Bárbara Nunes, de 29 anos, descobriu aos 15 que sofre de distonia cervical e dos membros superiores, uma doença rara. Entrou em depressão e largou a profissão. Engordou 55 kg, se separou descobriu que era bipolar e se tornou alcóolatra. Foi o artesanato que a recuerou (Foto: Álbum de família)
Bárbara Nunes, de 29 anos, sofre de doença rara, entrou em depressão e largou a profissão. Engordou 55 kg, se separou, descobriu que era bipolar e iniciou no alcoolismo. Foi o artesanato que a recuperou (Foto: Álbum de família)

Moradora de Copacabana, Bárbara Nunes, de 29 anos, descobriu aos 15 que sofre de distonia cervical e dos membros superiores, uma doença rara. “A doença foi se alastrando e, aos 21 anos, entrei em depressão e larguei minha profissão. Engordei 55 kg, me separei, descobri que sou bipolar e iniciei no alcoolismo”, conta ela. Já Ângela Lopes Nepomuceno, de 47 anos, moradora do Jardim Botânico, era professora de uma escola bem conhecida e foi demitida em dezembro de 2016. Entrou em depressão. As duas encontraram no artesanato mais do que uma alternativa de sobrevivência, uma razão de viver.

“Durante uma das tentativas de tratamento da bipolaridade eu engravidei. Quando minha filha nasceu, a Luiza, decidi me matricular em cursos de artesanato. Pintura, crochê, bijus, design de joias. Assim, fui ocupando a cabeça. O artesanato virou uma terapia, além de minha única fonte de renda”, afirma Bárbara, que é formada em Administração de Empresa e trabalhava no setor financeiro de um ateliê de uma estilista. No Facebook a marca da artesão, é Luks Acessórios (https://www.facebook.com/luksacessorios/)

“Eu já tinha tido depressão quando perdi a minha casa, anos antes. Então, resolvi ocupar meu tempo cuidando do jardim da casa da minha mãe, onde fui morar com a minha filha. Quase não via o tempo passar. Também fiz terapia. Comecei a perceber que as plantas, além de me fazerem muito bem,  eram uma possibilidade de trabalho e geração de renda. Assim comecei a trabalhar, e o negócio vem crescendo”, conta Ângela. A marca da artesã é “Sempre Viva JB” e foi a própria filha quem montou a página no Instagram (@vivasemprejb) para fazer uma surpresa para mãe, e assim, expor a produção dela na web.

A professora Angela foi demitida em dezembro de 2016 e entrou em depressão, enfrentando vários problemas. Hoje está feliz com o artesanato (Foto: Álbum de Família)
A professora Angela foi demitida em dezembro de 2016 e entrou em depressão, enfrentando vários problemas. Hoje está feliz com o artesanato (Foto: Álbum de Família)

Bárbara e Ângela participam do Circuito Carioca de Artes e Culturas, que leva à Praça Antero de Quental, neste 8 de março, 90 artesãs e seus produtos exclusivos para comemorar o Dia Internacional da Mulher e o Mês do Artesanato. Ao adquirir um item feito por uma das profissionais, é possível contribuir para o empoderamento econômico de cada uma, uma vez que gera oportunidade de as artesãs colaborarem para o aumento do rendimento da família. Durante a exposição, os visitantes vão encontrar os mais variados produtos, produzidos por meio de diversas técnicas. Nas barracas estarão expostos artigos de moda adulto e infantil, decoupage, acessórios, patchwork, arte em fios de malha, decoração, entre outros.

 

O empoderamento que o artesanato traz

Pesquisas demonstraram que as mulheres, quando empoderadas economicamente, investem na família, em educação e saúde, em projetos sociais. Ou seja, reinvestem o dinheiro recebido no futuro da sociedade, ao contrário da imagem ‘mulher consumista’ tão difundida. Além disso, o ofício amplia a possibilidade destas mulheres conciliarem a vida profissional com a criação dos filhos e, assim, participarem efetivamente da construção das próximas gerações.

O artesão é um importante agente de produção nas áreas cultural e econômica, gerando empregos e contribuindo para a identidade de uma cidade. A profissão de artesão é regulamentada pela Lei nº 13.180, que estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão, institui a carteira profissional para a categoria e autoriza o poder Executivo a dar apoio profissional aos artesãos.

Mais sobre o circuito

O Circuito Carioca de Artes e Culturas foi criado em 2001, com o nome de Arte na Praça, por Karla Maria Costa, com Mestrado em Gerontologia Biomédica e pós-graduada em Gestão de Marketing de Negócios. O projeto tem como objetivo buscar a valorização do artesanato, levando o melhor da criação das profissionais (só mulheres expõem suas produções) a alguns espaços da cidade. Em 2004,
o programa passou a se chamar Circuito Carioca de Artes e Culturas e é itinerante.

Atualmente, estão inscritas no circuito cerca de três mil mulheres. As barracas são padronizadas e há controle sobre a qualidade do material vendido. Quando é necessário adequação do artigo, as artesãs recebem orientação dos coordenadores. O grupo conta também com voluntários (advogado, contador, designer e gestora de Marketing de Negócios).

Da Redação, com assessoria

 

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