O infarto é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. O problema, que ocorre principalmente devido ao acúmulo de placas de gordura nas artérias responsáveis por irrigar o órgão, pode provocar danos ao músculo cardíaco ou levar à morte.

A hipertensão arterial – popularmente conhecida como pressão alta é um dos fatores de risco para condições graves como o infarto. Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que 30 milhões de brasileiros convivem com a pressão alta e as mortes ocasionadas pela condição aumentaram 72% nos últimos 10 anos.

“Hipertensão é um fator de risco para a doença arterial coronariana, que causa o fornecimento inadequado de sangue ao músculo cardíaco e, quando está em estágio avançado, faz com que o paciente precise ser submetido a uma cirurgia”, explica a cirurgiã cardiovascular Daniele Colatusso.

Ariane Macedo, cardiologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, lembra que a hipertensão não tratada corretamente aumenta as chances de um acidente vascular cerebral (AVC) e de um infarto. “É um problema comum na população, mas que precisa ser combatido para diminuir os índices alarmantes de morte por doença cardiovascular”, alerta.

Colesterol alto e suas complicações

Outro fator que contribui para o desenvolvimento das enfermidades cardiológicas é o colesterol alto. O alto índice do LDL, popularmente conhecido como o colesterol ruim, provoca a aterosclerose, que é o acúmulo de gordura e obstrução dos vasos sanguíneos. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 27% dos adolescentes brasileiros têm colesterol alto. Já os entre os adultos, o índice chega a 40%, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

“O combate ao colesterol alto é primordial para evitar o infarto, por exemplo. A adoção de hábitos saudáveis, como atividade física e incorporação de uma alimentação mais natural, rica em frutas, legumes e alimentos não industrializados, estão entre as principais formas de combater o problema”, explicou Ariane.

Além da hipertensão arterial e do colesterol alto (dislipidemia), os principais fatores de risco para o infarto são os mesmos para tanto para homens quanto para mulheres, como sedentarismo, alimentação não saudável, obesidade, diabetes, uso abusivo de álcool, tabagismo, estresse e sono inadequado, além de doenças já existentes, como as valvopatias e a insuficiência cardíaca, e também alguns tratamentos utilizados para tratar o câncer.

Todos esses elementos contribuem para doenças cardiovasculares, incluindo a doença coronariana (infarto agudo do miocárdio), a doença cerebrovascular (AVC) e a doença arterial periférica, que impactam significativamente a taxa de mortalidade. O Dia Mundial do Coração (29 de setembro) alerta para os cuidados com a saúde do órgão. O Instituto Lado a Lado pela Vida, por meio da campanha Setembro Vermelho/ Siga seu Coração, promove a conscientização sobre a importância de cuidar adequadamente do coração.

Valvopatias e suas características

Entre as doenças que prejudicam a saúde do coração estão as valvopatias, problema conhecido por boa parte da população brasileira. Segundo pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida, mais da metade dos brasileiros (53%) já ouviu falar sobre as valvopatias, porém muitos desconhecem sua definição e características.

O problema cardiovascular é caracterizado pelo mau do funcionamento das válvulas cardíacas, que pode acarretar insuficiência cardíaca, por exemplo. São dois os principais fatores que podem causá-la: a febre reumática e o envelhecimento. A primeira causa está relacionada ao tratamento inadequado de uma infecção na garganta, de origem bacteriana, na infância e acomete, principalmente, os jovens em idade ativa. O segundo fator está ligado a calcificação e degeneração das válvulas causadas pelo avançar da idade.

“A principal forma de combater as valvopatias é a prevenção. A ida regular ao médico, a realização dos exames de rotina e a observação do histórico familiar são os cuidados principais. É importante também estar atento a sintomas como palpitação, dor no peito e fadiga”, pontua Ariane.

O que é cardiotoxidade?

As terapias utilizadas no tratamento oncológico é outro fator que pode comprometer a saúde do coração. As toxinas liberadas pelos remédios podem aumentar os riscos de uma doença cardiovascular e as chances de morte. A cardiotoxicidade, nome dado aos problemas causados pela medicação para os carcinomas, é uma das complicações mais comuns quando o assunto é tratamento oncológico. Ela é capaz de provocar danos como lesões na musculatura do órgão, insuficiência cardíaca, infarto, hipertensão e arritmias.

O tipo mais comum capaz de causar danos ao coração é quimioterapia. Alguns quimioterápicos fazem com que o coração perca força causando insuficiência cardíaca, por exemplo. Entretanto, outras modalidades também podem ocasionar o surgimento de doenças no órgão. A radioterapia pode aumentar o risco de aterosclerose, placa de gordura nos vasos, que pode levar ao infarto.

“O acompanhamento de um cardio-oncologista é fundamental em todo o processo. O paciente deve ser acompanhado de perto por profissionais que darão atenção à saúde do coração para evitar complicações durante o tratamento. A realização de exames cardiológicos antes do início das terapias também é um procedimento que deve ser feito para minimizar o impacto e prevenir possíveis problemas”, finaliza a cardiologista.

Fonte: Instituto Lado a Lado pela Vida

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