As datas mais importantes do ano para o varejo chegaram – Black Friday e Natal – e, neste momento, tanto empresas quanto consumidores já encaram o período de compras, que vai de 20 de novembro até 24 de dezembro. Nesta jornada, o cartão de crédito pode ser um importante aliado do cliente, mas é preciso saber utilizá-lo de forma estratégica, sem perder a mão dos gastos.

O alerta é feito pelo time de especialistas do Banco Cetelem, que vê o endividamento das famílias crescer cada vez mais em função do mau uso do plástico. Em pesquisa divulgada em setembro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que 85,3% dos lares no país estão com dívidas no cartão de crédito.

Mesmo que períodos de grandes promoções sejam tentadores para os mais gastões, economistas do Banco Cetelem afirmam que é possível aproveitar as ofertas sem entrar em dívidas. “O mais importante para não perder o controle do cartão de crédito é se planejar”, afirmam os economistas do banco.

Como usar com inteligência o ‘dinheiro de plástico’

Por isso, os profissionais indicam, abaixo, como o consumidor pode aproveitar os descontos sem medo de cair em endividamentos. Entendendo o comportamento de seus clientes, a instituição também disponibiliza ofertas em parcerias com lojas, restaurantes, farmácias e afins, por meio de seu site.

1.Planeje de acordo com o limite do cartão

Parece uma dica óbvia, mas muitas pessoas não sabem exatamente qual é o limite total de seu cartão e nem o valor disponível para compras. Pensando nisso, o primeiro passo é saber quanto do montante disponível é possível desembolsar para aproveitar as ofertas. O grande pulo do gato em datas como esta é definir previamente o quanto irá gastar com as promoções, ao invés de deixar que elas definam seu gasto.

Após cravar o valor, o ideal é ser firme para não entrar em dívidas. As compras precisam se encaixar em seu orçamento, e não o contrário. Outra dica importante é deixar uma parte do limite reservada para emergências, de forma que as compras não consumam todo o valor disponível no cartão de crédito.

2.Acompanhe os preços dos produtos

Sabe aquele produto que você já vem acompanhando as variações de preço há tempos, mas ainda não conseguiu comprar? Datas comerciais existem para que este tipo de compra possa se tornar realidade. O ideal é entender quais deles você quer ou precisa comprar e, assim, aguardar uma boa oferta. Evite simplesmente acordar e começar a procurar alguma boa promoção para empenhar seu dinheiro e, no fim, comprar coisas que não precisa com um dinheiro que não tem.

3. Calcule o valor das parcelas sem esquecer dos juros

Às vezes o valor é até atraente, mas na hora de parcelar os juros acabam consumindo toda a margem de desconto que você conseguiu. Portanto, é fundamental ficar atento à esta etapa da compra. Calcule o valor das parcelas e veja se as taxas se encaixam no orçamento – e se depois disso o produto ainda continua com um preço atrativo. Muitas vezes é mais vantajoso dividir os valores em menos parcelas para evitar acréscimos de juros muito altos. Faça a conta.

76% dos brasileiros preferem compras online

Para entender melhor as mudanças nas tendências de consumo da população, a Criteo, empresa de Commerce Media, realizou uma pesquisa online com 1.000 pessoas.  De acordo com o estudo, o digital prevalecerá como o método favorito de compras dos brasileiros em 2022, em detrimento das compras em lojas físicas – uma grande mudança em relação às festas de fim de ano, época em que os sites de varejo funcionavam como catálogos online e as compras aconteciam presencialmente nas lojas.

Neste ano, 76% dos brasileiros planejam comprar presentes por meio de sites, aplicativos de lojas, marketplaces e até mesmo por redes sociais. Desse total, 65% pretendem comprar diretamente pelos seus celulares e 24% devem utilizar notebooks e computadores como meio para adquirir produtos.

Esses números são levemente mais altos na região Centro-Oeste, onde 72% dos entrevistados afirmam que devem fazer compras por meio de seus smartphones, seguidos pelo Nordeste (68%) e pelo Norte (67%). Em relação às pessoas que devem fazer compras por meio de notebooks, o destaque é para o Sudeste, com uma porcentagem superior à média nacional (28%).

Segundo Tiago Cardoso, gerente geral da Criteo na América Latina, os hábitos de compras de fim de ano mudaram drasticamente, principalmente com o início da pandemia em 2020. “No passado, os consumidores preferiam comprar em lojas físicas, mas com base em nossos dados, vemos agora que o online tem tido mais prioridade. Devido a isso, podemos esperar que o setor de comércio eletrônico ganhe ainda mais força nas festas de fim de ano e em 2023”.

Enquanto mais da metade dos clientes dizem que vão comprar online, o estudo da Criteo também descobriu que ainda há um subconjunto de consumidores que vão fazer compras na loja – 22% deles vão manter a tradição e adquirir itens nas lojas físicas. O número de pessoas que moram no Norte do país e que pretendem comprar produtos de forma presencial é maior e chega a 31%, em oposição às regiões Sudeste (21%) e Centro-Oeste (19%), que estão um pouco abaixo da média nacional.

Consumidores vão comprar mais cedo para economizar dinheiro

Conforme a pesquisa da Criteo, os brasileiros vão começar a planejar as suas compras com um mês de antecedência (45%), em novembro, o que coincide com a Black Friday e o Cyber Month, e 23% pretendem comprar dois meses antes, em outubro.

“Antes, era muito comum os brasileiros esperarem para fazer a maioria de suas compras de fim de ano na Black Friday, mas a combinação de mais promoções de varejistas ao longo do quarto trimestre e o crescimento do e-commerce no Brasil têm atraído os consumidores e feito eles comprarem mais cedo do que o habitual. Isso se alinha ainda com as tendências globais de compras que temos acompanhado”, afirma Cardoso.

Descontos e promoções também desempenham um papel importante na forma como os consumidores decidem fazer compras. Segundo os dados da Criteo, eles vão optar por comprar um produto online se ele for mais barato do que em uma loja física (66%) e se houverem promoções ou cashback disponíveis nos aplicativos (54%).

A Criteo também aponta para o crescimento de uma tendência que ganha cada vez mais força: o Commerce Everywhere. Quando perguntados por que preferem fazer compras na Internet, 57% dos entrevistados disseram que estão muito ocupados para fazer compras pessoalmente e 69,5% disseram que preferem evitar multidões. Além disso, essa época de 2022 será impactada e ainda mais prolongada por um grande evento que movimenta o Brasil de quatro em quatro anos: a Copa do Mundo.

Metodologia

A pesquisa da Toluna foi realizada entre os dias 22 de agosto e 2 de setembro, com 1.000 pessoas das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 têm renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês. O estudo foi feito com pessoas acima de 18 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de margem de confiança.

Com Assessorias

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