Black Friday: por que os brasileiros se endividam tanto?

Educador financeiro explica por que consumidores gastam mais do que podem. E dá dicas para planejar as compras gastando o menos possível

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A Black Friday já chegou. A data esperada para as compras – sem contar o período de Natal – acontece tradicionalmente de 21 a 27 deste mês, mas em muitas lojas já foi iniciada desde o começo do mês e vai até 30 de novembro. Mas é bom ter cuidado: ao estimular o consumo excessivo, pode colocar a vida de muita gente em maus lençóis por conta de novas dívidas contraídas.

Infelizmente, muitas pessoas estão endividadas neste momento, sendo que cerca de 80% estão endividadas e 30% têm pagado suas contas com atrasos e, consequentemente, com juros. Mas quais os motivos que levam a essa situação? Por que esse endividamento acontece?

O educador financeiro Thiago Martello, fundador da Martello EF, destaca que há duas razões que envolvem o dilema. “Ou a pessoa quer antecipar o futuro ou não está preparada para eventualidades – ou ainda, as duas coisas juntas. É normal que nossos desejos e necessidades aconteçam mais rapidamente que nossa capacidade em gerar dinheiro”.

Ainda segundo ele, quando realizamos uma vontade, já começamos a querer outra coisa, mas não conseguimos dobrar o salário de um mês para o outro. “Essa ansiedade faz com que a gente vá mais rápido em gastar do que ganhar – é onde as pessoas acabam criando dívidas e pedindo empréstimos. Primeiro ganhe e depois gaste”, aconselha.

Por outro lado, faz parte da vida ter problemas no meio do caminho e por isso é preciso estar devidamente preparado. “Ter uma reserva de emergência para quando algo acontecer. Isso é importante para não ter que contar com o bolso do outro, onde eu tenho que pagar juros, tornando-se um efeito cascata. Esses dois pontos se resolvem com planejamento”, explica.

Há também outros comportamentos que potencializam esses gastos, principalmente em épocas de promoção. “Não é porque uma coisa tem desconto que precisamos comprar”, adverte.

Dicas para gastar o menos possível

Thiago detalha que cerca de 80% daquilo que as pessoas adquirem são por impulso – ou seja, oito a cada dez coisas podem ficar paradas no fundo do armário. Por isso, é preciso pensar antes se o produto ou serviço é realmente necessário. Ele separou dicas essenciais para ajudar a gastar o menos possível.

“Partindo do pressuposto que sim, comece a fazer uma varredura de preços, usando os buscadores que ajudam a comparar esses valores”, destaca o especialista.

Na Black Friday antiga, algumas lojas aumentavam os preços antes do dia e depois baixaram para parecer desconto. “Fique atento! Tem gente que gosta de anotar os custos em planilha, comparando por data e loja. Tem quem prefira caderno, mas qualquer tipo de organização e planejamento é viável.

Com o celular na mão, mandar um print para você mesmo no WhatsApp, por exemplo, pode ser uma sugestão. É muito pessoal a maneira como será realizada essa estratégia, mas ela precisa ser feita. Hoje em dia há plataformas e aplicativos que monitoram o preço de produtos e loja, facilitando ainda mais a tarefa”, acrescenta.

Segundo o especialista, dados históricos do Procon mostram que os maiores picos de reclamação são próximos ou durante a Black Friday. Ao se deparar com situações em que o consumidor se sente lesado, é necessário que seja realizada a reclamação de maneira oficial. Os canais para isso podem incluir Reclame Aqui, o próprio Procon e agências reguladoras do setor em questão, como a Anatel é para serviços de telefonia, por exemplo.

Além de uma boa pesquisa e estar atento às letras miúdas que dificultam o acesso a informações importantes, pode-se ainda usar cupons de desconto, preferir lojas que deem benefícios como menores taxas na primeira compra e compartilhar com amigos o consumo de produtos como assinaturas ou taxas de entrega.

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