A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) acaba de liberar R$ 1.973.500 milhão para projetos de enfrentamento da Covid-19. Um dos projetos que acaba de receber recursos é para o desenvolvimento de teste diagnóstico rápido, tanto na infecção precoce como tardia. E outro receberá investimentos para o desenvolvimento de um dispositivo de ventilação pulmonar de domínio público, de fácil replicação para fabricação em massa.
Os testes diagnósticos que hoje são usados identificam a infecção ativa, mas foram desenvolvidos para outros tipos de coronavírus. Alguns testes imunológicos para SARS-CoV-2 já foram implantados em número limitado na China, Cingapura e Coréia do Sul, entre outros países, mas ainda não foram aprovados para uso generalizado, pois não possuem especificidade e sensibilidade suficientes. Além disso, não existe nenhum teste para identificar a imunoglobulina secretora (IgA). O pesquisador da Fiocruz, Carlos Morel, e coordenador deste projeto e da equipe liderada pelos especialistas do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde/Fiocruz, Giovanni de Simone e William Provance Jr.
Morel esclarece que o teste será desenvolvido para solucionar problemas ainda existentes e visa oferecer maior precisão na identificação de indivíduos com infecção ativa (IgM/IgA), passada (IgG) e os possíveis transmissores ainda sem doença aparente. Com esses testes, ele espera, em um curto prazo, nortear as autoridades a decidir estratégias de saúde pública e distanciamento social/isolamento para os carreadores do vírus e os indivíduos imunes. Segundo ele, essa estratégia poderá beneficiar a saúde pública tanto do Estado do Rio de Janeiro como do país.
Morel ainda ressalta o impacto que poderá ter junto aos profissionais de saúde que foram contaminados e poderão voltar ao trabalho com maior segurança. Além disso, o teste ajudará, a longo prazo, pois contribuirá para revelar até que ponto o vírus se espalhou pela população e, assim, avaliar o grau de proteção e se a imunidade é curta ou acumulativa. Este projeto recebeu recursos de R$ 753 mil reais.
O pesquisador Luciano Luporini Menegaldo, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe/UFRJ, foi o outro beneficiado com recursos da Faperj. O projeto da equipe da Coppe recebeu R$ 179 mil reais e visa a produção de um protótipo de dispositivo com características que permitam utilizá-lo para ventilação de pacientes com Sars-CoV-2. A Faperj já tinha alocado recursos iniciais para o projeto em março deste ano.
Menegaldo explica que a ideia é produzir um equipamento mais barato do que o encontrado no mercado, e que possa ser útil durante a demanda por ventiladores artificiais em leitos de UTI que, hoje, excede a capacidade instalada. Existem parcerias entre o grupo da UFRJ e diversas universidades e empresas, como a Whirlpool, a Petrobrás e a Leap Aviation, para desenvolvimento e fabricação dos ventiladores.
Além do desenvolvimento do equipamento, a equipe da Coppe fará testes de certificação, avaliando o desempenho, segurança e robustez e procurarão mais parceiros que possam viabilizar a produção em larga escala e distribuição em tempo hábil.
Segundo o presidente da Faperj, Jerson Lima Silva, foram ainda liberados recursos para o professor Amilcar Tanuri, do Laboratório de Virologia Molecular, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e para o professor Agnaldo José Lopes, da Policlínica Piquet Carneiro e do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Estes projetos são da Chamada Emergencial para combate da covid-19. Os recursos totais para essa ação emergencial são da ordem de R$ 35 milhões.
Escolas de samba do Rio para combater a Covid
Em uma parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, as escolas de samba do Rio de Janeiro vão convocar integrantes das comunidades e seus familiares para responderem o questionário digital lançado, neste mês, para descobrir as subnotificações do novo coronavírus.
O questionário foi elaborado por cientistas da Comissão RJ Ciência no Combate à Covid-19, sob coordenação da Secretaria e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Disponibilizado pelo link bit.ly/indicarcovid19, o formulário leva apenas 2 minutos para ser respondido e solicita informações sobre contato com infectados, sintomas da Covid-19 e a localização dos casos.
O preenchimento não é obrigatório, mas a adesão em massa é de fundamental importância para o avanço de pesquisas e para que o Estado possa agir de forma mais assertiva, com base nos dados que são levantados em tempo real, formando assim, um mapa com os casos de infectados geoposicionados por CEP.
À frente do projeto está a professora Maria Isabel de Castro Souza, subsecretária de Ensino Superior, Pesquisa e Inovação. Segundo ela, o estudo, além de ser primordial para a ação pública mais efetiva, também trabalha a prevenção. “Quanto maior o número de ações preventivas identificando esses casos que são até então invisíveis, melhor será para o direcionamento do poder público nas medidas em prol da sociedade”, disse a subsecretária.
A base digital do levantamento é 100% segura e informações pessoais não serão divulgadas. Quanto maior o número de formulários preenchidos, melhores os resultados para estudos e para a obtenção de um panorama real das subnotificações.
Com o objetivo de orientar e conscientizar os idosos para soluções de violações de direitos, a Universidade Aberta da Terceira Idade, programa da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, oferece um plantão informativo.
Além de ser um espaço de informações sobre políticas públicas, o plantão também aponta os caminhos para os órgãos de defesa que atuam na rede de proteção para pessoas com mais de 60 anos.
Por causa da quarentena, o atendimento aos idosos e seus familiares será remoto através dos e-mails extensao.unati@gmail.com e direito.dosidosos@gmail.com
Com Redações