Fevereiro bateu, pelo nono mês consecutivo, o recorde de calor em todo o mundo. De acordo com o Observatório Europeu Copernicus a temperatura média global dos últimos 12 meses é 0,68°C acima da média de 1991-2020 e 1,56°C acima da média pré-industrial de 1850-1900. De março de 2023 a fevereiro deste ano, esta é a maior registrada na história do planeta.

O calor extremo do último ano é reflexo do aquecimento global e revela seu agravamento, à medida que as ações de combate não estão sendo suficientes para mitigar os seus efeitos. A sequência de recordes preocupa os cientistas por causa das mudanças climáticas. Além de afetar a atmosfera – e a saúde das pessoas – o calor extremo afeta os oceanos. A temperatura do mar em fevereiro registrou recorde de 21,06°C, superando a média de agosto de 2023, de 20,98°C.

A sequência de recordes fez o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, dizer que o mundo vive  uma “era de fervura global”. Por isso, a organização insiste na redução de emissões de gases de efeito estufa, na substituição dos combustíveis fósseis por fontes limpas e renováveis e na aceleração da transição energética em todo o  mundo. A meta para evitar eventos climáticos extremos ainda é manter o aquecimento global em no máximo 1,5ºC, considerando as temperaturas antes da era pré-industrial.

No Brasil, o verão tem sido marcado pelo aumento na incidência de tempestades – algumas trazendo graves prejuízos financeiros e humanos às cidades. Mudanças repentinas no clima – que ainda sofre os efeitos do fenômeno El Niño – acontecem em diversas partes do país nessa temporada de verão, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. O calor intenso e a alta umidade, característicos da estação, têm gerado áreas de instabilidade tropical sobre o Estado.

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Raios, relâmpagos e trovoadas: o que fazer durante temporais?

Em um cenário global de mudanças climáticas, os eventos meteorológicos extremos têm aumentado de frequência e trazido desafios à sociedade. Tempestades, enchentes e quedas de raios, por exemplo, têm deixado um rastro de impactos que afetam diretamente a vidas das pessoas. A previsão meteorológica é que os temporais que atingiram São Paulo devem chegar a outras regiões do país neste fim de semana.

“Por isso, é fundamental nos adaptarmos à nova realidade e adotarmos medidas de precaução”, alerta a Major Michele César, diretora da Divisão de Resposta da Defesa Civil de São Paulo.

Mas o que fazer em meio às fortes tempestades? A Defesa Civil de São Paulo alerta sobre os riscos climáticos e dá orientações preventivas para segurança da população sobre situações comuns relacionadas às chuvas para conscientizar a todos sobre atitudes que podem ser tomadas em situações adversas. A seguir, algumas dessas recomendações:

Alagamentos e enxurradas

Não se exponha ao risco. Não tente atravessar áreas alagadas, mesmo que a água esteja parada. Ela pode estar contaminada e ter objetos escondidos na água capazes de causar ferimentos.

Se for surpreendido por uma enchente ou enxurrada, saia do seu carro se a água estiver na altura da roda. Se a água já estiver entrando pela porta, abra a janela e saia, subindo para o teto do veículo.

Se você estiver em casa, feche as janelas e portas para evitar que a água entre.

Ligue para a Defesa Civil pelo telefone 199, para a Polícia Militar pelo telefone 190 e Corpo de Bombeiros pelo 193,  se você estiver em perigo.

Quedas de raio

Lembre-se que os trovões podem preceder a chuva, portanto, é importante procurar abrigo em situações deste tipo.

Evite ficar em áreas abertas durante tempestades. Se estiver na praia, saia da água e da faixa de areia imediatamente.

As edificações oferecem proteção contra raios. Procure abrigo em uma edificação, como uma casa ou um prédio.

Se não existir edificações por perto, agache-se com os pés juntos e coloque a cabeça entre os joelhos. Essa posição reduz a exposição à corrente elétrica de um raio.

Os raios são atraídos por objetos metálicos e altos. Caso esteja em um local aberto, afaste-se de objetos metálicos, como antenas, tratores, andaimes e torres elétricas, além de árvores e estruturas altas.

Não use o telefone celular. Eles podem ser um caminho para a corrente elétrica de um raio.

Queda de fio energizado sobre veículo

Em caso de fio elétrico caído em um local público, é importante sinalizar o local para evitar que outras pessoas se aproximem.

Se o fio cair sobre o veículo, fique dentro do carro.

Não toque em nenhuma parte metálica do carro.

O calçado pode funcionar como um isolante, ajudando a proteger a pessoa da corrente elétrica.

Se o veículo começar a pegar fogo, saia do carro da seguinte forma:

Abra a porta com cuidado e não toque em nenhuma parte metálica do carro.

Saia do veículo tocando os dois pés ao mesmo tempo no chão.

Afaste-se do automóvel dando pulos curtos ou arrastando os pés colados um no outro.

As pessoas que não estiverem dentro do carro devem ficar longe do veículo.

A distância mínima de segurança para se afastar do veículo é de 10 metros.

Vendavais

Afaste-se das árvores.

Não ande no meio da rua.

Revise a condição dos telhados das casas.

Trabalhadores em altura devem interromper a atividade em situações como essa.

Se estiver dentro de um carro, não pare ao lado de uma árvore.

Se estiver no meio da rua, procure um abrigo seguro.

Se tiver um telhado frágil, reforça-o ou retire objetos que possam ser arremessados pelo vento.

Queda de energia em elevador

Mantenha a calma e tente fazer contato com a portaria do prédio. O botão de interfone geralmente fica localizado próximo à porta do elevador.

Toque no botão de alarme. Se estiver com celular, ligue para o Corpo de Bombeiros (193).

Se o elevador estiver em um prédio com muitos andares, pode ser difícil que a pessoa seja ouvida pela portaria. Nesse caso, recomenda-se ligar para o Corpo de Bombeiros.

O resgate feito por pessoas despreparadas pode causar sérios acidentes, inclusive, com perda de vidas. O correto é aguardar a presença de técnicos especializados.

Com informações da Sagres e Defesa Civil de SP

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