O Brasil vive um risco iminente de um novo surto de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti neste verão que se aproxima. O próprio Ministério da Saúde já admitiu isso. O  médico epidemiologista Eduardo Massad, professor e pesquisador da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp), alerta que é impossível medir a intensidade de tais surtos nos próximos meses, pois depende do tamanho da população do mosquito.

Pessimista, ele traça um cenário sombrio para o país na luta ao minúsculo, porém, potente inimigo. “Sou muito pessimista em relação ao controle eficiente do Aedes aegypti, que é a terceira maior praga urbana, perdendo apenas para os ratos e baratas”. Para o especialista, não há medidas novas na prevenção das doenças transmitidas pelo mosquito no Brasil e no mundo, além da tentativa de eliminar o criadouro do mosquito.

Nos últimos três anos, Massad lembra que houve poucos casos de chikungunya e quase nada de dengue e zika, quando comparado com anos anteriores. “Esse fato é um mistério, por que não se deve a medidas de controle. Provavelmente, a causa foram os fatores climáticos que reduziram a quantidade de mosquitos”, destaca.

Sobre o possível risco de febre amarela urbana, doença que é causada também pelo Aedes aegypti, Eduardo Massad explica: “Ainda não sabemos se teremos um surto de febre amarela urbana, mas teremos a silvestre, que é a transmitida por macacos”, explica o médico epidemiologista. Segundo ele, uma das medidas para amenizar os casos de febre amarela é vacinar os macacos de parques e áreas verdes dos grandes centros urbanos.

Segundo ele, o Aedes aegypti é mais “competente” na transmissão da chikungunya do que da febre amarela e da zika. E alerta também para a resistência da população em se vacinar.

O mosquito é muito adaptável, é impossível erradicá-lo. Contudo, existe um movimento de pessoas que não acreditam na eficácia e não aceitam a vacinação contra a febre amarela, uma das doenças transmitidas pelo mosquito. Isso é inaceitável, porque prejudica os níveis de cobertura”, aponta.

 Na opinião do pesquisador da FGV EMAp, houve pouca informação entre profissionais de saúde e a população sobre a vacinação fracionada, e todos foram pegos de surpresa. “Ela funcionou, mas deve proteger um pouco mais que um ano. Isso significa que, caso a epidemia de febre amarela entre os macacos volte, teremos que vacinar todos novamente”, assegura Eduardo Massad.

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