Nicolas, de 2 anos, é autista não verbal. Assim como milhares de outras crianças que desenvolvem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), tem dificuldade de ser compreendido. Até mesmo por sua própria família. Mas a partir de agora, ele poderá receber a devida assistência e o melhor, de graça, no Rio de Janeiro.

A cidade ganhou nesta quarta-feira (31/1) seu primeiro Centro de Estímulo ao Desenvolvimento no TEA, localizado no Centro Municipal de Reabilitação Instituto Oscar Clark, no Maracanã. Voltada para pessoas de zero a 18 anos com autismo, a unidade receberá pacientes com suspeita ou confirmação de transtorno do espectro autista e fará atendimentos de reabilitação.

“Esse centro vai ajudar muito o meu filho porque ele não fala, emite apenas alguns sons. Vai ajudar no desenvolvimento dele e também vai permitir que eu entenda melhor”, disse Jennyfer Soares, de 31 anos, mãe do pequeno Nicolas.

Ela se descobriu mãe atípica recentemente e ainda tem muitas dúvidas de como lidar com a situação. “Para mim ainda é tudo muito novo porque ele foi diagnosticado há pouco tempo. Foi bem difícil para mim porque eu não entendia nada sobre o assunto. Essa é a segunda vez que trago ele aqui e o atendimento está sendo maravilhoso”, declarou.

Equipe especializada e brinquedos terapêuticos

O novo serviço propõe um projeto terapêutico individualizado e multiprofissional para cada paciente, com oferta de especialidades como fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e musicoterapia.

Com uma ambientação lúdica e acolhedora, o Centro de Estímulo ao Desenvolvimento no Transtorno do Espectro Autista (TEA) conta com uma sala sensorial com diversos equipamentos, incluindo uma tirolesa e parede de escalada.

O espaço também possui uma sala de interação coletiva para atividades em grupo com jogos para estimular a comunicação, a fala e a interação social, além de consultórios multiprofissionais para consultas individuais.

O centro conta com um ambiente confortável, projetado para garantir a possibilidade de a criança se recompor em quadros de agitação, chamado sala do “aconchego”, onde há poucos estímulos. A unidade também dispõe de brinquedos terapêuticos e instrumentos musicais que estimulam o desenvolvimento infantil.

Até 150 atendimentos por semana: saiba como ter acesso

A unidade terá capacidade de realizar até 150 atendimentos por semana, sendo destinado a pacientes previamente rastreados na rede de Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.

Para ter acesso ao serviço, o usuário deve ser avaliado numa clínica da família ou centro municipal de saúde, onde passará por testes diagnósticos recomendados para o seu quadro.

Caso receba indicação para o serviço especializado, o paciente será encaminhado pelo Sistema de Regulação (Sisreg).

Prefeito promete outros espaço para autistas no Rio

Prefeito Eduardo Paes e secretário de Saúde Daniel Soranz visitaram o novo espaço para autistas (Foto: Beth Santos)

De acordo com o o secretário de Saúde, Daniel Soranz, o Instituto Oscar Clark é a principal unidade de reabilitação do município do Rio. Esse prédio tem 50 anos e faz parte da história da reabilitação na cidade, mas não havia um espaço dedicado ao tratamento do transtorno do espectro autista. 

“O cuidado, o desenvolvimento e também os estímulos são muito importantes para quem tem o transtorno, fazem muita diferença. O centro é um espaço para acolher as famílias para que possamos realizar o tratamento. Essa é a nossa primeira unidade e esperamos ampliar nossa rede de atendimento para, de fato, fazer um cuidado que é fundamental para essas famílias”, disse ele.

A unidade no Maracanã é o primeiro centro especializado em TEA a ser inaugurado no município. Até dezembro, o Rio terá novos espaços espalhados pela cidade. Além do atendimento às pessoas com autismo, a unidade fará a capacitação de agentes e profissionais de saúde da Atenção Primária para o acolhimento especializado dos pacientes.

O prefeito Eduardo Paes, que participou da inauguração do espaço, disse que o centro vai cuidar das pessoas com transtorno do espectro autista e também vai dar apoio aos familiares desses pacientes.

“As famílias terão aqui todo o suporte necessário para entender melhor como lidar com o autismo, e os pacientes vão receber todo o tratamento necessário para que possam ter uma vida melhor”, afirmou.

Com informações da SMS-Rio

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