A Aids Healthcare Foundation – maior ONG global de HIV/aids – começará a atuar no início de 2025 em parceria com a Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal para aprimorar o atendimento às pessoas com HIV no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). A equipe da unidade será reforçada com médico e enfermeiro pagos pela AHF Brasil para ajudar a diminuir o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento, crucial para a saúde das pessoas infectadas com HIV.

Os profissionais de saúde também vão colaborar para aumentar a chamada retenção ao tratamento, que é quando o paciente toma os antirretrovirais conforme a orientação médica. Esse é outro ponto essencial para evitar resistência aos medicamentos e diminuir a quantidade de cópias do vírus no organismo a níveis indetectáveis, fazendo com que a pessoa não seja mais capaz de transmitir o HIV.

Tornar as pessoas indetectáveis não significa a cura, mas é uma obsessão para nós, que trabalhamos há tantos anos no enfrentamento desta epidemia, pois é uma poderosa arma contra o HIV, que ainda infecta 30 mil pessoas por ano no país”, diz Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil. O memorando de entendimento entre a instituição e o GDF deve ser assinado nos próximos dias.

Em parceria com governos e prefeituras, a AHF Brasil está presente em 31 unidades do Sistema Único de Saúde de cinco estados: São Paulo (10), Pernambuco (9), Amazonas (6), Rio Grande do Sul (4) e Pará (2). Em alguns desses serviços de saúde, o paciente com diagnóstico positivo para HIV esperava meses até o início do tratamento. Hoje a média de espera é de até 14 dias. A meta é chegar a não mais que sete dias.

Fundada em 1987 em Los Angeles (EUA), a AHF fornece atendimento médico e tratamento para mais de 2 milhões de pessoas em 47 países. No Brasil, mantém duas clínicas próprias, 100% gratuitas, voltadas para a saúde sexual de homens, no Recife, e da população geral, em São Paulo. Além disso, atua em parceria com governos, sociedade civil e instituições de ensino de dez estados e do DF.

Congresso Nacional recebe iluminação vermelha

Pela primeira vez a AHF Brasil vai celebrar o Dia Mundial de Luta contra a Aids em Brasília, com uma série de encontros que buscam trazer o tema de volta para o debate político. Haverá reuniões oficiais no Congresso Nacional, Ministério da Saúde, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids), Governo e Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Além das agendas políticas, o Congresso Nacional recebe nesta segunda-feira (2/12) iluminação especial em apoio ao Dezembro Vermelho, o gramado da Esplanada dos Ministérios receberá um enorme laço vermelho (símbolo mundial da causa) e a Biblioteca Nacional receberá projeções com frases para lembrar a importância da testagem e do tratamento, do combate ao estigma, da necessidade de ampliação do investimento público em saúde e da busca por preços justos para os medicamentos.

Às 9h, haverá sessão solene da Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às IST/HIV/Aids e Hepatites Virais no Congresso Nacional. Essas ações são feitas em parceria com a Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às IST/HIV/Aids e Hepatites Virais do Congresso Nacional, a ONG Estruturação (DF) e o Fórum de ONGs Aids do Estado de São Paulo (Foaesp).

As iniciativas visam conscientizar a população sobre a importância da prevenção e da proteção dos direitos de pessoas infectadas com o HIV – ainda vítimas de preconceito social. As ações desenvolvidas durante todo o mês de dezembro envolvem iluminação de prédios públicos, promoção de palestras e atividades educativas, campanhas de mídia e realização de eventos. Participam das atividades entidades públicas e da sociedade civil, além de organismos internacionais.

Terça-feira, 3 de dezembro
10h – Audiência pública sobre Estigma e HIV. Local: Câmara Legislativa do Distrito Federal.
12h30 – Encontro com Andrea Boccardi Vidarte, nova diretora do Unaids no Brasil. Local: Casa da ONU no Brasil.
14h – Reunião com Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde do DF.

Mais sobre Aids e prevenção

A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV), que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As pessoas contaminadas pelo vírus HIV são consideradas soropositivas, mas podem ou não desenvolver a Aids.

De qualquer forma, qualquer pessoa soropositiva, com carga viral detectável, pode transmitir o vírus e, por isso, a prevenção é fundamental. A transmissão pode ocorrer por meio de relações sexuais desprotegidas; pelo compartilhamento de seringas contaminadas; ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não são adotadas as devidas medidas de prevenção.

O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C. Outras medidas importantes para prevenir a disseminação são a testagem regular e o tratamento ou controle medicamentoso das infecções.

No caso do HIV/Aids, outro método preventivo já adotado pela rede pública de saúde é a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP), que consiste na ingestão diária de um comprimido que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. Esse método é destinado, preferencialmente, para trabalhadores do sexo ou pessoas que habitualmente tenham relações sexuais desprotegidas.

Há ainda a profilaxia pós-exposição de risco (PEP), que é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, hepatite B e outras ISTs. Consiste no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções.

É usada, normalmente, em casos de violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento); e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

Com Assessorias

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