam a 2ª dose. O balanço foi realizado por meio de busca ativa, a partir da gerência de Imunização da Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, junto às coordenações/gerências de imunização dos 92 municípios do estado.

Mais de 300 mil pessoas vacinadas no Rio

Para saber quando deverão tomar a segunda dose, as pessoas que moram na cidade do Rio de Janeiro precisam verificar no comprovante de vacinação da primeira. A data do retorno é anotada a lápis pelas equipes de vacinação e a SMS pede que, preferencialmente, as pessoas voltem para se vacinar no mesmo posto em que tomou a primeira dose.

É importante prestar atenção à data anotada, porque o intervalo entre as duas doses é diferente para cada tipo do imunizante. Quem tomou a CoronaVac deve receber a segunda dose em torno de 28 dias. Quem se vacinou com a Oxford/AstraZeneca, apenas 12 semanas depois, ou seja, cerca de três meses.

O comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 publicou uma regra que vale tanto para o retorno ao trabalho dos profissionais (da saúde) com mais de 60 anos quanto para as pessoas em geral. Quem tomar a Coronavac, 14 dias após a segunda dose já está imunizado. Já quem for vacinado com a AstraZeneca, 28 dias depois da primeira dose”. afirmou o secretário de Saúde, Daniel Soranz.

A população pode consultar a unidade de saúde mais próxima da sua residência no serviço Onde ser Atendido (prefeitura.rio/ondeseratendido). É importante que os idosos levem ao posto de vacinação um documento de identidade, o número do CPF e, se tiver, sua caderneta de vacinação.

Para idosos restritos ao leito (acamados), a família deve se dirigir à unidade de referência de seu endereço, que pode ser consultada no serviço Onde ser Atendido, ou preencher o cadastro no link smsrio.org/agendamentovacina. A equipe de saúde fará o cadastro do paciente e marcará a visita domiciliar para vacinação, que acontecerá no prazo de até 30 dias.

Fotos e vídeos liberados – A Secretaria Municipal de Saúde informou que preza pela transparência e reforçou a orientação para as equipes mostrarem todo o processo de aplicação da vacina para os usuários. Fotos e vídeos do momento da aplicação são liberados e recomendados.

Em caso de quaisquer dúvidas, as famílias devem solicitar esclarecimento aos profissionais imediatamente. Todos os casos em que forem levantadas dúvidas sobre a aplicação da vacina serão devidamente apurados e, caso constatada qualquer inadequação, as medidas cabíveis serão tomadas.

Funcionamento em postos e 9 drive thrus

Neste sábado (26), está prevista a imunização para idosos de 80 anos e aqueles com idade superior que por algum motivo tenham perdido o dia correspondente a sua faixa-etária. A vacinação neste sábado na cidade do Rio teve início às 8h, excepcionalmente, com as unidades de Atenção Primária funcionarão das 8h às 17h para atender os idosos, assim como os pontos extras do Planetário da Gávea, do Museu da República, no Catete, e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Leme.

Há ainda nove postos no sistema drive-thru, oito deles funcionando das 8h às 15 (Cidade Universitária, na Ilha do Fundão; CMS Belizário Penna, em Campo Grande; CMS Manoel Guilherme da Silveira, em Bangu; Parque Madureira; Parque Olímpico, na Barra da Tijuca; Policlínica Lincoln de Freitas Filho, em Santa Cruz; Sambódromo; Campus da UFRJ na Praia Vermelha) e um, o do Estádio do Engenhão, das 8h às 14h.

HORÁRIOS DOS POSTOS DE VACINAÇÃO NA CIDADE DO RIO

Sábado, dia 27:

Funcionamento das 8h às 17h

  • Clínicas da família e centros municipais de saúde
  • Planetário da Gávea
  • Museu da República, no Catete

Funcionamento das 8h às 15h

  • Drive thru da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão
  • Drive thru do CMS Belizário Penna, em Campo Grande
  • Drive thru do CMS Manoel Guilherme da Silveira, em Bangu
  • Drive thru do Parque Madureira
  • Drive thru do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca
  • Drive thru da Policlínica Lincoln de Freitas Filho, em Santa Cruz
  • Drive thru do Sambódromo, em Santo Cristo
  • Drive thru do Campus da UFRJ na Praia Vermelha

Funcionamento das 8h às 14h

  • Drive thru do Engenhão, no Engenho de Dentro

Como vigiar os números – O balanço de casos de coronavírus no Estado do Rio é atualizado diariamente e pode ser acompanhado pelo Portal Covid. Em São Paulo, os números da vacinação podem ser consultados no Vacinômetro.

A ferramenta aponta, em tempo real, quantas pessoas já receberam a primeira e a segunda dose da vacina, inclusive com dados individualizados para cada cidade. Além disso, a ferramenta disponibiliza o quantitativo de doses enviadas aos municípios.

Com Assessorias da Prefeitura do Rio, GovRJ, GovSP e Portela

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