Esperança para mulheres que sofrem com endometriose no Estado do Rio de Janeiro e dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria de Estado de Saúde (SES) anunciou que pretende, ainda esse ano, implementar uma linha de cuidados, incluindo medicamentos, procedimentos cirúrgicos e médicos especialistas. A primeira medida prevista para breve será a oferta de medicamentos para aliviar as dores das pacientes.

“Vamos disponibilizar, em breve, anticoncepcionais subdérmicos e dispositivos intrauterinos, como o Diu Mirena, para as pacientes que precisam de tratamento medicamentoso para aliviar as dores”, antecipou o coordenador de saúde da mulher da SES, Antônio Braga Neto, em audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta quarta-feira (28/06).

Braga Neto explicou que hoje o governo estadual tem ações regionais e pontuais quanto ao tema, mas reforçou a importância de criar uma linha de cuidados específicos para esses casos que contemple todo o estado. Outro objetivo é conseguir recursos para aumentar o número de atendimentos e acelerar os diagnósticos, que são feitos através de análises laboratoriais, ressonância pélvica ou cirurgia, a depender do caso.

8 anos para fechar o diagnóstico de endometriose no estado

O presidente da comissão, deputado Tande Vieira (PP), disse que atualmente uma mulher pode levar até oito anos para fechar o diagnóstico de endometriose na rede pública de saúde, o que dificulta o tratamento. Por isso, ele diz que vai trabalhar junto à comissão para que o programa anunciado pela SES seja garantido também por lei.

“Precisamos desenvolver uma linha de cuidado que consiga prever a realização de diagnósticos precoces, já que na rede pública se leva em média oito anos para se fechar um quadro de endometriose, e dar sequência no tratamento adequado, até a fertilização, em alguns casos. Vamos trabalhar para tornar essa iniciativa um projeto de lei, para que essa ação não seja só uma política de governo, mas sim um programa de estado”, justificou o deputado.

O coordenador de saúde da mulher da SES ainda pediu o apoio do Legislativo para destinar recursos para o programa quando forem aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA), que chega à Casa no segundo semestre.

1.500 mulheres são internadas com endometriose todo ano no RJ

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose afeta aproximadamente 10% das mulheres entre 18 e 45 anos, o equivalente a 190 milhões de pessoas no mundo. Só no Estado do Rio, por ano, cerca de 1.500 mulheres são internadas com endometriose.

Para o obstetra e integrante da câmara técnica de ginecologia e obstetrícia do Cremerj, Ricardo Bassil Lasma, as pacientes que têm endometriose precisam também de um acompanhamento psicológico e de médicos multidisciplinares para atender às pacientes.

“Não é um médico sozinho que vai tratar essa paciente. Temos que lembrar que é uma dor crônica e dá para se perder no diagnóstico, por isso o médico precisa estar preparado para atender essa paciente. Também é necessário melhorar o acesso aos exames de imagem e garantir uma vida com qualidade para essas mulheres”, concluiu o médico.

Políticas públicas

Pessoas autistas poderão receber vale social no RJ

A Alerj aprovou, em discussão única, nesta quarta-feira (28/6), o Projeto de Lei 434/23, do deputado Júlio Rocha (Agir), que altera a Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O texto inclui parcerias público/privadas para a formação de equipes multidisciplinares e garante os mesmos direitos no recebimento do vale social para pessoas autistas e com deficiência, entre outras medidas.

Na área da saúde, a norma prevê que hospitais e maternidades da rede pública estadual realizarão, periodicamente, acolhimento em bebês e crianças que apresentarem sinais indicativos do transtorno para diagnosticar precocemente e permitir o início do tratamento. As unidades de saúde também poderão utilizar o método ABA (Análise Aplicada do Comportamento) como modalidade de tratamento, desde que prescrita por médico. O texto segue para o governador Cláudio Castro, que tem até 15 dias úteis para sancioná-lo ou vetá-lo.

Alerj pode criar Disque Prevenção ao Uso de Drogas

Preocupada com o avanço das cracolândias no Estado do Rio, em especial, na capital, a Alerj pode implementar um serviço de Disque Prevenção às Drogas. O pedido deverá ser feito pela Comissão de Prevenção às Drogas e Dependentes Químicos em Geral, conforme deliberado em reunião realizada nesta quarta (28).

A proposta foi criada em 2019, pela resolução 165 da Alerj por meio de um projeto de autoria dos deputados Danniel Librelon (Rep) – atual presidente da Comissão – e Samuel Malafaia. Para o mês de agosto, a comissão promoverá uma audiência pública sobre o crescimento das chamadas cracolândias no Rio de Janeiro.

Com informações da Alerj

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