O cigarro eletrônico está terminantemente proibido no Brasil desde abril de 2024. Mesmo assim, não é difícil comprar o produto ao redor de bares e nas areias das praias do Rio de Janeiro. Para contribuir para a conscientização, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lançou a campanha “Cigarro eletrônico em lugar nenhum, muito menos dentro de você”, para marcar o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), que traz reflexões em todo mundo sobre o uso do cigarro e acende a preocupação com os riscos que o ato de fumar traz aos usuários.

A campanha  – que trata tanto das questões relativas à legislação quanto dos efeitos dos dispositivos eletrônicos de fumar sobre a saúde – é um dos resultados da participação do município do Rio na Parceria para Cidades Saudáveis (PHC, na sigla em inglês), uma iniciativa global de mais de 70 cidades pela mitigação de doenças crônicas não transmissíveis.

Em vídeos e posts divulgados nas redes sociais da Secretaria Municipal de Saúde e em cartazes fixados em unidades de saúde e locais públicos, a campanha busca desmistificar a ideia de que o cigarro eletrônico faz menos mal do que os cigarros tradicionais de tabaco e de que não vicia.

Pesquisas já realizadas em nível mundial apontam que os dispositivos eletrônicos de fumar liberam substâncias tóxicas que são cancerígenas ou aumentam o risco de doenças cardíacas e pulmonares. E muitos usuários têm o primeiro contato com o dispositivo precocemente, na adolescência.

Tiktoker conta sua experiência com cigarro eletrônico

Um dos vídeos da campanha tem a participação da influencer Manuela Cit, com mais de 1,6 milhão de seguidores do Tiktok (@manuelacit) e 1,4 milhão no Instagram (@manucitdaily). A jovem, de 20 anos, faz um depoimento forte contando sua experiência com o cigarro eletrônico, que começou a usar quando tinha cerca de 12 anos.

O uso prolongado do dispositivo começou a afetar sua saúde, causando falta de ar, pontadas no peito, dificuldade para realizar atividades físicas e de concentração, e a afastou do seu sonho de passar para Medicina. Hoje a influenciadora mudou radicalmente de vida e inspira pessoas com o seu lifestyle saudável e ativo, além de cursar Medicina na UFRJ. O conteúdo será publicado nas redes da influencer em colaboração com as redes da SMS no Dia Mundial sem Tabaco (31/5).

Além do material gráfico e de audiovisual divulgado, as unidades de Atenção Primária do município também aderem à campanha desenvolvendo ações de conscientização com os usuários. As atividades visam alertar sobre os malefícios do fumo – incluindo os causados pelos cigarros eletrônicos – e conscientizar a população para a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Entre as atividades desenvolvidas estão palestras, salas de espera, rodas de conversa, ações de saúde bucal, atividades físicas e distribuição de informativos.

Cidades Saudáveis da OMS

O programa tem a chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS), No ano passado, o Rio foi escolhido – junto a outras 12 cidades de diversos países – para a Aceleradora de Políticas Públicas desenvolvida pela Vital Strategies, uma das organizações que compõem a iniciativa Parceria para Cidades Saudáveis.

Os participantes da Aceleradora têm acesso a uma série de treinamentos e intercâmbios colaborativos focados na tomada de decisão baseada em dados, estratégia, comunicação estratégica e envolvimento das partes interessadas. O programa também integra recursos e conhecimentos da OMS.

Essa é uma campanha muito relevante e estamos felizes de ter o apoio da OMS nesta ação. Nosso objetivo é conscientizar as pessoas sobre os efeitos do fumo e do uso do cigarro eletrônico. A população precisa estar corretamente informada para evitar os malefícios à saúde que tanto o tabaco quanto esses dispositivos eletrônicos podem causar”, diz o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Malefícios do cigarro

O tabagismo é uma doença que contribui para o desenvolvimento de uma série de tipos de câncer: leucemia mielóide aguda, câncer de bexiga, câncer de pâncreas, câncer de fígado, câncer do colo do útero, câncer de esôfago, câncer de rim e ureter, câncer de laringe (cordas vocais), câncer na cavidade oral (boca), câncer de faringe (pescoço), câncer de estômago, câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão.  

De acordo com a OMS, mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente em razão do tabagismo em todo mundo. Apenas no Estado do Rio de Janeiro, em 2022 foram registradas 3.308 mortes causadas por doenças decorrentes do consumo de tabaco.

Em 2023, o número de óbitos com a mesma causa foi de 3.379. E em 2024, há 1.135 registros. O número estimado de casos novos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão, para cada ano do triênio 2023-2025, é de três mil novos pacientes, sendo 1.550 entre os homens e 1.450 entre as mulheres.

Com informações da SMS-Rio e SES-RJ

 

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