Há pouco mais de um ano, Valdiva da Silva Ramos, de 62 anos, se sentia sozinha e deprimida. Levava uma vida sedentária, sem praticar exercícios físicos. A aposentada deu uma guinada ao entrar para o projeto Academia Carioca, que leva a prática de atividades físicas para praças públicas na cidade do Rio de Janeiro.
“Comecei a frequentar as aulas há pouco mais de um ano, depois que me aposentei. Eu estava me sentindo muito sozinha, só ficava em casa, não saía para lugar nenhum e entrei em depressão. Então resolvi vir para a Academia Carioca e foi a melhor decisão que já tomei”, contou Valdiva.
Ela foi uma das homenageadas no evento que comemorou os 14 anos do programa esta semana, com a marca de 192 mil participantes, 57% deles com mais de 60 anos. “Não sabia que iam chamar o meu nome e me entregar esse presente tão especial”, comentou.
Levantamento feito pela coordenação do programa mostra que a prática regular de atividade física aumentou a qualidade de vida da população envolvida. Entre os resultados, a pesquisa indicou que 90% dos participantes apresentaram controle da pressão arterial; 61% tiveram redução do peso corporal; 52% redução do IMC. Dos integrantes que faziam uso de medicação prescrita, 20% tiveram a indicação medicamentosa suspensa, após reavaliação médica.
Mais de 3,5 mil pessoas, entre alunos e profissionais de Educação Física, se reuniram para celebrar os 14 anos do programa Academia Carioca, no ExpoMag, na Cidade Nova, nesta quarta-feira (28/6). Durante o evento Balanço Carioca, que ocorre anualmente, foram apresentadas as conquistas do trabalho, além de ter sido dada voz para que os participantes fizessem sugestões que pudessem ser implementadas nas atividades.
Durante a apresentação do balanço, que mostrou as conquistas da população quanto à qualidade de vida, a coordenação do programa ressaltou a importância dos profissionais de educação física para a saúde carioca. Professores das dez áreas programáticas da cidade subiram ao palco para receber uma homenagem em nome dos 123 instrutores que fazem parte do programa.
‘Estado de espírito e disposição melhoram’, diz prefeito
“Estou com 53 anos e é impressionante. Estava paradão, sem fazer nenhuma atividade física. Em janeiro, comecei e é incrível como nosso estado de espírito e disposição mudam, melhoram quando praticamos atividade física. Cada vez mais as pessoas vão poder prolongar o tempo de vida, mas sem qualidade não é a melhor coisa do mundo”, disse o prefeito Eduardo Paes.
Criado em 2009 pela Secretaria Municipal de Saúde, o Academia Carioca visa promover a prática de atividade física de forma mais acessível, com objetivo de melhorar os indicadores de saúde e reduzir as desigualdades entre a população. O programa conta com 123 profissionais de educação física integrados às equipes de saúde em 216 unidades de Atenção Primária (centros municipais e clínicas da família).
“Ao criarmos as Clínicas da Família, nosso objetivo não era o de cuidar da doença, mas da saúde das pessoas. Fazer com que elas não tivessem a doença e, principalmente, não morressem ou perdessem a qualidade de vida por causa de fatores que pudessem ser prevenidos. Por isso, a necessidade desse acompanhamento, da atividade física, da alimentação correta”, destacou o prefeito do Rio.
Academia Carioca: apoio emocional durante a pandemia
O Balanço Carioca 2023 teve como principal tema a retomada das atividades físicas presenciais após a pandemia de covid-19. Em 2020 e 2021, as aulas do programa foram remotas, realizadas por videochamadas e lives nas redes sociais. Em suas próprias casas, os alunos seguiam as orientações dos instrutores e mantinham a rotina de exercícios. Foram mais de 5 mil aulas produzidas e compartilhadas, que além da promoção à saúde, ofereceram apoio emocional para os alunos.
“Não podemos pensar em saúde só quando estamos doentes, em ir para a unidade de saúde só quando estamos precisando. Investir em atividade física, em bem-estar, ajuda a prevenir doenças. Se nos cuidarmos, não vamos adoecer nem precisar de um hospital. O Programa Academia Carioca cuida da saúde física e mental”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Fonte: SMS-Rio
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