Não é apenas o mosquito Aedes aegypti que preocupa no verão. Além dos insetos que sugam o sangue, como pernilongos e borrachudos, os que injetam veneno, como abelhas, vespas e formigas, são outra preocupação. As picadas de insetos estão entre as alergias mais comuns e também entre as que causam reações mais graves, como a anafilaxia, que pode até levar a morte.

Os venenos de vespas, abelhas e formigas são os mais perigosos e podem provocar reações muito graves e rápidas com uma única ferroada. Podem levar a pessoa à morte pelo edema de glote (asfixia) ou pelo choque (queda da pressão a zero). Recentemente, uma estudante de Medicina da Bahia morreu após ser picada por uma formiga.

Já o grupo dos pernilongos e borrachudos, que incomoda bastante, principalmente no clima quente, pode transmitir doenças como dengue, zika, chikungunha e febre amarela, além de desencadear as alergias de pele, provocando pequenas bolinhas vermelhas que coçam muito e, às vezes, sangram e infeccionam.

Alerta para risco de animais peçonhentos

O Instituto Vital Brazil também alerta a população do Rio de Janeiro para a maior possibilidade de aparecimento de animais peçonhentos (cobras, aranhas e escorpiões) no verão. Os números do Ministério da Saúde, de 2016, apontam, no Brasil, mais de 160 mil acidentes com animais peçonhentos: 29 mil com aranhas, 26 mil com cobras e 91 mil com escorpiões.

A atenção deve ser especial para quem mora nas áreas de encosta e no interior do estado, principalmente nas zonas rurais. Isso porque é nos dias de maior calor que os filhotes das serpentes nascem.

O Instituto Vital Brazil explica que, no caso das aranhas e lacraias, há um aumento da atividade na época de alta umidade, que é o caso do verão. Com a chuva, que provoca a erosão, os animais tendem a descer as encostas e chegar às casas e áreas urbanas. As chances de acidentes aumentam quando há acúmulo de entulhos e de lixo, que atrai insetos e ratos, alimentos para os animais peçonhentos.
Já os escorpiões, que antes eram mais frequentes no inverno, têm sido encontrados no ano todo. Claudio explica que o que ocorre é que atualmente a estação não é mais definida, com períodos de frio intenso. “Atualmente, há dias no inverno que atingem os 30°C com facilidade”, lembra Claudio Maurício Vieira, biólogo do Instituto.

Como tratar picadas de pernilongos e outros insetos

Com o calor, o número de pernilongos aumenta e, nas praias, os casos mais recorrentes estão relacionados aos borrachudos. É importante combater os focos desses insetos não deixando água parada, por exemplo. Repelentes e até inseticidas são indicados no combate desses insetos”, comenta Fábio Morato Castro, especialista em Alergia, Imunologia.

Dr. Fábio explica que o tratamento para o grupo de pernilongos e borrachudos pode ser realizado com o uso de antialérgico. Já no tratamento para insetos que injetam veneno, o diagnóstico é fundamental. É importante saber qual foi o inseto que picou. No Brasil temos mais de 400 espécies de vespas e marimbondos. O tratamento, por meio de imunoterapia (vacinas), tem uma eficácia entre 90% e 98%”, enfatiza.

“O tratamento dessas alergias é difícil, mas muito eficaz, com uma taxa de sucesso próxima de 98%”, explica Dr. Fábio, que é diretor da e diretor da Clínica Croce, pioneira nesse tipo de tratamento no Brasil.

Como evitar ataques de animais peçonhentos

Para evitar acidentes, o Instituto Vital Brazil informa que deve-se manter a casa sempre limpa, removendo entulhos, madeira e materiais de construção, limpar cantos das paredes, atrás e dentro de armários e guarda-roupas, rebocar paredes e muros.
É importante verificar calçados e roupas antes de vestir. Também é recomendável manter gramados aparados e os arredores da casa sempre limpos, evitando o aparecimento de animais que possam servir de alimento para serpentes, aranhas e escorpiões (como baratas e roedores).

Escorpiões preocupam condomínios

Tem se tornado cada vez mais comum o surgimento de escorpiões em residências, principalmente em condomínios. Amilton Saraiva, especialista em condomínios da GS Terceirização, explica que o aparecimento ocasional desses animais pode ocorrer por diversas causas, o que pode gerar também infestações.

Isso quer dizer que o escorpião tem encontrado um ambiente favorável para sua proliferação, principalmente na alimentação de insetos que estejam na estrutura física do condomínio. Acúmulo de materiais, vegetação densa e infiltração de umidade podem ser alguns dos motivos para atração de animais peçonhentos, e o uso de inseticidas como única medida de controle é insuficiente.

Para isso, é necessário instalar barreiras físicas, podar e cuidar de plantas nas áreas de jardim e até mesmo realizar vistorias e adequações no condomínio. A regra básica é sempre ter cuidados especiais na hora da limpeza, pois ela ajuda no combate aos escorpiões, deixando o ambiente menos propício para infestações. Nos condomínios residenciais e comerciais, por exemplo, há grande circulação de pessoas em todas as áreas úteis e comuns aos frequentadores, usuários e moradores. Com isso, aumenta a probabilidade de sujeiras, além da contaminação de algumas doenças.

Para locais de grande circulação, como nos condomínios, é recomendável a contratação de serviços profissionais, em que as pessoas encarregadas da limpeza tenham conhecimento sobre a melhor forma de higienização e qual a frequência ideal para o serviço.  “O mais indicado é a contratação de empresas especializadas, que trabalham com terceirização do serviço e oferecem serviços de limpeza para pequenos, médios e grandes condomínios, tanto residenciais como comerciais”, explica Amilton Saraiva, especialista em condomínios da GS Terceirização.

Conheça os grupos de insetos que causam alergia

Existem dois grupos de insetos que provocam alergias: os hematófagos injetam saliva (pernilongos, pulgas e borrachudos) e os himenópteros veneno (abelhas, vespas e formigas). O primeiro é importante pela frequência, ocorre mais em crianças e, geralmente, causa reações leves. No segundo grupo, as reações são menos frequentes, mas causam a anafilaxia.

“Entre os sintomas mais comuns no primeiro grupo estão o aparecimento de pequenas pápulas ou vesículas nos locais das picadas com prurido intenso. Já no grupo dos himenópteros as reações podem surgir em forma de urticária, edema de glote, hipotensão, choque e morte”, explica o Dr. Fábio.

Nos casos em que o paciente é picado por pernilongos, pulgas e borrachudos, o tratamento deve ser feito apenas no local. “Já as picadas de abelhas, vespas e formigas requerem um tratamento emergencial com adrenalina, antialérgicos e cortisona. A imunoterapia, tratamento feito por meio de vacinas, apresentam resultados excelentes”, conta Dr. Fábio.

Novos filhotes de jararaca

No Instituto Vital Brazil, os animais peçonhentos já começaram a nascer. Desde o início de dezembro, o plantel já ganhou 17 novos filhotes de jararaca. Nove da espécie Bothrops Moojeni (comum em parte das regiões Sul, Centro Oeste e Central do Brasil) e oito Bothrops jararaca (comum no Rio de Janeiro).
“Dependendo da espécie, podem nascer até 50 filhotes, como é o caso da jararacaçu, espécie que tem 16 vezes mais veneno que outras serpentes”, afirma o biólogo.
De acordo com o biólogo, mesmo os animais recém-nascidos já têm o veneno capaz de provocar danos à saúde. Por serem pequenos e em maior número que os adultos, os filhotes representam um risco extra porque a observação é dificultada.
O biólogo afirma, ainda, que é importante que o serpentário do Instituto mantenha bichos do mesmo grupo e diferentes espécies para que o pool de venenos usado na produção de soro seja o mais diversificado possível.
Da Redação, com Assessorias

 

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